The gym |noart

1. Where it all started

Sina Deinert

É engraçado em como a vida pode ser uma montanha russa na maioria das vezes.

Em um dia, estamos felizes e planejando tudo de bom para nosso futuro e para nosso presente, e no outro dia, já estamos cansados da vida monótona e querendo nos trancar em nossos quartos para o resto da vida.

Eu me identifico uma pessoa com esses tipos de sentimentos bipolares, e isso acaba sendo um peso para mim. Desde pequena, sempre sonhei em conquistar minhas coisas e ter meu próprio império, mas em outros dias, eu apenas queria me deitar e nunca mais levantar da cama.

A única coisa que me motiva a me levantar, é a academia. Para algumas pessoas pode parecer loucura, mas eu amo "puxar ferros", como alguns dizem. É um lugar de paz, aonde eu posso me sentir bem com a minha presença e focar apenas em levantar uma barra com cento e vinte quilos.

Mas como sempre, a vida é cheia de surpresas, e eu acabei por deixar a academia para trás a dois meses. Foquei no que eu queria e me dediquei, fazendo com que meu sonho de morar em um lindo apartamento em Nova York se realizassem. Não digo que meu financeiro familiar era ruim, pelo contrário, sempre tive tudo o que eu queria na hora em que queria, mas isso era babaquice, e eu decidi conquistar meu próprio dinheiro.

Com esforço, eu abro um sorriso e me relaxo.

— Porra, Maria, isso é pesado. — Any diz, terminando de ajeitar o sofá da maneira em que eu desejei.

Any Gabrielly é uma irmã de coração para mim, um mulher de quem eu nunca mais consigo viver sem.

Eu e Any nascemos juntas, nossas mães eram melhores amigas e isso foi um caminho lindo e fácil para que também nos tornassemos inseparáveis desde bebês. Eu não conseguia mais viver sem aquela garota, ela era minha melhor amiga e uma irmã leal e verdadeira.

— Para de reclamar, Any, isso não é nada perto das caixas. — Rebato, batendo minhas mãos umas nas outras para tirar um pouco do pó.

— Não sei como você consegue fazer com que pareça que esteja carregando uma pena, garota. — Rolou seus olhos e eu soltei uma risada alta.

— Quando você voltar para a academia junto a mim, você não irá mais reclamar de pegar algumas coisas. — Any rola seus olhos novamente e ergue uma de suas sobrancelhas.

— Eu odeio calos nas minhas mãos, Sina. — Pisa forte.

— Por isso existem luvas, amiga. — Sorrio e vou até minha bolsa, arrancando um par de luvas rosas de dentro da mesma — Comprei para você, o que acha?

— Você é ridícula. — Bufa, pegando as luvas com brutalidade de minhas mãos — Tudo bem, você venceu, eu vou ir nessa coisa que maluco com você.

— É uma terapia, Any. — Arrasto mais algumas caixas para dentro do apartamento — Aliás, está me fazendo uma falta do caralho.

— Suas costas são lindas, isso eu admito, porém.. — Se sentou no sofá, estirando as pernas para cima — Tenho preguiça apenas de pensar que terei que puxar uma barra de ferro para ficar assim.

— Você puxará várias barras, docinho. — Lhe mostro a língua — E levante essa bunda murcha do meu sofá novo, folgada.