15. Right or wrong?

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Noah Urrea

Uma merda.

É uma frase que eu poderia usar com certeza para o dia de hoje.

Eu estava na faculdade o dia todo, poderia sentir meus olhos querendo pular de seus lugares e minha cabeça estalar a cada segundo. Me sentia irritado por não ter ido para a academia hoje, mas acabei por me prender em meus afazeres.

Distraí-me das coisas que estava fazendo assim que o barulho de mensagem apitou em meu celular. Desbloqueio o aparelho e vejo a mensagem de Ayla, a qual a toco em seguida para responder.

Ayla: Noah, vai jantar? Por que está demorando tanto?

Eu: Estou na faculdade ainda, chegarei mais tarde. Pode guardar a comida na geladeira, eu me viro depois!

Ayla: Certo.. Me avise quando estiver vindo, ok?

Eu: Vai dormir, não precisa me esperar.

Desligo o celular e ignoro suas outras mensagens. Volto a focar em meu trabalho, já ficando mais irritado por saber que chegaria bem mais tarde do que o esperado em casa hoje. Eu não conseguia mais prestar a atenção em algumas coisas, estava me mantendo acordado com café.

Ouço batidas na porta e e em seguida ouço a mesma ser aberta, me viro para tal e vejo meu amigo vir até mim. Rodrigo era professor de odontologia, um dos melhores que eu já conheci.

— Aqui ainda? — Pergunta com o cenho franzido, caminhando até mim com suas mãos dentro dos bolsos de sua calça jeans.

— Deixei o trabalho acumulado e agora estou pagando o preço. — Respondo, passando as mãos por meu rosto — Mal sei que horas são.

— São.. — Analisa seu relógio de pulso — Exatas dez horas.

— Porra, estou aqui desde as sete da manhã! — Exclamo e em seguida bufo.

— Vim te buscar, Noah, já está tarde e o porteiro quer fechar. — Avisa, se encostando em minha mesa.

— Preciso terminar isso.. — Murmuro enquanto massageio minhas têmporas.

— Termine em casa. — Deu de ombros.

Sim, Rodrigo, eu poderia terminar em casa se não tivesse uma mulher insistente e irritante que me atrapalharia.

Engoli as palavras que queriam sair de minha boca. Não gostava de misturar pessoal com profissional, ninguém aqui sabia de meu divórcio, apenas se alertavam de que eu era casado pela aliança que usava em minha mão esquerda.

— Eu posso terminar amanhã, não vou deixar o porteiro me esperando. — Digo, me levantando da cadeira e já sentindo meu corpo doer por estar na mesma posição por horas.

— Posso te ajudar se quiser, não terei aula nos primeiros períodos. — Dou um leve sorriso para Rodrigo, quase imperceptível.

— Agradeço, Rodrigo, mas pode deixar que eu me organizo. — Respondi em um tom calmo para não parecer grosso e Rodrigo apenas assentiu, dando alguns tapinhas em minhas costas em seguida.

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