Capítulo 2

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Mesmo tendo conseguido dormir parte da madrugada, São Paulo só queria continuar deitado na cama, mas tinha que se arrumar para trabalhar, só que antes de qualquer coisa: café.

Vestiu uma cueca e colocou uma de suas camisetas para ir até a cozinha. Se tivesse sorte, Rio já estaria de saco cheio de tudo e ido para a própria casa.

Levo vida de empreguete, eu pego às sete...

Pelo visto, não tivera essa sorte...

Ao entrar na cozinha, encontrou o carioca ainda de bermuda, só que usando o avental dele com a frase I love café enquanto cantava e balançava o corpo.

Toda boa vou com meu ficante... Ah e aí princesa, tudo em cima? — perguntou Rio quando percebeu o paulista o encarando.

— O que você está fazendo?

— Café da manhã. Não sei como você consegue, quase não tem nada aqui... Dei sorte de achar pão...

— Estou perguntando o que você ainda está fazendo na minha casa. Achava que a primeira coisa que você ia querer era se ver livre de mim.

E depois do que havia passado na madrugada, se distanciar do carioca parecia ser uma boa ideia.

— Olha São Paulo, você pode pensar o pior de mim, mas não te deixaria sozinho assim.

Além de que, pensou Rio, ao que parece há muita coisa que posso aproveitar estando aqui.

— A baixinha também logo estará aqui.

— Hum, e sobre não ter nada, no geral eu só tomo café puro mesmo, depois saio para comer em alguma padaria.

— Pelo que vi nos seus armários, café é a única coisa que parece longe de acabar.

Os dois ouviram a campainha tocar, São Paulo abriu a porta encontrando uma animada Espírito Santo no seu batente.

— Bom dia meninos! — ela já foi entrando, carregando uma cesta. — Estou tão feliz que os dois estão vivos. Dormiram bem?

São Paulo deu um resmungo, enquanto fechava a porta e a seguia até a cozinha.

— Ainda bem que você chegou, baixinha — Rio já foi pegando a cesta e colocando os alimentos na mesa. — A princesa aqui não toma café completo em casa.

— Você precisa se alimentar melhor, São Paulo — disse a capixaba preocupada enquanto se sentava na mesa com o Rio. São Paulo se manteve em pé, enquanto pegava um pouco do café que o carioca fez e uma torrada da cesta da capixaba.

— Hum, tanto faz. Mas vem cá, você parece muito alegrinha hoje, ô pintora de rodapé. O clube da luluzinha ontem foi tão bom assim? — zombou São Paulo.

Tanto o carioca quanto o paulista perceberam a forma como a Espírito Santo ficou corada enquanto bebia um suco.

— Ah... sim, foi bem legal passar o tempo assim... com as meninas. Mas o que importa agora é o hoje. Vamos terminar logo com o café e ir para o escritório, hoje você não faz home office, não é, São Paulo?

— Isso. Só que preciso me banhar para ir para o escritório — ele respondeu dando um grande gole de café até acabar e depois saiu da cozinha, mordendo a torrada.

Quando ouviram o chuveiro ligar, foi que a Espírito Santo começou a falar:

— Foi realmente fácil?

— Poderia ter sido bem pior — respondeu o carioca enquanto comia — o Sampa acordou de madrugada e se entupiu de doces por um tempo. Ele não percebeu que eu tinha acordado. Depois, ele parou sozinho e voltou para o quarto — achou melhor não comentar sobre o resto que tinha visto, a santinha não precisava ficar traumatizada. — Acho que ele parou sozinho por puro orgulho.

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