Minhas artérias chamando seu nome.

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Pov: Beck

Fazia bastante tempo que eu não tinha uma noite boa e leve como a de hoje. Óbvio, eu saia com meus amigos e passava algumas noites com minha namorada, ou melhor, ex namorada. Mas acho que nenhuma se compara com passar um tempo a sós com a Jade depois de tanto tempo.

Contei para ela que terminei meu relacionamento e ela pareceu bem feliz. Por mais que tenhamos praticamente nos declarado um para o outro na casa da Tori, ainda não tenho certeza se ela me ama, tipo como era antes.

Por mais que seja bem difícil você amar alguém do mesmo jeito dez anos depois, as pessoas mudam. Mas cara, a minha alma arde por ela, minhas artérias chamam o seu nome. Só espero que seu corpo queime por mim.

— Então, você quer ir para sua casa agora?— Pergunto para Jade quando estávamos saindo do restaurante.

— Não queria ficar sozinha com meus pensamentos agora, mas você deve estar cansado, melhor ir para casa.

— Na verdade não estou cansado, podemos dar uma volta. Topa um sorvete?

— Meu estômago provavelmente vai estranhar um sorvete depois de comida japonesa. Porém, sorvete não se nega. Mas com uma condição: — Me olha séria— Dessa vez, eu pago.

— Tudo bem então.— Resolvo ceder porque é bem melhor do que entrar em uma discussão com Jade.

Entramos no carro e dou partida, abro as janelas do carro, deduzindo que Jade ainda tenha o amor por sentir o vento no rosto, olhar a rua e ouvir música.

— O rádio está ligado, minha DJ.

— Acho que hoje prefiro só escutar os barulhos da rua mesmo.— Dá um sorrisinho sem graça que não me convenceu nenhum pouco.

Notei ela distante em algumas horas do jantar, o que não impediu de ser perfeito, mas estou meio preocupado.

— Está tudo bem, minha Minerva?

— Meu Deus, eu torci muito para que você tivesse esquecido esse apelido.

— Eu acho legal. Mas não disvirtue do assunto, o que está acontecendo?

— Eu não quero te encher de problemas logo no nosso primeiro encontro depois que voltei.

— Jade, não é como se eu tivesse te conhecido ontem, você sabe que pode falar comigo sobre tudo.

— Bom, meu pai está pegando no meu pé por ter largado Atlanta para voltar para cá, você sabe que ele nunca me apoiou nessa coisa de trabalhar com arte — Suspirou.— Eu me sentia vazia e incompleta em Atlanta, eu passava mais tempo a trabalho em Nova York do que lá, mas acho que a ideia de eu morar lá confortava meu pai. Sabe, eu sempre gostei de ficar sozinha, vendo séries, filmes, lendo um livro, tocando violão ou piano, mas dez anos sozinha não são fáceis.— Diz com os olhos lacrimejando enquanto brinca com acessórios e estala os dedos, manias que ela sempre teve.— Até tive um namorado que meu pai me obrigou a namorar por causa de negócios, mas ele é um babaca! Me persegue até hoje, mesmo tendo largado ele há cinco anos. Desculpa por isso tudo.

— Olha, eu sei que o que eu seu pai diz tem muita importância para você, querendo ou não. Mas você tem que perceber o quanto você é foda e tudo que você conquistou até agora. Você merece tudo de bom nessa vida, pode ter certeza que a última coisa que você vai sentir aqui é solidão. Você está em casa, Jade, todos aqui te amam.— Felizmente consigo falar tudo isso olhando em seus olhos, já que eu já tinha parado o carro em frente a sorveteria. Obrigada, universo.— Nunca te disse isso, mas sabe o por quê de eu te dar o apelido "Minerva"?

Moonlight memories of Hollywood Onde histórias criam vida. Descubra agora