Pela Honra

A Paz Definitiva

Alguns meses depois

John e Madelyn haviam começado uma nova vida em West Virgínia, onde John não só conseguiu sua transferência mas também se tornou chefe do departamento. Estava na divisão de crimes econômicos, o que tornava seu trabalho bem menos arriscado. John sentia um pouco de falta daquela adrenalina toda das ruas mas sabia que ao lado de Madelyn e esperando um bebê, precisava se arriscar menos. Se casaram em uma cerimônia simples, apenas com os mais próximos mas, apesar da simplicidade, foi uma celebração que emocionou a todos.

Ela estava curtindo o novo apartamento dentro de Clarksburg, onde John e ela trabalhavam durante a semana. Iam para o rancho aos finais de semana descansar da rotina. Ela havia voltado a trabalhar no serviço de inteligência do exército, mesmo com John preocupado pela gravidez.

Sua barriga estava enorme e teriam uma menina. Olivia! Havia sido uma guerra para escolherem o nome da filha, pois John queria Antonella em homenagem ao cunhado e ex parceiro e também ao pai de Madelyn. Mas ela não queria nada italiano em sua filha. Seria Olivia e pronto! Quando tivessem um filho, colocaria Anthony em homenagem ao irmão.

Agora, faltando apenas um mês para sua cesariana agendada, decidiram ir passar o dia de ação de graças com Edward e Karoline. Há tempos os dois estavam cobrando uma visita do casal.

- Amor, eu queria que me levasse a um lugar? Já que não me deixa dirigir sozinha. - disse enquanto estava deitada em seu colo no sofá da sala de Edward.

- Eu levo onde quiser e quando quiser. Mas dirigir com essa barriga enorme, nem pensar. - disse acariciando seus cabelos.

- Machista! - resmungou.

- Você sabe muito bem que não é machismo, sua Teimosa! Eu amo vocês e me preocupo, só isso!

Mais tarde, ao descerem do carro e John colocar o sobretudo em Madelyn ela o olhou triste.

- Se importa de me esperar no carro? É que eu queria ficar um pouco sozinha com eles.

John sorriu dando um beijo em sua testa.

- Claro que não, meu amor! Te espero aqui.

Madelyn seguiu para o túmulo dos pais, segurando tulipas brancas. O vento estava um pouco gelado e bagunçava seus cabelos. Ela sentia os pés um pouco inchados pela gravidez e não conseguiu se sentar.

- Eu nunca mais voltei aqui desde que... Nunca gostei de cemitérios, desse silêncio. Eu sempre tive o som da guerra e da dor em meus ouvidos. Mas agora eu vim aqui pra dizer que estou em paz. E é uma sensação gostosa. - disse passando as mãos na barriga. - serei mãe! Imagina, eu mãe! Pois é... - ela riu enxugando as lágrimas. - Vai se chamar Olivia e eu espero do fundo do meu coração que ela puxe a calma do pai dela pra não termos problemas. Queria muito que estivessem aqui. - Madelyn colocou as flores próximas à lápide de mármore e então sentiu um calafrio percorrer sua coluna.

- Sabe, Madelyn... Hoje é um dia bom para vir visitar a família. - Madelyn se virou devagar vendo aquela figura tão diferente do que ela se lembrava da última vez em que se encontraram. Estava mais magra, com os cabelos maiores e menos cuidados e carregava uma pistola.

- Bella Viotti! - disse suspirando.

- Você me tirou os meus pais e o meu irmão.

- Eu não matei a sua mãe. - respondeu confusa.

- A tristeza a matou, Madelyn. Ela não suportou a pobreza, a perda de um filho... a depressão a destruiu e você é a única culpada! - disse trêmula com a arma na mão. - e agora espera um filho dele.

- Do que está falando?

- Eu nunca esqueci dos olhos dele, do sorriso, da gentileza... Esperei que voltasse à floricultura. Sonhei com ele. - gargalhou. - mas daí eu descobri que era tudo uma mentira. Ele era a droga de um agente e estava envolvido com uma coisinha feito você. Bruta, arrogante, sem elegância... O que ele viu em você?

- É isso então? Eu te deixei viva pra você me matar? - disse Madelyn rendida. Estava longe da visão de John e morreria ali junto aos pais.

- Não deixamos pontas soltas, certo?

Madelyn fechou os olhos pedindo a Deus que pelo menos sua filha conseguisse ser salva pelos médicos quando John encontrasse seu corpo. Pensou nos momentos bons apenas. Não pensou em tragédias. Ouviu dois disparos simultâneos. Um passou ao seu lado e o outro acertou a cabeça de Bella que caiu de frente pra ela com os olhos abertos.

Ela abriu os olhos e viu John saindo detrás de uma árvore com sua arma nas mãos. John a abraçou e ela se agarrou nele tremendo.

- Agora acabou! Vamos pra casa! - disse a puxando para longe dali.

Fim