Não posso perdê-la.

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Nós passamos a noite toda assim, comendo e fofocando sobre nossas vidas. Meu pai me contou até algumas histórias de seus romances na juventude, tanto que ele pegou alguns álbuns dele, e o velho era gatão quando novo e pegava geral!

Falou de algumas irresponsabilidades que fez quando tinha a minha idade, e que demorou tempos para amadurecer.

Homens sendo homens.

Porém, foi gostoso escutá-lo, ouvir seus conselhos. Apesar de ter sido abandonada por minha mãe, não é como se quando ela estava presente fosse a melhor mãe do mundo.

Mas doía lembrar todas aquelas palavras, doía muito que minha própria mãe nunca me quis. Eu não fui desejada, menos ainda planejada. Mas farei o possível para esquecer tudo isso. Não que não doa. Mas Jihoo é minha família agora.

E querendo ou não, Josh me ver como sua família… E Yoongi também.

[…]

No dia seguinte, me arrumei com uma calça jeans preta, all star, blusa vermelha larga. Coloquei alguns acessórios e pedi para Tom me deixar no hospital. Antes, passei na padaria e comprei um café da manhã bem reforçado para ele.

Entrando no hospital, peguei o crachá de acompanhante e fui para o andar onde eles estavam. Bati com dificuldade na porta e dei um chute para entrar no quarto e vi o alvo sentando no sofá.

— Você voltou… — Ele sussurrou, pois o Josh dormiu. Me aproximei com calma e me sentei ao seu lado, entregando o café da manhã.

— Não vou te deixar em um momento como esse.

— Obrigado, você é incrível. — Neguei segurando sua mão, o alvo olhou para o toque em sua pele e sorriu… Ele tem o melhor sorriso desse mundo. Porra Yoongi. — Como ele esta?

— Com muita dor, mas os remédios deixam ele bem sonolento. — Ele abriu a embalagem apenas com uma mão para não soltar a minha, com medo de eu fugir.

— Ele… Gesticulou o que aconteceu com ele?

— Não… Acho que vai demorar, ele já passou por tanta coisa, que me admira ele ser tão sorridente.

— Nem todo sorriso é verdadeiro, Yoongi. Ele precisa de terapia.

— Todos nós, amor. — Falou comendo o pão. Sorrir involuntariamente bobo. — Mas sei que meus pais eram pessoas horríveis, cada hora vem alguém cobrar dinheiro, ou não sei… Deseja mal a nós. Tive que tirar um bom dinheiro, que estava guardado para mandar cremar eles, nem quis as cinzas.

— Como você está com isso tudo?

— Destruído. — Ele suspirou com os olhos marejados.

— Yoon… — Me aproximei dele e o trouxe para um abraço.

— Obrigado por estar aqui. — Beijei o topo de sua cabeça, fazendo um carinho em seu cabelo longo. — E o que aconteceu com você? Te conheço e sei que está mal.

— Minha mãe me abandonou, sumiu com amante dela, meu pai biológico tem uma família, e descobrir que tenho meio irmão. — Falei como se não fosse nada. — Mas tô bem, passou. — Ele me olhava estático o que me fez rir. — Somos dois fudidos.

— Somos dois fudidos. — Ele repetiu rindo. — Que merda. — Yoon se levantou terminando o cade da manhã e jogando as embalagens no lixo. — Porra, meus pais morreram e me deixaram todo fudido.

— E a minha disse que tentou me abortar.

— Caralho! — Nós estávamos rindo. Como dois idiotas. — Só essa manhã cinco tios vieram cobrar 10 mil….

Cem Palavras - Min Yoongi {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora