VII ﹤Te conhecer.

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11:13 hrs.
27/05/2024, sábado.

O CLIMA que já pesava, se tornou aos poucos intenso. Os assuntos que o mais velho puxava não parecia desenrolar, e o homem foi ficando constrangido com a situação, se arrependendo de dizer a verdade sem querer aos garotos.

Eles fizeram algo que uma paixão infantil não faz.

Um constrangimento em pensar nas belas palavras que já disseram um ao outro se tornando gemidos desejáveis.

— Eu sinto que estou atrapalhando. — Connor resmunga, posicionando suas mãos em sua cintura. Uma pose típica de pai. — E não quero que contradigam-me! Percebi que o clima pesou, mas precisam dar um jeito de esconder isso…

As caras confusas voltaram…

— O que quer dizer com isso, pai? — Felix, que estava apoiado no balcão, redireciona seu rosto ao homem.

— Quero dizer que sua mãe tá vindo aí, e se ficarem nessa de “dei e não sei oque fazer agora” ela vai perceber, então fiquem constrangidos depois!

Lee foi pego de surpresa… Só tinha 2 pessoas no mundo todo que ele odiava. Primeira: Sua mãe, sua matriarca e gestora. Segunda: Sua avó, a matriarca e gestora de sua mãe, até porque, filho de peixe, peixinho é.

A Lee mais velha entre todos, a mais assustadora. A mulher mal passava tempo com sua família, mas quando decidia fazer uma visita surpresa, ela surpreende com o quão arrogante e insuportável é!

Aos 20 anos, Jina foi expulsa de casa pela sua mãe, por estar noiva de uma mulher. Aos 25, seu irmão Tae foi deserdado pela sua mãe por ser Bissexual e ser um ídolo de sucesso… Sua mãe invejava a felicidade, não podia ver ninguém melhor que si.

Felix era o único que faltava, o único que não feriu o ego gigantesco de sua mãe. Ele não estava pronto para que isso acontecesse. Medo, ele apenas tinha medo.

E, agora, seu medo estava a caminho. A caminho de sua vida.

Seus olhos, cheios d' água, transbordaram uma gota, a qual ligeiramente foi limpa.

Connor se aproximou do filho, segurando uma de suas mãos com as palmas de suas próprias.

Hyunjin apenas observa de longe. Ele até podia não conhecer muito bem a família de Felix, mas com certeza seu pai era incrível, para ver isso ele não precisava conhecer, qualquer um podia perceber.

— Ela está chegando… Já fazem 14 anos que não a vê, está pronto para isso? — Soltando a mão do filho, ele diz.

14 anos… Desde que seu pai se separou da ovelha negra, não deixou que Felix fosse atingido pela escuridão. Ele se negou a deixá-la apagar o brilho do único filho que ainda brilhava.

— Vai ficar tudo bem, é só ela não descobrir… Ela não vai, né? — Connor fecha e abre o olhos lentamente, dando apenas um pequeno sorriso. Tentava demonstrar confiança, que nada iria acontecer.

[...]

Rapidamente, os garotos se vestem bem ao adequado. Roupas finas, mas não formais. Apenas o suficiente para não serem humilhados pela mulher que humilhou essa família a vida toda.

Crianças que cresceram sem poderem ser crianças. Tiveram que aprender a sobreviver na selva, como animais, pois sua mãe era uma predadora.

— Felix… — O moreno colocava algo como uma camisa larga e uma calça cargo. Em resposta, Lee apenas murmura. “Hum?”... — Seria um assunto muito indelicado se eu perguntasse o por que você odiar tanto sua mãe? …

— Ah, não… Não tenho problemas em explicar… Mas, em resumo, ela não lá a melhor pessoa para se ter na família… Só não moramos hoje com ela, na Austrália, porque ela expulsou todos. Meu irmão, por ser melhor que ela, minha irmã, por se casar com a Jeong e seguir faculdade de Piscologia. Minhas outras irmãs nunca se deram nem o trabalho de manter contato, com nenhum de nós… Mas… Meu medo vem do fato de, comigo, nunca ter ocorrido nada… Claro, tem nossa infância, que nesse assunto nem entro agora, de tão longo que seria… Só tenho medo do que Deyna pode fazer. Ela já colocou fogo na casa de Tae, não teria medo de colocar nessa também..

A cada palavra, Felix ficava mais e mais cabisbaixo. Suas lembranças foram tão traumáticas, que ainda se mantiam frescas em sua mente. Hyunjin pode perceber ligeiramente, logo abraçando o mais novo..

— Eu sei que nos conhecemos ontem, mas eu realmente senti, desde que te vi, que te conhecia a anos… — O moreno pode sentir o pequeno o abraçando, fortemente, conforme ouvia suas palavras. — E… se for para você passar por algo com essa mulher, eu não temerei em passar junto. — O maior segura o rosto do menor, usando das duas mãos. Ele encara seus olhos marejados de lágrimas, logo deixando um selar em seus lábios. O menor retribui esse beijo.

— Bom… Realmente nos conhecemos há anos. — Os rapazes riem levemente.

Os garotos ainda se mantiveram abraçados, quando a campainha tocou e, rapidamente, eles viraram a sala.

Quando chegaram, seu pai estava parado ao lado do balcão, como se abrisse caminho para o tormento se suas vidas passarem.

Então o garoto se direciona à porta, deixando Hyunjin para trás, junto de seu pai.

Felix respira fundo enquanto segurava a maçaneta, até que o mesmo toma coragem, abrindo em um vaco profundo a porta. Seus olhos fechados se abrem, olhando para sua frente.

— Meu bebê! Quanto tempo… — A mulher sorri maliciosamente, olhando para seu filho.

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Espero que tenha gostado! Aproveite mais esses novos capítulos a seguir e me deixei opiniões!!

total de palavras: 910...

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ꜰʀᴏᴢᴇɴ ᴍᴇᴍᴏʀɪᴇꜱ ~ (Hyunlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora