Destined souls • Minsung

𝟎𝟒

As almas em Helheim imploravam por misericórdia enquanto Hades as punia sem um pingo de consideração.

Jeongin não gostava de escutar os gritos desesperados das almas ao serem lançadas ao fogo eterno mas ainda assim, aquele era seu lar.

Depois que Lee prometeu cuidar de Jeongin, o levou até o submundo, onde o mais novo estaria sob sua supervisão.

Mesmo depois de anos, Jeongin ainda não conseguia se acostumar com a maldade do lugar e sentia pena de todas aquelas almas. No entanto, não podia fazer nada para intervir nos assuntos do irmão.

Ao chegar de volta ao local, o mais novo se direcionou até o trono do irmão com a intenção de contar sobre suas descobertas.

Lee sorriu ao ver Jeongin se aproximando e deixou o "serviço" de lado apenas para ouvi-lo.

— Tenho algo a lhe falar que é do seu interesse — disse o mais novo, aproximando-se.

— Não quero ser intrometido, mas hoje pela manhã fui atrás do cupido — continuou. — Descobri qual é sua maldição.

Minho, que já escutava atentamente, agora parecia ainda mais interessado no assunto do irmão.

Lee não disse nada, apenas levantou a sobrancelha, esperando que o menino continuasse.

— Não sei quem o amaldiçoou, mas pelo que entendi, o cupido não consegue amar ninguém.. não tem sentimentos de amor...

Lee parecia pensativo após ouvir o mais novo, todo o assunto só aumentava sua curiosidade.

"Por que alguém em sã consciência iria amaldiçoar um cupido? Não tem noção das consequências?" - pensou Hades.

— O que mais você descobriu? — perguntou Lee.

— Que ele aceitou a proposta dos Deuses porque seu pedido é para que um deles quebre a maldição... Se eu não estiver enganado, isso significa que a maldição só se quebra se um Deus o 'desejar' — disse Jeongin, fazendo aspas com os dedos ao final da fala.

— Pode parecer fácil, mas Jisung é um ser puro então suas flechas não funcionam em si mesmo, o que significa que um Deus tem que amá-lo por vontade própria — continuou Jeongin. — É difícil fazer Deuses se apaixonarem por criaturas puras e fracas...

— E que tipo de pedido ele vai fazer? Para que um dos Deuses se apaixone por ele? — perguntou Hades, enquanto olhava para o irmão com um sorriso irônico nos lábios.

— Ele não precisa apenas de amor irmão.. ele precisa que um Deus o olhe ou com amor ou com luxúria... E pelo visto, acho que ele já fisgou alguém, não é mesmo?

Jeongin tinha um sorriso travesso nos lábios enquanto olhava para seu irmão, que estava sério como se tivesse se ofendido.

O mais novo sabia muito bem que o irmão se sentia solitário há tanto tempo e um cupido de pele pálida era tudo o que o mais velho precisava.

❝ ⌛ ❞

Han arrumava seu arco nas costas enquanto Afrodite observava de longe a loucura do filho.

A deusa não fazia ideia de que o pedido de Han era para que os Deuses o amassem.

Se soubesse que seu filho estava se submetendo a tal situação apenas por um amor falso, ficaria furiosa.

Quando terminou de se preparar, Jisung deu um selinho na testa da mãe e saiu em direção ao reino de Poseidon.

Chris estava em Aqualis, reino do mar e da noite, à espera do pequeno e medroso cupido.

Ao chegar, Han se deparou com Chris logo na entrada.

O mais velho explicou ao mais novo passo a passo do plano: tudo o que Han precisava era pegar o bruxo despreparado e acertá-lo com suas flechas mágicas.

No entanto, Seungmin era esperto e, se desconfiasse da presença do cupido, com toda certeza o mataria ali mesmo.

A primeira parte do plano era acertar Poseidon. Assim, Chris ficou de costas para Han, que não tardou em disparar a flecha contra o Deus do mar. Agora só precisava acertar o bruxo...

Chris levou Han até Arcania, o reino onde Seungmin habitava.

O cupido demorou a encontrar a casa do bruxo, mas, quando finalmente chegou, não pôde deixar de se surpreender ao ver mais alguém presente ali.

Era Hades, o deus do submundo e dos mortos.

Han não entendia por que Minho estava na casa do bruxo, mas assim que Lee o viu e não contou nada para Seung, Han percebeu que isso devia fazer parte do plano.

Com determinação, posicionou a flecha no arco e mirou nas costas do bruxo. Seungmin se virou e viu o cupido mirando para ele.

Antes que pudesse se defender, sentiu alguém segurá-lo por trás e ficou irritado ao ver Lee o prendendo.

— Você é um traidor, Hades — disse o bruxo, irritado, mas logo sentiu algo em seu peito e, aos poucos, foi desmaiando.

Jisung não entendia por que o bruxo tinha desmaiado mas ao ver a feição calma do deus ao seu lado entendeu que estava tudo bem.

— Você fez um bom trabalho, cupido — comentou Hades enquanto carregava o bruxo desacordado.

— Foi só por sua ajuda... — respondeu o mais novo. — Por que ele desmaiou? Isso nunca aconteceu.

— Bruxos são imunes às suas flechas mágicas... Mas eu dei um jeito nisso antes de você chegar e por isso ele desmaiou.

Han não disse nada apenas concordou com o mais velho.

Lee levou o bruxo até o reino de Poseidon e o entregou nos braços do Deus. Chris agradeceu pela ajuda dos dois e os convidou para entrar.

No grande salão, havia água por todos os lados, fazendo com que Lee e Han ficassem encharcados.

Chris afastou a água para que ambos pudessem se sentar antes de escutar o que o mais velho tinha a dizer.

— Você fez um ótimo serviço, cupido, e como prometido, pode pedir o que quiser que eu irei atrás — disse Poseidon, com um sorriso no rosto.

"Ele era mais assustador quando estava com raiva" - pensou Jisung.

O cupido parecia tenso, mas não tardou a dizer de uma vez o que desejava:

— Eu quero que um de vocês me ame...

Um silêncio absoluto tomou conta do grande salão, fazendo até toda a água tensa do oceano se acalmar.

— Perdão? - Disse Poseidon

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