TWENTY TWO - Pânico

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- CASSIDY ROVER, Delegacia de Seattle; 21:26

Aqui estou eu, tremendo em uma delegacia, policiais indo e vindo de todos os lados enquanto eu mal conseguia piscar já que ao fechar os olhos eu via aquela cena de novo e de novo, meu celular foi levado para tentar fazer algo em questão do número desconhecido, mas alguma novidade? Não, apenas alguns policiais falando "Será muito difícil encontrar o verdadeiro dono desse número", honestamente? Eu só posso torcer para que, o que ele disse antes que faria comigo caso eu escolhesse recorrer a polícia seja mentira, se não for, eu tô totalmente fodida.

Os policiais andavam pra cima a para baixo preocupados, e passavam por mim, como se eu não soubesse o que estava havendo, até um deles se aproximar.

- Aí mocinha, nós precisamos ligar para algum número de emergência seu, não tem ninguém da sua família que possamos chamar...? - Questionou o oficial com a tag de "Paul"

- Na verdade...tem sim - Eu disse pegando o telefone que ele estava me estendendo

Eu disquei o número devagar, e hesitando, minhas mãos tremeram ainda mais, não falo com meu irmão desde a morte da minha mãe...

LIGAÇÃO - ???:

- Alô?

- Alô...

- Quem é?

- Cassidy, Cassidy Rover...

Minha voz hesitou mais do que eu gostaria

- Cassie? Está tudo bem?

- Não exatamente...

- O que houve?

- Você pode vir pra Seattle? Tenho muita coisa pra te contar...

- Tudo bem, vou ver se consigo um ônibus daqui de Nova York até Washington.

A voz dele era suave, me fazendo acalmar

- Isso seria ótimo, obrigado irmão...

- Por nada maninha, mas pode me contar ao menos por que não está me ligando do seu celular?

- Eu estou na delegacia...

- O quê?

Sua voz pareceu estupefata

- Aconteceram...coisas estranhas comigo, e eu estou aqui de testemunha...

Minha ansiedade era transparente pela entonação de voz

- Eu vou dar um jeito de ir hoje mesmo.

- Ok, valeu...

[...]

Kairo desligou em seguida, fazia tempos que não nos falávamos, desde o velório da nossa mãe, é certo que nossa relação não é tão íntima de quando éramos crianças, até por que depois que o papai morreu ele foi morar com nossa avó, mas nunca fomos indiferentes ou apáticos um com o outro, pelo contrário, nós sempre nos apoiamos em tudo...

O policial pegou o telefone e eu voltei a tentar retomar minha respiração como antes, eu estava com um copo de achocolatado em mãos, minha pele seguia pálida como papel, até um toque quente familiar tocou meu braço, eu pensei ser Herman por um instante até ver a pele pálida.

- Apollo? - Eu questionei com o rosto em seu ombro, ele usava uniforme de oficial, ele exalava cheiro de café com algum perfume masculino amadeirado.

Apollo cresceu comigo no orfanato, passávamos a maior parte do tempo juntos, e ambos fomos para turmas de teatro, Apollo é quatro anos mais velho que eu, então logo largou o teatro e saiu do orfanato, fez faculdade, parece que ele conseguiu seguir o sonho de ser tornar policial, isso me deixa muito feliz pra falar a verdade...

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