Capítulo 07 - Ramon: Um amor sem limites

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O cheiro de chuva já dava para sentir ao longe, o frio não me afetava. Mas afetava quem eu protegia. Uma menina, uma criança aos meus olhos, aparentemente tínhamos a mesma idade. Ainda me pergunto como vim parar aqui. Por que fui me meter nessa confusão? Enquanto pensava nessas coisas, os primeiros pingos de chuvas tocaram o chão. Levantei desnorteado, ainda cansando de ficar até tarde ontem assistindo um filme, ao qual, já tinha assistido várias vezes. O filme, cujo o qual, os efeitos especiais eram uma merda, mas era um bom filme. Drácula de Bram Stoker rodava no DVD pela trigésima sétima vez ao meu ver, mas para os olhos dela, eram apenas a terceira vez, ela gostava de romances góticos. Isso era uma das coisas, que tínhamos em comum. Um barulho esquisito atrapalhou meus pensamentos. Era do quarto dela, ouvi seus gritos. Abri minha porta, e em seguida corri ao seu encontro. Encontrei ela em sua cama, gemendo de dor, ao que parecia, era um pesadelo, e ela suava frio. Ao assistir aquela cena, vi que não tinha mais tempo cedo ou tarde, a transformação estaria completa, e nossos mundos nos dividiriam novamente. Tentei acordá-la com cuidado.

-Diana...Diana...Por favor acorde, estamos atrasados.

Olhando com mais atenção, ela estava em vestes de dormir, vestia uma calcinha box, e uma blusa, parecia ser conjunto, e admirei aquela paisagem até ouvir de novo, seus gritos de dor, agora os gritos eram mais altos. E sua respiração estava mais acelerada, senti um frio na espinha, isso é meio irônico da minha parte, mas senti uma pontada de medo. Não aguentei vê-la daquele jeito. E tentei acordá-la a qualquer custo. Sacudi ela, em meus braços, até acordá-la, quando finalmente ela abriu seus olhos, eles haviam mudado, estavam em um tom amarelado, e pareciam mais cheios de brilho lunar do que nunca. Ela me abraçou com um medo enorme, e aquilo mexeu comigo. Beijei sua cabeça com ternura, e me afastei, me virei de costas, e falei.

-Desculpe invadir seu quarto, você estava gritando e não sabia o que fazer. – Abaixei minha cabeça e cobri minha face com minha mão esquerda, ao qual, dava inicio a minha tatuagem do dragão vermelho, um dragão oriental, onde escondi uma queimadura. Estava sem camiseta, só com um calção de dormir. Depois que me toquei no que estava vestindo. Me virei. Ela chorava em silêncio. Estava com o rosto abaixado, escondido pelos joelhos e seus braços, abraçados a sua volta. – O que está acontecendo my ladie? O que a preocupa?

Ela levantou seus olhos, agora, vermelhos do choro, abriu a boca para falar, mas desistiu, e voltou a esconder o rosto. Minha preocupação cresceu ainda mais. Não devia estar me envolvendo com ela. Fui contratado para protegê-la. Olhei meio sem saber o que fazer, e fiquei uns 5 minutos em silêncio. Depois quebrei o silêncio me dirigindo a porta, antes de sair, me virei para ela novamente.

-Estamos atrasados, cuide em se arrumar e se acalmar. No carro conversamos.

Voltei em direção a ela e beijei de novo sua cabeça. Ela me olhou, meio envergonhada e sem jeito falou.

-Obrigada.

Sorri e sai do quarto dela encostando a porta. Fui ao quarto de Lucelia, bati na porta, mas não ouvi resposta, quando entrei, encontrei um quarto mais vazio, do que eu era a vinte anos atrás. No chão um bilhete escrito em sangue.

" Ramon, conto com você, ela irá despertar, sabe o que fazer quando isso acontecer! Quanto a Lucelia, eu a chamei de volta, ela não ia ficar bem nessa cidade, sem poder circular de dia. Cuide da garota. Mas uma vez: Conto com você. Dirty Mortis. "

Sentei no chão com o bilhete em minha mão esquerda, e a direita coçando a cabeça. Estou ferrado pensei. Amassei aquele maldito bilhete com uma mão só, e me dirigi ao banheiro. Tomei banho bem rápido, me troquei, e fui na geladeira pegar algo para ela comer. Dez minutos depois, Diana surgiu na porta da cozinha mais linda do que nunca. Fitei-a com meus olhos, meio que de lado. Peguei as coisas e nossas mochilas.

O Silêncio de DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora