Capítulo 11 - Diana: Um silêncio que nunca será quebrado

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Onde eu moro só chove, isso é que dar morar no sul do Brasil. O tempo nunca muda, sempre com chuva e um frio enorme. O que mais me perturbava naquela tarde era o fato de Megan, está saindo com Joel. Senti-me uma falsa sem poder contas tudo que me ocorrerá e sem poder avisa-la do assassino ao qual ela anda saindo. Será que Joel realmente amava Megan? Haveria uma remota possibilidade de que Joel podia ser diferente com relação a Megan? Quanto mais eu pensava no assunto, mais eu me enrolava nos problemas. Meu transe foi interrompido pela batida de porta de Ramon, com nosso almoço do Pittsburg. Mesmo eu estando sem fome, ele comprou meu sanduíche preferido. Havia algo em Ramon que me perturbava, meu sexto sentido me avisava perigo, mas meu coração mesmo assim, ainda batia por ele.

-Ei o que houve? Você está tão calada.

-Só acho que não estou ainda pronta pra digerir tudo que estou vivendo nesse exato momento.

-Sua mãe me ligou.

-E ai?-Ela disse que como já ocorreu a primeira transformação, seu pai vai vim busca-lá. Você vai precisar se distanciar um pouco de tudo isso.

-Não, não pode fazer isso, Megan precisa de mim.

-Anjo, eu sei. Mas é pro seu próprio bem, e pra sua segurança e da sua amiga. Já imaginou você se descontrolar, o que você pode fazer? Você vai pra uma aldeia na Amazônia, seu pai vem busca-lá.

-E Megan? Se Joel tentar matar Megan?

-Eu vou ficar aqui anjo, vou ficar de vigia em Joel. Ainda tenho que pesquisar sobre o novato.

Encolhi-me no banco, com os olhos molhados, prontos a produzirem lágrimas, minha mãe estava mesmo se livrando de mim. Minha ficha caiu, ela achou que eu fosse vampira, se decepcionou e agora esta me devolvendo com alguém devolve um produto com defeito. E Ramon não iria comigo. Eu iria pra Amazônia, sozinha com meu pai, para uma aldeia de índios, lobos na verdade, aprender coisas das quais eu só li em livros. Ramon ia ficar pra cuidar de Megan, mas não era isso que eu sentia, na verdade acho que Ramon queria se livrar de mim, assim como minha mãe.

-Ei não chore, sempre vou estar do seu lado, é só por um tempo. Seria suicídio se eu fosse com você anjo. Entenda-me.

-Eu sei. E também quero que você fique pra cuidar de Megan. 

Baixei minha cabeça, encarando minha comida. Tentando controlar uma angustia que sentia. Mas minhas forças foram por água abaixo quando avistei Joel em frente ao nosso carro com Megan a segurar sua mão. Tipo uma menina indefesa segurando a mão do lobo mal, mas o único lobo que tinha ali era eu. Comecei a ficar furiosa, e minha angustia subia cada vez mais. Ramon pisou no acelerador com gosto, e arrancou a uma parte isolada da cidade.

-Ramon... eu não consigo aguentar mais...Minha voz falhou, eu me joguei porta a fora na estrada, meus olhos passaram de um negro para um amarelo dourado, e minhas roupas rasgaram, comecei a esticar, a dor que senti a primeira vez que me transformei, agora não fazia o mínimo efeito. Minha face cresceu um focinho de lobo, e uma pelagem branca acinzentado surgiu. Eu me pus de quatro. Percebi que estava na forma Lupus, assim com o livro de meu pai me ensinará. Olhei para trás vi Ramon parado ainda sentado no volante, e nosso carro sem a porta. Eu recuei um pouco, e Ramon se aproximou.

-Calma anjo. Tenha calma. 

Eu cheguei a seus pés e me sentei, encarei-o de forma diferente... De olhos de um Lupus, recém transformados. Ele me acariciou como alguém acaricia um cachorro. Os olhos de um lúpus não eram tão diferentes de olhos humanos. Mas eu conseguia enxergar a distancia e isso me assustava. Agora eu estava deitada com as patas nos olhos tremendo. Ramon se abaixou e me colocou em seus braços, me levou para o carro, colocou-me no banco traseiro, e seguiu, com carro até o apartamento. Ao chegar ao apartamento:

O Silêncio de DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora