O Silêncio de Diana

Capítulo 05 - Desconhecido

Na manhã seguinte, meus olhos estavam mais abertos do que nunca. Não tinha dormido em nenhum momento. Como de costume, as 7 em ponto a porta do meu quarto se escancarou. Lucelia adentrou meu quarto trazendo umas malas, e em seguida, Michely entrou com uma bandeja de café da manhã.

-Bom dia Diana! – As duas disseram em coro de felicidade. A única coisa que fiz foi retribuir com um sorriso amarelo.

-Bom dia meninas.

-Bem sua mãe disse que comprou um apartamento para a senhorita, e pediu que fizéssemos suas malas com as roupas do closet que você mais gostaria de levar. –Olhei meio desanimada, mas me levantei e comecei a separar o que realmente eu iria usar.

-Deixe a bandeja ai, e podem se retirar vou arrumar minha mala sozinha.

-Não Diana, sua mãe mandou a gente arrumar.

-Fique tranquila Michelly ela é muito ocupada pra saber quem arrumou ou não minhas malas. Podem ir, vou arrumá-las.

Michelly e Lucelia se olharam por 5 segundos e se retiraram, porta a fora do meu quarto. Comecei separando as camisetas de : Jogos, Animes e Séries. Depois coloquei os coturnos e uma porrada de tênis all star, coloquei os corseletes que gostei, e empurrei várias calças: Jeans e de couro. Enfiei na mala tudo que dava pra levar. Peguei meu celular em cima da penteadeira onde minha mãe havia colocado. Eu nem liguei ele ainda, e por incrível que pareça, nem queria no momento. Joguei ele dentro da mala, e olhei para o lado vi "Silêncio", a edição nova que Ramon me deu assim que cheguei. Meio frustrada e triste coloquei o livro também na mala. Assim que o livro tocou a mala, senti um calafrio e quanto olhei para trás, encontrei Ramon em pé, na porta do meu quarto. Meu olhos queriam derramar várias lágrimas, mas segurei todas e esbocei um sorriso falso.

-Bom dia! – Falei meio seca, me virei e continuei a arrumar minhas coisas. Na escrivaninha notei um embrulho preto com fita de cetim. Caminhei até lá e antes que eu pudesse me virar para a porta e perguntar. Ramon já havia sumido.

Caminhei até minha cama, e sentei. Desembrulhei o presente e nele tinha o seguinte nome: "Diana" da cor prata. A capa era veludo em um tom de verde. Da mesma cor do meu vestido de aniversário. Fiquei tão deslumbra que deixei cair algo, como um tintilhar de uma chave no chão, olhei ao meu redor, e percebi uma chave de um design diferente, ela tinha um desenho na ponta de um rosto, metade lua, metade sol. Depois percebi, era a chave do diário que ganhei. Ao abrir o diário, encontrei uma carta endereçada a mim. Sem remetente no envelope.

Abri a carta e encontrei uma letra muito parecida com a minha. Comecei a ler.

"-Querida Diana, antes de mais nada, parabéns, 17 anos é uma idade muito bonita para uma garota. Sei que não fui muito presente em sua vida, sei também que Dirty não tem muito costume como nós, humanos. O meu pai, me deu uma importante mensagem quando completei meus 17 anos. Então acho que é meu dever passá-la a você. Filha nunca deixe o medo de errar impedir que você jogue! A essa altura da vida, todas as escolhas que você fizer tem que ser com consciência, e sabia arcar com as conseqüências que elas te trarão. Bem meu tempo é curto e não sei muito o que dizer a você. Eu só espero que um dia ainda possamos nos encontrar pessoalmente, para mim, poder abraçá-la e beijá-la como minha filha. Papai sente sua falta, mesmo que você não se lembre, já que era tão nova quando sua mãe a levou. Normalmente é costume na minha família da um livro em particular, a nossos filhos nessa idade, como você é diferente, minha filha, decidi comprar algo mais feminino, e mais especial, sei que ta meio fora de moda, meninas de 17 anos escrever em diários, mais achei que poderia se sentir só como eu me sinto. Quando se sentir assim, é só escrever seus pensamentos nele. Bem, no final do diário coloquei um livro de bolso da nossa família, dentro dele tem uma foto minha com você e sua mãe, mas como você sabe, sua mãe não aparece em fotos, tive que pintá-la a mão! Espero que tenha gostado do presente.