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Amy é meio bode➴➵➶➴➵➶➴➵➶

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Amy é meio bode
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Sempre fui expulsa de todas as escolas que frequentei após completar um ano letivo — as vezes, nem isso —. 4 anos no mesmo lugar é tipo um milagre para mim.

Entrei na Yancy quando tinha 12 anos. Nunca foi ruim, mas eu diria que o meu primeiro ano aqui foi o mais difícil de lidar, além da dificuldade de aceitar que teria de passar a maior parte do ano lá, tinha uma pedra no meu caminho.

Percy Jackson, esse menino com certeza foi a pessoa mais insuportável que eu já conheci. Nunca nos demos bem, nem ao menos lembro quando a rivalidade começou, talvez porque ele era um completo idiota, desnecessário. Percy foi expulso da escola na nossa primeira excursão, quando fomos ao Metropolitan Museum of Art e o loiro foi acusado de empurrar Nancy Bobofit em uma fonte, depois disso nunca mais o vi. Jackson tinha o apelido de maluco e esquizofrênico por ver coisas anormais (as quais eu também via).

Me perdi nos pensamentos até escutar Amelie Underwood — minha melhor amiga desde o ano em que cheguei no internato — me chamando.

– Aurora! – Amelie grita. – Você parou no meio do caminho, tá tudo bem?

– Tudo bem! Apenas presa no passado, nada fora do comum por aqui. – Só mais um dia normal para alguém com deficit de atenção e problemas psicológicos.

Paramos em frente ao meu armário e os pensamentos continuavam me atormentando, mas ignorei. Peguei meus livros para a aula de química e fechei o armário.

– Ei, Amy lembra do Percy?

Amelie pareceu ter uma onda de nostalgia por alguns segundos. Não sei como e porque, mas isso sempre acontece quando eu retomo algum assunto antigo.

– Do Jackson? – Balanço a cabeça positivamente – Ah, claro. Por quê?

– Nada, só tive um deja vu.

– Por isso que você ficou parada ai do nada! Sempre soube que ele te deixava desconcertada.

– Desculpe? A única coisa que esse loiro oxigenado me deixa é irritada.

– Nah.. No fundo vocês se gostavam.

Encarei a morena com uma expressão incrédula e sai andando em direção ao laboratório.

⋆·˚ ༘ *

Naquela aula nosso objetivo era misturar alguns produtos e fazer o negócio explodir ou ter alguma reação, dá na mesma.

Amelie estava obviamente fazendo tudo sozinha. Eu definitivamente sou péssima em química, nem tento mais mexer com isso, além disso, Amy aparenta saber o que está fazendo.

Novamente, eu estava perdida nos pensamentos e nem percebi quando o pote do experimento começou a tremer loucamente.

– Acho que é melhor sairmos daqui. – A morena diz me encarando preocupada.

– Tá brincando?! Eu preciso ver isso explodir.

– É sério, Aurora. Precisamos sair daqui antes que seja tard–

No segundo em que a coisa explodiu, uma espécie de cobra estranha — provavelmente um basílico —.

– NÃO OLHA! – A morena gritou em desespero.

Escutei Amelie murmurar algo — provavelmente um xingamento — em outro idioma. Desde quando ela fala alguma língua que não seja inglês?

– Pela janela!

– O que? – Segui ela até a saída mais próxima e me joguei para o lado de fora, caindo em alguma planta, o que provavelmente me deixou alguns cortes.

Aparentemente, a coisa verde estava nos seguindo, e eu tenho certeza que não é normal uma cobra se locomover tão rápido.

Corremos para fora de escola e Amy acenou para o primeiro taxi que viu.

– Boa tarde! Nos leve até Long Island, por favor. – Amelie disse ofegante. Eu a encarei indignada.

– Pirou de vez? Eu preciso ir para casa!

– Não temos tempo, depois eu explico isso para o seu pai.

– Do que raios você está falando?

– Pode ser chocante, mas não surta. Sabe os deuses gregos e mitos que todo mundo sempre te falou que não eram reais? – Assenti confusa. – Isso tudo é real. Você é uma semideusa e sua mãe não te abandonou ou morreu como sempre te disseram, ela na verdade é uma deusa. Em Long Island é onde fica o único lugar que você estará segura e protegida de coisas como aquela. Neste refúgio, meio-sangues são treinados para sobreviver na realidade em que são obrigados a viver.

– Isso é loucura. Eu sou uma disléxica problemática, claramente não sirvo para ser uma semideusa.

– A sua dislexia é porque seu cérebro tende a ler o grego antigo e a hiperatividade é a consequência dos seus reflexos de batalha.

– E por que você só me fala isso agora? Nos conhecemos a quatro anos.

– Geralmente, os monstros deveriam ter começado a aparecer quando você completou 12 anos, mas nada de estranho acontecia, então retardei a sua ida ao acampamento.

Quando eu ia responder o carro parou e Amelie pagou o taxista. Eu não estava muito preocupada com a possibilidade de o motorista ouvir, afinal, estávamos em Nova York. Uma revelação sobre ser ou não ser uma semideusa não era a coisa mais maluca que um taxista ouviria num dia qualquer.

Em Long Island andamos muito. A cada dez minutos aparecia outro monstro; vi górgonas, ciclopes, lestrigões e qualquer monstro que você possa imaginar. Chegamos a uma colina com um pinheiro no topo. Apoiado na árvore, tinha algo reluzindo ouro e.. Pera ai, aquilo é um dragão?

O dragão, nem o basílico não foram a coisa mais estranha que eu vi naquele dia, na verdade foi quando olhei para Amy e ela tirava os tênis revelando pernas de bode.

– Não é possível, acho que isso é um delírio. Você não é realmente meio bode e isso é uma alucinação, correto?

– Você tá vendo certo. Meio bode não é bem o termo correto, o nome certo é sátiro.

– Obrigada pela lição de casa, Amelie.

A morena revirou os olhos e começou a andar mais rápido, provavelmente ainda estávamos sendo seguidas.

Chegamos ao topo da colina e a única coisa que eu lembro era o cansaço, a sensação da pressão baixando e tudo ficando escuro.

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𝗙𝗼𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝖸𝗈𝗎𝗇𝗀 | 𝖯𝖾𝗋𝖼𝗒 𝖩𝖺𝖼𝗄𝗌𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora