Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Traumaatrás de trauma. ➴➵➶➴➵➶➴➵➶
A entrada da caverna era muito maior do que parecia de longe. Assim que Percy e eu cruzamos o limiar, a temperatura caiu bruscamente, como se a própria caverna estivesse sugando o calor de nós. O som das ondas do mar, que lá fora era constante e ritmado, ficou abafado, quase irreconhecível. Agora, tudo o que eu conseguia ouvir era a minha própria respiração e o eco distante dos nossos passos.
A espada em minha mão estava fria, como se o metal estivesse respondendo ao ambiente ao nosso redor. A escuridão era densa, quase tangível, e nossas tochas mal faziam o suficiente para iluminar alguns metros à frente. Mas mesmo com a luz fraca, eu conseguia sentir que a caverna estava... viva. Não de uma forma literal, mas como se algo estivesse observando, esperando.
— Alguma ideia de para onde vamos? — Percy perguntou, sua voz baixa, mas ainda audível.
— Nenhuma. — Respondi secamente. — Mas continuar em frente parece a única opção.
— Adoro quando estamos preparados.
Ignorei o comentário dele. Meu foco estava em sentir o ambiente, tentar captar qualquer sinal de perigo antes que ele surgisse. A caverna era traiçoeira, e quanto mais caminhávamos, mais eu sentia que algo estava errado. As paredes pareciam se mover levemente à nossa volta, como se a própria caverna estivesse mudando, se adaptando para nos confundir.
Minutos se passaram, mas parecia que estávamos caminhando há horas. Cada curva da caverna levava a outra passagem, outra bifurcação. Era um verdadeiro labirinto.
— Você também está sentindo isso, certo? — Perguntei, sem olhar para Percy.
— Se você se refere a essa sensação de que estamos andando em círculos... sim — ele respondeu.
Antes que eu pudesse responder, uma rajada de vento gelado passou por nós, apagando as tochas ao mesmo tempo. A escuridão nos envolveu por completo, e de repente, a caverna parecia infinitamente maior, como se estivesse se expandindo ao nosso redor. Eu ouvi o loiro praguejar baixo.
— Percy? — Chamei, tentando manter a calma, mas o som da minha voz ecoava de uma forma estranha, como se a caverna estivesse distorcendo até mesmo os sons.
— Estou aqui! — Ele respondeu, mas sua voz parecia distante, muito mais longe do que deveria estar.
Eu estendi a mão, tentando encontrar qualquer sinal dele, mas tudo o que encontrei foi o vazio. A sensação de desconforto que estava comigo desde que entramos na caverna se transformou em algo mais sombrio. Algo estava brincando com nossas mentes.
Dei alguns passos à frente, segurando a espada firmemente, mas o chão sob meus pés começou a inclinar levemente, como se a caverna estivesse mudando sua própria estrutura. Eu me virei instintivamente, mas não conseguia mais ver ou ouvir Percy. O som do mar lá fora parecia ter desaparecido completamente, como se estivéssemos em outro mundo.
