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Informações concretas cairiam bem agora

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Informações concretas cairiam bem agora.
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Assim que Percy e eu nos aproximamos do carro de Argos, Quíron apareceu. Eu sabia que ele tinha mais instruções, porque, claro, não podíamos simplesmente partir sem uma última dica enigmática ou alguma palavra de "sabedoria". Percy já estava encostado no carro, balançando a espada preguiçosamente nas mãos, enquanto eu mantinha meus braços cruzados, tentando não olhar para ele.

— Aurora, Percy — Quíron começou, com aquele tom calmo que eu tanto odiava. Como se estivéssemos saindo para um passeio e não para uma missão potencialmente suicida. — O primeiro passo da jornada os levará às falésias ao sul, perto do litoral. Lá, há uma antiga caverna, que há muito tempo foi usada por... forças que não entendemos completamente.

Eu segurei o impulso de revirar os olhos. Claro, forças "que não entendemos completamente". Não poderia ser algo simples.

— E o que exatamente vamos encontrar lá? — Perguntei, mantendo a voz neutra.

Quíron me olhou com seus olhos profundos e cansados. — Não sei ao certo, Aurora. Talvez uma pista, talvez um obstáculo. O que quer que seja, saberão quando encontrarem. Só se lembrem: união e coragem são fundamentais. Vocês dois terão que trabalhar juntos.

Senti uma pontada de irritação subir pelo meu corpo. Sempre a mesma história de "trabalharmos juntos". Eu olhei de relance para Percy, que parecia desinteressado, o que só aumentava minha frustração.

— Bom, que novidade — murmurei.

Quíron ignorou meu comentário e deu um aceno para Percy, que respondeu com aquele meio sorriso irritante.

— Vão com cuidado — Quíron completou. — As forças que vocês enfrentarão são mais sombrias do que imaginam.

Ótimo, mais mistério. Porque é claro que não saber o que estamos enfrentando tornava tudo ainda mais fácil.

Percy entrou no carro primeiro, se acomodando no banco. Suspirei, e fiz o mesmo. Quando eu fechei a porta, Argos deu a partida e começamos a nos afastar do Acampamento Meio-Sangue. Eu olhei pela janela, tentando afastar o nó que se formava no meu estômago. Eu sabia que isso não seria fácil, mas uma missão ao lado de Percy Jackson tornava tudo mais insuportável.

(…)

A paisagem do acampamento já estava longe no retrovisor. As colinas suaves e o verde brilhante das árvores foram substituídos por uma estrada deserta e o céu nublado que parecia prever nosso destino sombrio. O silêncio no carro só era quebrado pelo ruído do motor e, ocasionalmente, pela respiração irritantemente tranquila de Percy. É claro que ele estava relaxado.

Eu, por outro lado, estava com uma sensação de peso no peito, quase como se uma mão invisível estivesse apertando meu coração. Minha mochila parecia pesar mais a cada segundo, sentia que era a responsabilidade na minhas costas. Não acho que isso seja bom, eu nunca sou a responsável da coisa.

O primeiro ponto da nossa jornada era uma pequena caverna nas falésias perto do litoral. Lá, segundo Quíron, encontraríamos uma pista — algo que nos guiaria até o verdadeiro caminho. Claro, não sabíamos o que esperar, e isso me deixava ainda mais irritada. Eu odiava estar despreparada, e mais ainda odiava não saber o que estava por vir.

— Então... você acha que essa caverna vai ser só uma pista fácil ou já começamos com as coisas tentando nos matar? — Percy perguntou, virando-se no banco da frente e me encarando com aquele sorriso de quem já está acostumado com o perigo.

— Se eu tiver sorte, provavelmente as duas opções, mas acho que temos mais chances de que a caverna tente nos matar — murmurei, mantendo meus olhos na estrada à frente.

— Engraçado, Aurora. Sempre tão positiva.

— E você sempre tão irritante. Novidades por aqui?

Ele suspirou, mas não disse mais nada. Eu sabia que ele não ia desistir de provocar, mas pelo menos, por agora, estava quieto. Meu foco estava no que viria à nossa frente. Sabíamos que a profecia mencionava algo sobre os mares profundos e a verdade que emergiria deles. Não era coincidência estarmos indo direto para as falésias costeiras, mas o que diabos isso significava ainda era um mistério.

— Chegamos — Argos anunciou, com sua voz grave e olhos piscando em várias direções.

O carro parou em frente a uma trilha de terra que levava à beira da falésia. Lá embaixo, o som do mar batendo contra as rochas ecoava na distância. A brisa salgada e fria atingiu meu rosto assim que saí do carro, e por um segundo, fechei os olhos, respirando fundo. Eu precisava me centrar. Precisava focar no que estava por vir, e não no garoto irritante ao meu lado.

Percy puxou sua mochila, sempre despreocupado, e começou a andar na frente. Claro, ele tinha que tomar a dianteira. Eu revirei os olhos e o segui, sentindo o peso da minha espada no quadril. Era reconfortante saber que ela estava lá, pronta para qualquer coisa. Eu já estava acostumada com o equilíbrio, com o manejo, desde os tempos em que eu praticava como hobby. Mas agora, a questão não era habilidade; era sobrevivência.

— Ouvi dizer que essa caverna é antiga. Tipo, realmente antiga. Talvez tenha algo dos tempos da Guerra dos Titãs — Percy comentou enquanto descíamos pela trilha, a voz ecoando levemente com o vento.

— É, ou talvez seja só o lugar onde vamos acabar mortos, já que ninguém nunca volta para contar a história — retruquei.

— Ou.. Pode ser um passo da chave do sucesso. — Ele me manda uma piscadela.

Não respondi, o que era surpreendente. Continuei andando, sem olhar para ele. Estávamos em território perigoso, e apesar da minha raiva, eu sabia que não podíamos baixar a guarda.

Conforme nos aproximávamos da entrada da caverna, a sensação de desconforto aumentava. O vento parecia mais pesado, como se algo estivesse nos observando. O som das ondas lá embaixo, batendo nas rochas afiadas, era quase hipnotizante, mas de um jeito que me deixava ainda mais alerta. Essa não seria uma simples visita.

— Lá está — Percy disse, apontando para a boca escura da caverna.

Eu parei ao lado dele, meu coração batendo mais forte, não de medo, mas de antecipação. A caverna era maior do que parecia de longe, e a escuridão que se espalhava lá dentro era quase palpável. Alguma coisa estava à espera. Eu podia sentir.

— Pronta para entrar? — Percy perguntou, aquele tom provocativo de volta à sua voz.

Eu o encarei, mantendo minha mão firme no cabo da espada.

— Apenas fique fora do meu caminho, Jackson.

Ele sorriu de novo, mas dessa vez não respondeu. Nós dois sabíamos que isso estava longe de ser o mais difícil que enfrentaríamos. Algo estava à nossa espera, mas antes disso, precisávamos sobreviver ao que quer que estivesse nos esperando agora.

Dei o primeiro passo, atravessando o limiar da escuridão, e senti o peso do perigo se fechar ao meu redor. Não havia volta agora.

Que saudades do acampamento, e olha que não faz nem uns dez minutos que eu saí.

𝗙𝗼𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝖸𝗈𝗎𝗇𝗀 | 𝖯𝖾𝗋𝖼𝗒 𝖩𝖺𝖼𝗄𝗌𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora