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Esse lugar me dá calafrios

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Esse lugar me dá calafrios.
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Saímos da caverna cambaleando, o ar frio e fresco do lado de fora nos recebendo como um alívio bem-vindo. O vento do oceano batia contra o penhasco, e o som das ondas ecoava nas pedras, mas nada disso trazia qualquer conforto. Percy andava ao meu lado, o silêncio pesado entre nós. Nenhum de nós queria comentar o que tínhamos acabado de passar na caverna — as ilusões, o labirinto mental.

— Quíron disse que há uma pousada por perto, onde podemos descansar um pouco antes de continuar — Percy falou finalmente, apontando para a trilha sinuosa que subia pela colina.

Eu assenti, mas a sensação de que algo estava errado ainda estava presente. Meu corpo estava exausto, minha mente ainda mais, mas um descanso parecia apenas adiar o inevitável. Cada passo pela trilha parecia mais pesado que o anterior.

Após uma longa caminhada, chegamos a uma pequena construção antiga, como algo saído de uma era esquecida. A fachada era de pedra, gasta pelo tempo e pelo sal do mar. O letreiro, parcialmente coberto por musgo, balançava suavemente ao vento, revelando o nome: Pousada Espectral.

— Isso não me dá boas vibrações — eu resmunguei, olhando desconfiada para Percy.

— Não temos muitas opções. Vamos entrar — ele respondeu, mas seu tom era cauteloso. Ele também sentia que algo estava fora do lugar.

Empurrei a porta de madeira, que rangeu alto, e entramos. O saguão era iluminado apenas por lamparinas de óleo, o que fazia com que as sombras nas paredes dançassem de forma quase viva. Havia uma lareira apagada no canto, e uma mulher de aparência muito velha nos observava de um balcão atrás de uma cortina de poeira. Seus olhos eram como pedras negras, frios e avaliadores.

— Sejam bem-vindos. Precisam de um lugar para descansar? — sua voz soou como um eco estranho no espaço vazio.

— Sim. Estamos só de passagem — Percy respondeu rapidamente, tentando soar casual.

— Certamente. Há quartos disponíveis no andar de cima. Este lugar é seguro... se souberem lidar com sombras. — Ela sorriu de um jeito que me fez arrepiar.

— Ótimo. Subiremos então — Percy pegou a chave que ela ofereceu e fez um gesto para que eu o seguisse.

Enquanto subíamos as escadas estreitas, eu me virei uma última vez para olhar para a mulher. Havia algo de profundamente errado nela. Não era apenas sua aparência, mas a maneira como o ar ao redor dela parecia se mover, como se as sombras fossem parte dela.

No andar de cima, encontramos um quarto pequeno e abafado. O papel de parede estava desgastado, e os móveis pareciam ter visto tempos melhores. Percy jogou sua mochila no chão e se sentou na cama, soltando um suspiro.

— Aconchegante, não acha? — ele comentou com uma expressão irônica.

— Aconchegante como um túmulo, talvez — resmunguei, ainda olhando ao redor do quarto. Havia algo nesse lugar que me fazia querer ficar alerta, como se estivéssemos sendo observados. Mas minha mente estava muito exausta para se focar nisso. Eu me joguei na poltrona ao lado da janela, tirando minha espada e a colocando no colo. — Vamos descansar um pouco e sair daqui o mais rápido possível.

𝗙𝗼𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝖸𝗈𝗎𝗇𝗀 | 𝖯𝖾𝗋𝖼𝗒 𝖩𝖺𝖼𝗄𝗌𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora