MINHA LIBERTAÇÃO- LIVRO II

CAPÍTULO 5

VITTORIO CASSINI

Passei a manhã reunido com homens e fazendo ligações para líderes das cidades na Itália. Todos respeitam a minha soberania, além de acreditarem que os negócios melhoraram desde que me tornei o líder de todo o país. Porém, tudo que estou fazendo é para manter a minha família em segurança. 

“ Quero encontrar com Louis. Vamos para a França, prepare a viagem. Antes, entre em contato com ele e informe que irei entrar e sair de Paris sem nenhum arranhão, ou ele verá como se faz uma guerra.” 

Enzo fica surpreso com a minha ordem. Louis é o líder da França e irei vê-lo pessoalmente. Não tenho medo, meu poder é ainda maior que o deles. Não ousariam me atacar, mas mostrarei que não fujo de nenhum problema. 

“ Vittorio!” Ouço gritarem meu nome. 

Gian entra na minha sala sem ser avisado. Coceira a sobrancelha, olhando para ele que entra e avança na direção da mesa. Mantenho a minha postura e encaro o meu ex funcionário. 

“ Você voltou para colocar Giullia e Luca em perigo? As vezes eu acredito que seria melhor você ter morrido.” Gian grita demonstrando nervosismo. 

“ Você queria que eu estivesse morto? Para que? Para dar flertar com a minha mulher? Jogar o seu charme para Giullia e mendigar por amor?” Fico de pé, olhando fixamente para ele. 

Três homens entram na minha sala, eles apontam as armas para Gian. Eles estão sempre preparados para me proteger, mas dessa vez não é necessário. Faço um gesto com a mão para que eles abaixem as armas. Reviro os olhos e me sento na mesa novamente. 

“ Apenas um dia após seu aparecimento, a casa de Giullia está sendo cercada.” Ele continua a reclamação. 

“ Não seja hipócrita, Gian!” Falo ainda mais alto, encarando-o. “ A casa de Giullia sempre esteve cercada. Durante todos esses anos eu mantenho homens ao redor da casa, dentro da escola do meu filho, na casa dos pais dela e você sabe disso. Eu que protegi Giullia, não foi você!” 

Dou a volta na mesa, parando na frente dele e sinto vontade de dar um soco em Gian. Sinto ódio de todas as cenas que fui obrigado a observar quando estava distante. Ele tentou seduzir a minha mulher de todas as formas. 

“ Você pode disponibilizar seguranças, mas quem estava limpando as lágrimas dela, era eu. Quem ajudava Giullia a dormir e cuidar de Luca, era eu. Sabe quantas vezes eu fui pegar ele na escola?” Gian fala enquanto me encara. 

Sou consumido pela raiva e avanço na direção dele. Tiro a minha arma da cintura e aponto para a cabeça de Gian. Ele fica quieto enquanto mantenho a mão firme. 

Observo a porta abrir e fico imóvel quando vejo Giullia entrar. Ela olha para Gian e para mim, os olhos dela estão cheios de lágrimas. 

“ Abaixe a arma, Dom Cassini!” Ela ordena, usando o meu nome de líder. 

Respiro fundo e abaixo a arma. Giullia entra, desviando o olhar para Gian como se procurasse algum ferimento. Ao constatar que o amigo está bem, volta a me olhar fixamente. 

“ Me deixe sozinha com Vittorio.” Ela me encara enquanto fala. 

Gian atende ao pedido dela, saindo do escritório e fechando a porta. Pela expressão de raiva que ela tem no rosto, imagino que essa conversa não será agradável. Respiro fundo e me sento na cadeira, aguardando Giullia dizer o que sente vontade. 

“ Você ia matar Gian, Vittorio?” Ela me olha fixamente, como se estivesse apavorada.

“ Sim, mataria!” Dou nos ombros e desvio o olhar.