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Parte 9
***
O coração dele tá acelerado, disparado, ele não entende porque fez carinho nela, e não entende ainda mais porque ela cedeu ao toque dele.
Está sem ar, confuso, assustado...tão assustado, não sabe lidar com afeto. Não sabe lidar com nada disso.
Ele tentou recuperar a compostura, fingir que nada disso aconteceu e que ele não é um homem amolecido. Tentou colocar na própria cabeça o único objetivo que é devolvê-la para a gruta e depois disso fim, isso é a única coisa que pode acontecer, é o único resquício de bondade dentro dele, e depois que devolvê-la de onde a tirou, vai voltar ao normal.
Edward respirou fundo, pigarreou, e sem a voz suave, como um jeito de esclarecer as coisas, ele disse em voz alta - Amanhã navegaremos de volta à sua gruta. Devemos chegar na Cefalônia em 3 dias - ele manteve a voz firme - Amanhã iremos atrás de um novo navio e partiremos para que você possa voltar o quanto antes.
"O quanto antes."
Ouvir isso a deixou triste.
- Um...novo navio? - ela perguntou baixinho, com a voz triste e confusa.
- Sim, meu navio foi destruído - ele respondeu sem um pingo de suavidade na voz, como o Edward dos primeiros dias. Se forçando a não amolecer por ela, porque moleza é para os fracos.
- E este? - ela perguntou, a voz cada vez mais baixa e triste.
- Não podemos navegar no Costa Dourada, os homens que fugiram certamente vão voltar para pegar o navio deles de volta. Eles acham que eu estou morto, mas acreditam que você está viva, por isso vão voltar para pegá-la, vão fazer de tudo para acharem você - ele respirou fundo e coçou o rosto com força - Por isso, só podemos passar esta noite aqui, amanhã cedo partiremos a procura de outro navio.
Edward parou de falar e fechou os olhos, se forçando a dormir e esquecer a noite de hoje, para descansar e acordar com a cabeça no lugar amanhã cedo.
