Imagine IV - O canto da sereia | epílogo

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Epílogo I 

O que deveria ter sido uma espera de 365 luas se transformou em 3.650 luas, e ela nunca mais o viu, nem o verá. A promessa que ele fez, de que a encontraria após 365 luas, se desfez no vento, assim como ele.

Por 10 anos, ela esperou, cada lua trazendo uma esperança silenciosa pelo retorno do homem que ela amava. 

Mas, no fundo, ela sempre soube. Sabia que o havia perdido há 10 anos, sabia que ele nunca mais voltaria. E ele nunca mais voltou e nunca mais vai voltar. 

A promessa de reencontro após 365 luas, que ela achava tantas luas na época, virou 3.650 luas. E se ela soubesse que nunca mais iria vê-lo, não teria reclamado das 365 luas, porque agora, tantas e infinitas luas depois, ela daria tudo, ela daria qualquer coisa só pela chance de vê-lo de novo, senti-lo de novo, ouvir a risada dele de novo, sentir o toque dele de novo.

Ela daria tudo. Tudo...tudo só para vê-lo uma última vez em algum lugar que não fossem só nos sonhos dela. Ela daria tudo para ter aquelas 365 luas que ele prometeu. 

Mas esse número de luas só vai crescer pela eternidade, até o dia em que o doce coração dela parar de bater. Porque ela sabe que nunca mais vai ver seu homem mau. Ele se foi, deixando com ela apenas a dor no peito, a dor de quem descobriu o amor apenas para perdê-lo.

Agora, ela não espera mais pelas luas. Ela espera pelo dia em que seu coração também vai parar de bater, para que possa se transformar em uma estrela no céu, assim como ele. Assim como Orion, onde vão poder brilhar juntos e iluminar o céu. Onde finalmente vão poder se reencontrar e viver juntos para sempre. 

Agora, ela talvez saiba porque sempre gostou de ouvir histórias sobre as estrelas, porque todas são histórias de amores tristes que se reencontram no céu. E talvez, essa seja a história deles. 

A promessa quebrada de reencontro após 365 luas se transformou em 3.650 luas de espera e dor. E mesmo com o passar do tempo, ela sabe que essa dor nunca vai passar. Tudo que resta a ela é continuar contando, na esperança de que os contos sobre estrelas que ele lhe contou com tanta ternura possam finalmente se tornar reais, e que ela consiga encontrá-lo, brilhando em algum lugar no céu.

É a única esperança que ela tem. E agora, ela sente a mesma dor que Orion sentiu. 

3.650 luas se passaram no céu. Ela contou cada uma delas. Antes, ela contava estrelas, agora, ela só conta luas. 

Dez anos se foram, e o buraco no peito por tê-lo perdido nunca fechou. 3.650 luas desde que ela concedeu o último desejo do homem que amou e fugiu da guerra do mar. 3.650 luas desde que o viu pela última vez naquela areia, nos últimos segundos de vida dele.

Naquele momento, com a voz embargada pela dor e o coração em pedaços, ela sussurrou:

"Adeus, homem mau."

Hellcheer | imaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora