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Parte 6
***
Quando finalmente conseguiu subir pelas cordas do próprio navio, Edward correu, desesperado, todo molhado e desnorteado até o andar de baixo, mas assim que chegou, o que viu, o fez desmoronar.
Não, não, não, não.
A cabine está aberta, a porta balançando levemente depois de ter sido arrombada com um chute e o vazio dentro dela parecia um buraco negro consumindo sua esperança.
Ele entrou na cabine mal respirando, quase indo ao chão de desespero, o coração tão apertado que o impossibilita de andar.
Não, não, não pode ser.
Desespero, o maior pânico dele se tornou real quando ele entrou na cabine, caminhou e olhou para a banheira...
A banheira está vazia. Cryssa não está mais aqui. Levaram ela.
Ao ver a banheira vazia, seu mundo desmoronou.
A água que um dia tinha sido o lar de Cryssa agora é apenas um eco silencioso. Ela não está aqui, a raptaram, a roubaram. E agora, tudo o que restou na água vazia foram as uvas boiando.
A visão da banheira vazia, com as uvas que ela tanto gosta boiando sozinhas, o vazio absoluto onde ela deveria estar, fez o coração frio dele afundar em uma dor insuportável.
Edward caiu de joelhos no chão e gritou.
Um grito de desespero que rasgou de sua garganta dolorida. Um grito agonizante, uma manifestação brutal do ódio e da traição. Um grito tão desesperado e alto que fez pássaros voarem, que deve ter chegado a civilização.
Sua sereia não está mais aqui.
Ela foi levada.
Ele gritou, de joelhos no chão, o grito ecoou por todo o navio e misturou-se com o som distante do "Costa Dourada" se afastando....e levando ela.
E aqui, agora, dentro dessa cabine vazia, despertaram algo em Edward Munson que nem a morte de seu pai causou: uma sede insaciável de vingança.
