Imagine IV - O canto da sereia, Parte 12 [+18]

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Parte 12

***

Edward fecha os olhos, afundando na inconsciência que o álcool traz. Dormiu fácil, está bêbado. O sono o encontra rapidamente, apagando sua mente perturbada.

Não sabe quanto tempo passou assim, adormecido, perdido no torpor do rum. Mas de repente, algo o acorda e ele levanta num susto, com um sobressalto. Há uma presença na cabine. Ele sente. Passos leves se movem pelo espaço, ele escuta um som suave, mas o suficiente para disparar seus instintos. Ele gira o corpo rapidamente, a mão buscando pela arma, o coração batendo forte. O medo de que alguém tenha invadido o navio, de que a doce sereia esteja em perigo, o consome por um instante.

Mas, ao virar-se com tudo, assustado, ele para. Ofega, os olhos arregalados, quando descobre a origem dos passos. O perigo que ele enfrenta agora é bem maior do que se algum pirata maligno tivesse de fato invadido.

- Minha nossa... - ele murmura, levando a mão ao peito, tentando acalmar o coração que martela de susto. Edward larga a arma, joga longe, respirando fundo para recuperar o fôlego.

É ela. Ela está aqui, perto demais dele. Com pernas humanas, sentada do lado dele, os cabelos loiros secos emoldurando o rosto delicado, os olhos azuis gigantes e as bochechas coradas. Ela o olha daquele jeito que faz o mundo dele desmoronar.

- Estou com medo - ela diz baixinho, a voz doce, quase um sussurro implorando por conforto - Não consigo dormir.

E então, sem esperar por uma resposta, ela se deita ao lado dele, nas almofadas, buscando abrigo, querendo ficar perto dele.

Edward está paralisado. Sua respiração se interrompe, como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulmões. O coração, antes lento pelo efeito do álcool, agora bate descompassado, com uma força que faz ecoar cada batida em seus ouvidos. Ele sente o sangue pulsar nas têmporas, como se cada parte de seu corpo estivesse sendo consumida por essa onda súbita de adrenalina.

Os olhos de Edward estão arregalados, fixos nela, sem conseguir piscar. Ele tenta processar o que está vendo, mas a mente, ainda incrédula, luta para acompanhar. As pernas dela, antes inexistentes, agora estão ali, tão reais, tão humanas. O cabelo loiro dela, solto e seco, emoldura um rosto que ele conhece bem demais, mas nunca assim, nunca tão perto, nunca tão...quase colada nele. Ele sente o calor do corpo dela ao lado do seu, algo que ele jamais pensou que experimentaria.

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