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Mônica Sousa
Assim que ponho os pés dentro do auditório, todos os sussurros se intensificam enquanto olham para mim.
Avisto Magali entrando de muleta, com seus pais logo atrás, a morena sorri triste e eu retribuo.
Luisa: Filha, vá sentar com eles...- ela diz pondo a mão no meu ombro.
Mônica: Mas, mãe... - ia protestar.
Luisa: Ei, eu vou ficar bem, ok? Só vocês entendem tudo que vocês passaram... - apenas assinto e caminho em direção à Magali.
Os pais dela me cumprimentam com um aceno de cabeça e vão prestar ajuda para minha mãe, que por sinal, é a mulher mais forte que eu já conheci.
Cebola: Bom dia- ele chega também.
Magali: Vamos sentar juntos? - diz nervosa.
Parece que nós nem nos conhecemos, mas é difícil saber como agir na situação em que nos encontramos. Os olhos de todos estão em nós, como tem sido nos últimos dois dias. Mesmo não saindo de casa, somos o centro das atenções o tempo inteiro.
Mônica: Temos que achar onze cadeiras juntas– falo e me arrependo logo em seguida e meus olhos se enchem de lágrimas– Dez cadeiras, perdão.
Magali: Tudo bem, eu também ainda não... me... acostumei– ela acaricia minhas costas e limpa uma lágrima que escorreu pela sua bochecha.
Eu e Cebola ajudamos a Magá para ir mais rápido até as cadeiras. Quando todos do nosso grupo já estavam ali e o auditório praticamente lotado, a diretora entra.
Ela limpa a garganta no microfone e o local inteiro se cala.
Diretora: Como todos vocês já devem saber, antes de ontem, perdemos de forma covarde e extremamente brutal uma de nossas alunas– ela engole em seco.
Nimbus ao meu lado soluça, não conseguindo mais conter o choro, todos a amávamos, mas sinto que os dois tinham algo muito especial.
Todo o nosso grupo cai em profunda tristeza, de novo. Cebola segura minha mão, demonstrando apoio, mesmo estando tão quebrado quanto eu. Ao mesmo tempo, um ponto final foi colocado em um grande caos...
Definitivamente, naquele almoço feliz na casa de Magá dois dias atrás, jamais imaginaríamos que hoje estaríamos aqui.
