Mônica Sousa
5 meses depois...
Hoje é sábado e estou entrando no cemitério com meu girassol de cada semana. Desde que Maria Mello nos deixou, nós organizamos dias semanais de cada um visitar ela, para termos um momento a sós. Meu dia é quinta, hoje é Denise e Xaveco que vieram. Não existe regra sobre não poder quebrar o cronograma, é só que se eu vim no sábado, não fico surpresa se encontrar um dos dois aqui.
Denise: Oi, Mô! - ela diz. Enquanto estou entrando, ela já está saindo.
Mônica: Oi, Dê! Sabe se o Xaveco já veio? Não é meu dia e não quero atrapalhar– pergunto.
Denise: Sim, veio sim, ele até me ofereceu carona mais cedo, pena que tive compromisso e só consegui vir agora, quase na hora do almoço– ela responde– Hoje é um dia difícil, acredito que você não vai ser a única a vir hoje...
Mônica: Exatos cinco meses desde aquele dia... - ela suspira.
Denise: Quer que eu te espere?
Mônica: Não, não precisa, provavelmente vou demorar– eu falo e ela me abraça.
Densise: Até mais tarde?
Mônica: Até mais tarde, Dê – nos separamos e vejo ela sair.
Denise: O girassol é lindo! – ela grita antes de sumir de vista e eu dou risada
Caminho até o túmulo de Maria e me sento ao lado dele. Sei que pode parecer um pouco estranho, mas vir aqui toda semana é como se fosse minha terapia, ajuda muito, parece que realmente estou conversando com ela. Enquanto brinco com a flor, penso em tudo que aconteceu desde aquele dia.
Mônica: O tempo correu demais, dá pra acreditar que já faz cinco meses sem você? – não consigo evitar algumas lágrimas– Sei que toda semana eu te conto sobre minha vida, mas eu acho que seria legal recapitular tudo. Quando você se foi não foi nada fácil a nossa primeira semana, Luiz foi preso e minha mãe ficou acabada, resultando em nós duas na terapia. Eu tinha pesadelos constantes, Magali nem se fale, Carmem sumia de repente e voltava horas depois parecendo que tinha sido atropelada. Na escola eram cochichos para todo lado e piadinhas sobre o ocorrido infelizmente ocorrem até hoje, o grupo quase se desfez, mas é claro que Denise não deixou barato...
*Flashback on*
Após todos nós recebermos um áudio muito, mas muito bravo mesmo da Denise, estamos sentados na sala dela.
Denise: Oi, gente, tudo bem com vocês? Acho que precisamos conversar... - até estranho o jeito como sua voz está dócil, quase acreditei no amorzinho que ela estava até ela dar um murro na mesinha de centro fazendo todo mundo pular– VOCÊS ACHAM O QUE? QUE PODEM SIMPLESMENTE ESQUECER DA NOSSA HISTÓRIA?
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TRUTH OR DARE, 𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐨
أدب الهواة10 adolecentes da cidade do limoeiro são apenas inimigos de bairro, mas terão que se juntar para descobrir os mistérios da sua nova realidade.