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Mônica Sousa
Vou abrindo os olhos devagar. Estou na minha casa, no sofá. Ufa, eu só dormi e sonhei que Xaveco estava vivo. Foi só um sonho, Mônica. Sinto minha cabeça doer um pouquinho, que horas são?
Xaveco: Nossa, finalmente– ele me encara.
Ele estava apoiado na bancada da cozinha lendo uma revista enquanto tomava café.
Mônica: O que... - estou completamente confusa.
Ele tá vivo? É UM FANTASMA? Eu gritei. A revista voou em mim. Parei de gritar.
Xaveco: Já pensou em ser dubladora? Você dá uma ótima sirene de incêndio, viu, menina– ele limpa os ouvidos– Eita potência vocal.
Mônica: XAVECO?!
Xaveco: Em carne, osso, Gucci, Prada e muito estilo– ele sorri.
Mônica: VIVO?!
Xaveco: Chamei o vermelhinho lá de baixo de chifrudo. Ele não curtiu muito- fala calmamente– Me retornaram pra cá.
Mônica: XAVECO!
Xaveco: Vem cá, do que você se lembra? Só de abrir a porta? – ele pergunta.
Mônica: É...-me auto dou um tapa na testa– Tenho que parar de falar com fantasmas.
Xaveco: Sei que eu não tomo Sol faz uns dias, mas não é pra tanto– ele ergue a manga do moletom preto e observa os braços- Força a memória aí. Você só dormiu por dez minutos.
*Flashback On*
Xaveco: Não vai me convidar pra entrar?- ele cruza os braços.
Mônica: XAVECO?! – o garoto vai me empurrando pra dentro e fecha a porta.
Xaveco: Em carne, osso, Gucci, Prada e muito estilo– ele fala– Mas não precisa gritar, meu bem. Se eu quisesse que todos soubessem eu anunciava no outdoor da esquina, mas escolhi você.
Mônica: Você tá vivo?... – minha voz quase não sai.
Xaveco: Infelizmente– continuo encarando ele– Piadas suicidas não são de bom tom neste momento, não é?
Mônica: Não, não são– respondo.
Ele começa a andar pela minha casa.
Xaveco: Enfim, temos algumas coisas para... - não deixo ele terminar porque arremesso uma almofada nele, ele desvia.
Mônica: XAVIER LOROTA!
Xaveco: Ei, ei, calminha... – ele desvia de mais uma almofada.
Ele começa a fugir e eu vou atrás dele, arremessando tudo que vejo pela frente.
