Q u a t r o

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Não consegui dormir. Fiquei o resto da noite inteira pensando no que fazer, e como em aproximar de Yuna sem ela me achar invasivo. Também tentava descobrir o que a garota quis dizer com aquele olhar. Muitas coisas poderiam ter acontecido com ela naquela noite.

Olhei meu relógio e vi que era 05:12. Me levantei completamente exausto e fui tomar um banho.

Saí de baixo d'água com uma toalha enrolada na minha cintura e atendi uma ligação de Nobara.

- Fala ruivinha. - disse com um sorriso no rosto.

- Deu merda, Itadori. Eu nem sei se eu podia estar te falando isso.

- O que aconteceu? - meu sorriso desapareceu.

- A Yuna.

Parei de colocar a calça do uniforme na hora. Segundos depois eu a vesti.

- ...

- Eu acho que o namorado dela tá batendo nela.

Meus ombros caíram com essa informação. E então tudo fez sentido.

- ... O quê?

- Yuji. Você tem que fazer alguma coisa.

- Nobara, você sabe muito bem que eu não posso fazer nada se não tiver uma denúncia e provas.

- Você tá insinuando que eu to mentindo?

- Não! Digo, não. É só o meu trabalho.

Ouve um silêncio depois disso, logo percebi a merda que falei. Tenho certeza que ela fez uma cara de desconfiada por trás da tela.

- Se interessou nela, né?

- O quê? Não. - ri frouxo no final.

- Sei. Enfim, vai ajudar ela ou não?

- O que está no meu alcance é orientá-la. Mas eu mal conheço a garota. Então vou orientar você.

- Se isso não me ajudar eu te mato.

Apenas ignorei e prossegui.

- Se você notar que essas agressões continuam, encoraje ela à fazer uma denúncia. Normalmente vítimas de violência doméstica se sentem culpadas pelas agressões.Não esqueçam de levar provas para a delegacia.

- Porra. Obrigada Itadori. - ela desligou.

- Interesseira. - revirei os olhos, obviamente sendo na ironia.

Peguei meus armamentos e coloquei em minha cintura. Assim saindo de casa indo pro trabalho.

...

Já de noite, quando minha patrulha havia acabado, recebi uma mensagem de Nobara me convidando para assistir um filme com ela em sua casa. Respondi a garota aceitando e logo fui para casa me arrumar.

Yuna Aikyo

Antes

Dirigi até a casa da ruiva. Ficamos quietas o caminho todo. Mas dava para notar que a fúria que Nobara sentia transbordava.

Já dentro da moradia, eu chorava no colo da mulher em seu quarto. Em meio aos soluços eu repetia as mesmas palavras:

"Por que isso tá acontecendo comigo?"

"Por que ele mudou tão de repente?"

"O que aconteceu naquela merda de cadeia!?"

- Yuna.. Por favor, me fala o que aconteceu.

- Não! A culpa é minha! Eu não deveria ter chegado tão tarde em casa!

𝑅𝑜𝑚𝑎𝑛𝑡𝑖𝑐 𝐻𝑜𝑚𝑖𝑐𝑖𝑑𝑒 - 𝑌𝑢𝑗𝑖 𝐼𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora