C i n c o

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Já estava de tarde, e eu estava voltando para casa. Não estava afim de ver Sora. Nem um pouco. O que ele fez me machucou muito, eu realmente não esperava aquilo dele.

Quando cheguei em casa, estava tudo arrumado e bem iluminado, e eu obviamente estranhei isso, já que a última vez que eu vim aqui estava um caos.

Entrei no apartamento a procura de Sora, e fui até o quarto, não o vi lá então pensei que ele estivesse fora de casa.

Minha bota eu coloquei no chão e a jeans que eu usava, a botei na cama. Vesti em seguida uma bermuda legging preta. Tirei a blusa que Nobara havia me emprestado e pus um cropped preto.

Nesse meio tempo recebi uma mensagem de Sora:

- Oii amor
- Volte para casa por favor, estou preocupado..

Oi -
Já estou em casa -

- Estou chegando

Ok -

Tomei um banho e lavei meu cabelo. Como de sempre, passei meu perfume e vesti a mesma roupa. Prendi meu cabelo em um coque e comecei a fazer o "lanche" da tarde.

Enquanto eu fazia o café que eu iria tomar, senti braços contornarem minha cintura. Dei um pulinho no mesmo lugar mas meu coração relaxou quando vi que era Sora.

- Não me viu chegando, né? - ele afundou o rosto em meu pescoço.

- Não. - Ele agora se afastou, o que me fez virar para ele.

O mesmo estava com as mãos para atrás do corpo, como se estivesse escondendo algo.

- O que tem aí? - perguntei.

- Vem descobrir. - dei um sorrisinho.

Sora era alto, acho que ele tinha 1.90 de altura, enquanto eu tinha 1.70... Eu gostava disso. Não pelo fato de eu ser menor que ele, mas é que homens altos me deixam muito interessada.

Me aproximei do mesmo envolvendo meus braços nas suas costas tentando pegar o que era.

Quando quase consegui, ele tirou o braço dali e bateu com o que estava em sua mão na minha cabeça.

- Ai! O que é isso? - meus olhos brilharam quando eu vi que era a minha caixa de bombom favorita.

Peguei a caixa da mão do maior e olhei a marca para confirmar.

- Essa.. - parei de falar quando Sora me puxou para um abraço forte.

- Me perdoa, princesa. Eu não deveria ter nem se quer encostado em você.

- ... Tá perdoado. - o abracei de volta - Promete que não vai fazer mais aquilo?

- Prometo.

...

Tomamos nosso café e ficamos conversando o tempo todo. Contei para Sora do paciente que eu perdi na cirurgia, e falei como eu me senti. Não achei que isso aconteceria, mas ele me compreendeu completamente.

Já de noite Sora me levou em um restaurante super chique. Era lindo, e o lugar tinha um cheiro de comida muito bom.

Nos sentamos nas mesas e logo o garçom chegou com os menus. Em pouco tempo decidi o que queria, assim como o maior.

Enquanto a comida não chegava, Sora estava me contando como ele estava estressado por não conseguir um emprego, e como ele se sentia culpado por deixar as contas do apartamento para mim pagar.

- Eu só não acho isso justo com você. Eu não consigo arranjar a merda de um emprego e passo o resto do dia puto com a vida.

- Não tem problema, meu amor. Você sabe que eu recebo muito, por enquanto não precisa se preocupar com isso... - parei de falar quando recebi uma mensagem de um número desconhecido.

Respondi a mensagem, era Yuji, Nobara provavelmente tinha passado o meu contato para ele. Dei um pequeno sorrisinho e voltei meu olhar para Sora.

- O que foi?

- Quem era? - foi direto ao ponto.

- Um amigo, por quê?

- Amigo?

- Sim.. - meus batimentos começaram acelerar.

- Que amigo?

- Sora.. É só um rapaz.

- Tá. Mas eu quero saber quem é! - ele agora aumentou o tom de voz, o que fez com que as pessoas ao redor olhassem.

- Amor, por favor. - disse baixo, quase implorando.

Ele tomou o celular de minha mão e olhou o contato. Estava sem foto de perfil, mas tinha o número.


Maldito sorriso que eu fui dar.



No caminho de volta Sora ficou o tempo inteiro calado. Sem ao menos retribuir meus olhares.

Cogitei realmente que o mesmo tenha desenvolvido algum tipo de transtorno bipolar. Isso não estava normal. Essa mudança de humor tão rapidamente estava tenebrosa, e eu não sabia o que fazer.

Quando chegamos em casa Sora foi direto para o banho, e eu fiquei no aguardo dele no quarto.

Porém meu nervosismo não deixou.

Eu fui diagnosticada com ansiedade à alguns anos atrás. Desde então não tem sido fácil para mim lidar com as coisas básicas do dia a dia. Isso vem me atrapalhando com as minhas obrigações e tarefas, me fazendo agir por impulso e sem pensar.

Entrei no banheiro já despida e fui até o box acompanhar Sora.

- O que está fazendo aqui?

A água caía pelos seus cabelos o deixando mais escuro, cada detalhe desse homem era lindo. Seu rosto, seus traços. Notando esses detalhes meu rosto ficou vermelho.

- Vim tomar banho com você. - fui direta ao ponto

Peguei a esponja de banho que tinha ali e comecei a passar em seu peitoral.

Sora não era muito forte, mas pode ter certeza que tinha mais músculo que muito homem por aí.

Ele segurou meu pulso com cuidado, e então me beijou.

Retribuí o beijo e então me senti como uma adolescente tendo seu primeiro beijo.

- Vida, aquele rapaz é só um amigo, tá? Não precisa esquentar.. Eu nunca faria nada.

- Eu sei. - beijou minha testa.

Por algum motivo desconhecido, Sora voltou da cadeia muito inseguro com a nossa relação. E pra ser sincera eu não sei porquê. Antes ele parecia confiar em mim. Algo aconteceu lá, só pode ser isso.

...

Após o banho, apenas de toalha, fui até a cozinha e peguei a caixa de chocolate e levei até o quarto.

Comi alguns bombons no caminho e dei uns para Sora. Ele também gostava dessa marca, mas não tanto quanto eu.

Me deitei com o mesmo e assistindo à um filme, rapidamente caí no sono. Mas eu tenho certeza de que Sora continuou assistindo à ele.

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𝑅𝑜𝑚𝑎𝑛𝑡𝑖𝑐 𝐻𝑜𝑚𝑖𝑐𝑖𝑑𝑒 - 𝑌𝑢𝑗𝑖 𝐼𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora