capítulo 6

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                           Sasuke

— Ela é um pé no saco — reclamei para o meu avô depois de passar algumas semanas treinando Sakura.

Todo dia, sem falta, a garota aparecia com seu visual preto e com aqueles coturnos acabados, pronta para o trabalho. Ela terminava todas as tarefas que eu passava, não importava quais
fossem. Às vezes, ela ficava até mais tarde para terminar um serviço e só saía do rancho quando acabava tudo, me deixando sem motivo nenhum para demiti-la. Apesar de eu estar louco
para fazer isso.

Até nos dias de folga ela aparecia. Era como se ela não tivesse porra nenhuma para fazer fora do rancho. Seu passatempo favorito era conversar com os animais, como se um dia eles
fossem responder. Eu conhecia Dottie bem o suficiente para saber que ela estava pouco se lixando para tudo o que Sakura dizia — ela só queria as porcarias das maçãs.

Todos os outros caras do rancho pareciam estar felizes da vida com Sakura zanzando por ali feito um cachorrinho perdido. Naruto dizia que ela não atrapalhava e que até ajudava quando ele precisava. Suigetsu e Konohamaru também a achavam prestativa, e tenho certeza de que o velho Ichiraku deu um beijo na bochecha de Sakura quando ela se ofereceu para ajudá-lo no galinheiro.

Parecia que eu era o único babaca que não a queria no rancho, e eu sabia muito bem que sua presença me incomodava por causa dos meus problemas pessoais com Danzo.

Ver Sakura todos os dias fazia com que eu me lembrasse dele, e pensar em Danzo fazia com que eu me lembrasse dos meus pais. Eu tentava a todo custo não pensar nos dois. Eu me esforçava para mantê-los enterrados no fundo da minha mente, mas a convivência com Sakura tornava isso praticamente
impossível.

Eu não conhecia a garota, mas a impressão que ela me passava era de dar nojo. A ligação que ela tinha com uma cobra feito Danzo não podia trazer nada de bom para o rancho. Ela
vinha de um mundo tóxico.

— E você é outro pé no saco — respondeu meu avô, sentado à sua mesa, em casa. Ele coçou a barba comprida que minha avó ultimamente tentava convencê-lo a raspar e bocejou sem cobrir a boca. — Ela tem trabalhado muito mais do que metade dos peões por aí. Sempre que dou uma passada no rancho, vejo a menina com a mão na massa, às vezes se enrola, claro, mas sempre trabalhando. Ao contrário de metade da sua equipe, que vive de preguiça e enrolando o serviço.

— É, mas... — resmunguei, sabendo que não tinha argumentos, mas querendo encontrar qualquer problema assim mesmo. — Você sabia que ela é enteada do Danzo?

— Você acha que não faço uma pesquisa antes de contratar as
pessoas? É claro que eu sei disso.

— E você contratou essa garota mesmo assim? — perguntei, embasbacado.
— Você sabe que foi por causa do Danzo que minha mãe e meu pai...

— Não começa, menino — rebateu ele com desdém, a voz cheia de irritação. deu um peteleco na lateral do nariz com um dedo. — Não tenho tempo pra ficar discutindo essas coisas. Sakura Haruno vai continuar trabalhando no rancho, e você vai continuar supervisionando o trabalho dela. Fim de papo.

— Mas...

— Eu disse fim de papo!

Como ele podia não ligar para aquilo? Se não fosse por Danzo, minha mãe e meu pai não teriam se viciado em
metanfetamina anos antes. Não teriam metido o pé, completamente doidos, em busca da próxima dose. Eles teriam
sido os pais de que eu precisava.

Então Danzo tinha mais era que se foder, e todo mundo que possuía qualquer ligação com ele, também.

Aquele homem arruinava vidas — arruinou a minha.

Um amor desastroso ( versão Sasusaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora