5 - Sentimentos

53 4 0
                                    

𝗬𝘂𝗺𝗶 𝗻𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼.

Moa está quieta desde que viu eu e Momo dando selinhos uma na outra. Não sei o que se passa na cabeça dela, mas sinto medo...não por mim, mas por Momo.
Su está atenta à qualquer movimento estranho de Moa, já eu, estou me sentindo culpada. Não sei o motivo, mas o olhar distante dela está me deixando incomodada.

Estamos assistindo ao filme favorito de Moa, Su escolheu para que pudéssemos quebrar um pouco esse clima pesado que ficou, mas só piorou, acredite.
Estamos sentadas no tapete eu, Momo e Su respectivamente uma ao lado da outra, já Moa está encolhida na poltrona do canto, enrolada em seu cobertor e olhando para qualquer lugar que não seja a TV, onde passa seu filme preferido.

O que ela está pensando?

De repente, Moa se levanta e vai para a cozinha, as meninas e eu nos olhamos e a mais velha entre nós ameaça se levantar.

— Vou atrás dela. — a seguro no lugar negando com a cabeça, fazendo-a franzir a testa. — Por que? Ela pode fazer alguma besteira naquela cozinha. — diz, possivelmente, pensando no pior.

— Ela precisa de um tempo sozinha, Su...Se ela demorar muito, eu vou lá. — mesmo a contragosto, ela assente voltando à posição inicial. Assistimos ao filme enquanto esperávamos Moa voltar, já que a mesma não pediu para pausar o filme.

Com sua demora, decido ir à cozinha sorrateiramente, chegando lá, me deparo com ela ainda enrolada em seu cobertor, sentada no cantinho e, pasmem, ela estava chorando!
Assim que percebe minha presença, seca seu rosto com o cobertor e respira fundo, segurando o choro.

— O que quer, Yumi? — pergunta com a mesma ignorância de sempre, não a respondo mas me sento ao seu lado. Moa se recusa a me olhar, então vira o rosto para outro lado. — Eu quero ficar sozinha...

— Sei que está mentindo, Moa. E também sei o motivo de você estar assim... — mesmo sabendo que não devia, a puxo para perto de mim, forçando um abraço. Talvez o certo seria ela se afastar, mas Moa apenas se aconchega e volta a chorar. — Me perdoa...

O silêncio se instala, mas apenas por alguns minutos, porque do nada Moa pergunta entre soluços. — Por que ela, Yumi? — suspiro pensando muito bem em minha resposta, por fim, decido dizer a verdade nua e crua.

— "Por que", Moa?! Você ainda tem coragem de perguntar o motivo?? Ela não me ignora, não me mantém presa enquanto ela pode sair e fazer o que quiser, não me xinga e grita comigo sem motivos e, ela não me sequestrou. Por isso, Moa. — ao terminar meu pequeno desabafo, Moa se levanta e sobe para seu quarto sem dizer uma única palavra.

𝘌𝘶 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘢𝘷𝘢 𝘥𝘪𝘻𝘦𝘳....

𝟮𝟵 𝗱𝗲 𝗼𝘂𝘁𝘂𝗯𝗿𝗼 — 𝟬𝟯:𝟮𝟬.

Acordei me sentindo estranha, agoniada. Olhando em volta, vejo Moa sentada na cadeira da minha mesa de estudos, enrolada em cobertores e dormindo.
Me levanto e vou até ela, ela realmente está dormindo, suspiro a pegando no colo, Moa me abraça deitando a cabeça em meu ombro. A levo para seu quarto e, quando ia deitá-la na cama, ouço um resmungo.

— Não, Yu... — sou abraçada com mais força, pelo seu tom de voz, ela ainda está dormindo. Confesso que a prefiro assim, pacífica e vulnerável.

Essa é a Moa que eu gosto, não aquela escrota do caralho.

— Quer dormir comigo?! — pergunto ganhando um aceno positivo como resposta e, respirando fundo, levo-a para o meu quarto logo nos deitando em minha cama. — Me solta. — a afasto de mim, mas ela gruda em mim como um coala, me fazendo bufar. — Moa!

Tarja preta - MOAMETALOnde histórias criam vida. Descubra agora