𝟬𝟮 𝗱𝗲 𝗻𝗼𝘃𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼 — 𝟭𝟵:𝟯𝟬.
Após Momo ir embora, Su me chama para conversar em seu quarto. Não sei explicar, mas seu olhar parecia perdido.
Algo estava errado com ela, ou talvez, com Moa.— O que houve, Su? — me sento na cama ao seu lado, ela parecia segurar o choro, pois seus olhos estavam cheios d'água. Com o seu silêncio, a puxo para um abraço seguido de um carinho em suas costas.
— Levei Moa ao hospital hoje, os seguranças me ligaram mais cedo pedindo para que eu fosse até lá pois Moa tinha entrado em crise mais uma vez e estava se esfaqueando na cozinha. Todos tentaram fazê-la soltar a faca, mas tinham medo de ela fazer algo mais agressivo, então me chamaram pra ver se acalmava ela. — diz tudo num fôlego só, foi tão rápido que mal entendi o que me foi dito. — Quando eu cheguei lá... — ela não aguenta mais segurar o choro, deixando um soluço dolorido escapar. — Ela só sabia chamar o seu nome...e o nome de Yui. — a aperto em um abraço, tentando passar-lhe calma, mas era bem difícil.
Su não conseguiu falar por alguns minutos, chorando em meus braços. Seu choro era dolorido e seus soluços a fazia ter espasmos há cada milésimo de segundo. Falar sobre isso machucou ela de uma forma que eu mesma consigo sentir sua dor.
— E-eu não sei explicar, mas ver Moa assim me traz um sentimento de inutilidade, como se eu tivesse falhado com ela. Ela não merece isso, eu pensei que as crises tinham acabado e, que estaria tudo bem...Yu, eu não sei mais o que fazer... — seguro suas mãos, agora trémulas, se não se acalmasse, ela ficaria mais ansiosa e em pânico, podendo entrar em crise.
— Su, olha pra mim...Respira comigo, ok? — chamo sua atenção, fazendo-a copiar minha respiração lenta e calma, para acalmá-la também. — Isso...Agora se acalme, ok? Não é sua culpa, você não podia prever que ela voltaria a ter crises. Moa está passando por um momento difícil, e tudo o que ela precisa é de apoio e cuidados...Você se culpar, não melhorará a situação. — digo em tom baixo e calmo, como se eu estivesse conversando com uma criança após uma bronca severa.
— Moa não precisa de meus cuidados... — sussurra e, ao entender o que ela quis dizer com isso, suspiro. — Você sabe, não é? — ela me olha e eu só assinto, incapaz de responder.
Talvez minha única escolha será voltar para o inferno que desejei tanto sair.
— Tudo bem, eu volto a ficar com ela, cuido dela e a faço melhorar...Não tenho problemas quanto à isso. — digo, mesmo que a contragosto, Su percebe que não quero fazer aquilo. Ela sabe o que terei de sacrificar para que Moa fique saudável mais uma vez. — Vou ligar para a Momo e terminar com ela.
— Yumi...Olha, podemos internar Moa em alguma clínica psiquiátrica. Você não precisa terminar seu relacionamento por isso, sua felicidade é mais importante. — a mais velha tenta amenizar a situação, mas eu já havia me decidido.
— Faz um tempo que eu queria dizer isso, Su e, me perdoe pois sei que tem sentimentos bem vivos por Moa ainda. Mas estou dividida entre Momo e ela, e se para que Moa fique bem, eu precise deixar Momo. Assim farei. — digo em tom sério, sabendo que minha decisão não irá machucar somente minha namorada, mas também à mim e a própria Suzuka. — Mesmo que Moa tenha sido a pior pessoa do mundo comigo, ela ainda é a primeira garota por quem me apaixonei de verdade. — confesso fazendo a outra arregalar os olhos.
Não vou mentir e dizer que não amo Momo, pois a amo verdadeiramente, me entreguei à ela de corpo e alma e, não me arrependo disso. Mas talvez, em outra vida, possamos ficar juntas sem que eu tenha dúvidas entre ela e outra garota.
Moa, mesmo que sendo somente minha ídolo favorita, foi a primeira garota por quem me apaixonei. Mesmo que ela fosse inalcançável na época, e eu também só tinha 12 anos, não fui capaz de negar os sentimentos que tive. Mas agora Moa não é inalcançável, posso amá-la como mulher e cuidar dela da forma que a mesma merece. Mesmo que eu precise machucar outras pessoas e à mim mesma para isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tarja preta - MOAMETAL
Fiksi PenggemarApós um festival, o estádio é interditado pelos seguranças locais. Motivo? uma garota havia desaparecido misteriosamente. Testemunhas disseram que a mesma tinha sido levada aoa fundos do palco por um grupo de pessoas, que alegaram que a garota estav...