𝗠𝗼𝗮 𝗻𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼.
Faz uma semana que Yumi está me ignorando, porém também não tento contato, estamos fingindo que a outra não existe dentro de casa. Mas isso já está me cansando!
Determinada a conversar, bato na porta do quarto de Yumi e, por ela ser educada - agradeço aos seus pais por isso - diz somente um "entra" seco, reviro os olhos e entro em seu quarto sentindo seu olhar julgador queimar em mim.
— Precisamos conversar. — vou direto ao ponto, toda essa enrolação que fazemos para conversar me incomoda demais, então decidi ser direta dessa vez. Yumi se levanta de sua mesa de estudos indo para sua cama se sentar.
— Não temos o que conversar, Moa. — diz sem demonstrar interesse na conversa, cruzo os braços a olhando fazendo-a arquear a sobrancelha. — O que foi? Queria que eu dissesse o que? "Ah, Moa, precisamos mesmo conversar, sente-se do meu lado e vamos ter uma conversa pacífica." — ela revira os olhos. — Se veio aqui esperando isso, saia de meu quarto e tente outra vez!
— Yumi, não aja como se estivesse tudo às mil maravilhas. Temos o que conversar sim, e essa sua atitude idiota já diz tudo! — ao ouvir isso, Yu me lança um olhar de indignação e, diz em tom irritado.
— Quem é você pra falar de atitude idiota, Moa? Você age como uma criança de 5 anos quando as coisas não andam da forma como você quer, passa dias sem olhar na minha cara e, ainda por cima, me proíbe de ter contato com a Momo! — ao longo de sua fala, seu tom de voz aumenta cada vez mais. Interrompo sua fala em voz alta, sobressaindo sua própria voz.
— A MOMOKO NÃO SE ENCAIXA NESSE ASSUNTO! — com o meu grito, Yumi dá uma risada baixa negando com a cabeça, talvez pensando no motivo de eu sempre ignorá-la após uma interação dela com Momoko.
— Eu já entendi, Moa. Entendi que você tem ciúmes de Momo e eu, só não sei exatamente de quem. — sua expressão volta a ser séria. — Mas é por isso que prefiro a Momo, sabia? Ela é muito melhor que você, Moa. — se levanta se aproximando lentamente de mim enquanto dizia tudo o que estava guardado há um bom tempo. — Você é minha integrante favorita, mas você é nojenta, Moa! Me diz, quem em sã consciência, sequestra uma fã?! Você me mantém presa dentro dessa porra dessa casa vinte e quatro horas por dia, não deixa que eu saia nem para tomar sol! Me admira o fato de eu ainda não ter ficado doente por sua culpa...Quer que eu morra?! Pois se quer, me mate de uma vez. — para à minha frente, o rosto bem próximo ao meu, me encarando como se eu fosse a pior pessoa do mundo. — Haverá um dia que você irá chegar de algum show privado ou, sei lá, de um passeio com suas amigas e eu estarei morta em qualquer cômodo desta casa, porque eu já to de saco cheio de você! — cospe as palavras em mim enquanto tem seu indicador apontado para o meu rosto.
Minha visão está turva, meu corpo está amolecendo, o que está acontecendo comigo? Tudo o que se passa em minha mente é a visão de meu passado, do dia em que metade de mim morreu na sala de minha casa. Mas antes que eu pudesse pensar em mais algo, Yumi me empurra para fora de seu quarto e fecha a porta em minha cara, vou para o meu quarto quieta, talvez eu precise pensar mais um pouco....
No banheiro de meu quarto, olho para as caixas de meus remédios, não os tomo desde o início do ano, não vi necessidade de continuar os consumindo. Não até agora.
Sem pensar duas vezes, tomo todos os meus remédios de uma só vez, uma pílula de cada, como fazia regularmente. Eu preciso esquecer, esquecer aquela cena, o sangue e o caos...𝘈 𝘤𝘦𝘯𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘠𝘶𝘮𝘪 𝘮𝘦 𝘧𝘦𝘻 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘢𝘳 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘶𝘮𝘢 𝘷𝘦𝘻.
𝗬𝘂𝗺𝗶 𝗻𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼.
Acho que peguei pesado com Moa, mesmo que eu tenha dito a verdade, sei que ela não merecia ouvir tudo aquilo. Saio sorrateiramente de meu quarto e vou ao quarto dela, percebo que a porta está aberta e entro.
O quarto está vazio?
Avisto o celular de Moa na cama, sem pensar duas vezes, o pego e corro para o meu quarto. Preciso conversar com alguém, e talvez Momo não seja uma boa escolha agora.
Ligo para a Suzuka que atende rapidamente.— Moa? O que foi? você não me liga nesse horário... — diz estranhando o horário em que liguei, merda, está muito tarde.
— É a Yumi, Su...Perdão por ligar agora. — ela murmura um "tudo bem" e me diz para dizer o que aconteceu. — Brigamos de novo, mas acho que dessa vez peguei pesado...
— O que disse à ela, Yu? — pelo seu tom de voz, ela está com medo da resposta, suspiro pensando se devo dizer mesmo. — Diga.
— Disse à ela tudo o que estava entalado há um tempo. Disse que prefiro a Momo, que ela é muito melhor que a Moa. Disse também que sinto nojo dela e, que qualquer dia Moa chegaria em casa e eu estaria morta pois estou de saco cheio dela...Eu não queria ter dito tudo isso, mas estou cansada de Moa me tratando como um cachorro. — Su suspira, não sei se ela concorda comigo, mas eu realmente precisava dizer tudo aquilo.
— Onde está Moa agora? — pergunta em tom baixo, o que isso agrega no assunto? — Em, Yumi?
— Não sei, talvez no banheiro. Ela não é importante no assunto e... — sou interrompida por um barulho alto na porta de meu quarto, Moa estava esmurrando a porta, ouço um soluço vindo dela que, de repente grita meu nome em um tom extremamente irritado, franzo o cenho e coloco o celular na orelha. — Su, a Moa ta quase quebrando a porta aqui...
Ela parece estar ouvindo o caos pelo telefone, pois ouço barulhos de movimentação no lado dela da linha. Do nada, Moa chuta a porta do quarto, o que a mexe bastante, me levanto e corro para o banheiro me trancando lá.
— Yu, apenas não ignore os chamados da Moa, ok? Eu to indo aí. — Su diz antes de desligar, me deixando sozinha com Moa que ainda me gritava na porta do quarto, franzo o cenho ao ouvir sua voz ficando cada vez mais embargada pelo choro, saio do banheiro apenas para ouví-la soluçar do outro lado da porta.
— Eu não sou ruim, eu não sou ruim, eu não sou...Eu sou boa, eu sou suficiente pra ela, ela não precisa de mais ninguém além de mim... — repete diversas vezes entre soluços, penso em abrir a porta, mas congelo ao ouvir Moa sussurrar. — Você não foi a causa da morte dela, Moa.
Causa da morte de quem? Eu estou viva, apenas estou trancada em meu quarto com uma psicopata chorando em minha porta. De repente, ouço a voz de Suzuka, mansa e baixa, tentando acalmar a outra que ainda soluçava.
— Meu amor, está tudo bem, ela só está brava com você... — a mais velha diz, ouço movimentos do outro lado, talvez ela tenha pegado Moa em seus braços, pois ela é bem leve e adora um colo. — A Yumi não vai se matar, Moa...aquilo tudo foi da boca para fora, princesa. — abro lentamente a porta. Moa está no colo de Su, agarrada na mesma como uma criança, seu corpo tremia e seu choro era intenso.
𝘌𝘶 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘱𝘦𝘨𝘶𝘦𝘪 𝘱𝘦𝘴𝘢𝘥𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘦𝘭𝘢...
Olho para Su que me olhava com desprezo, abaixo a cabeça sentindo meu peito se apertar. De repente, Suzuka suspira levemente irritada e diz em um tom sério. — Você vai ir para a minha casa, Yumi. — Moa a olha com os olhos arregalados e nega freneticamente. — Não adianta, Moa. Ela vai comigo sim! Vocês estão fazendo mal uma para a outra, vocês estão se machucando!
— Não, Su...Eu não quero ficar sem ela, eu a amo... — a outra a interrompe dizendo em tom alto e claro fazendo eu e Moa arregalarmos os olhos.
— Mas ela não ama você, Moa! Ela não quer ficar com você, ok?! — coloca Moa no chão que me olha desesperada. — Moa, não a olhe assim. Yumi, arrume uma mochila e vá para o carro.
Faço o que Suzuka mandou e vou para o carro dela, de lá ouço as duas mais velhas brigando. Após um tempo, Su vem para o carro irritada e se senta em silêncio no banco do motorista.
— Não diga nada, você não tem culpa. — ela dirige para a sua casa me levando com ela, me mantenho em silêncio durante todo o caminho.
Talvez meus dias sejam diferentes agora.
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𝗣𝗥𝗢́𝗫𝗜𝗠𝗢 𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢.
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Tarja preta - MOAMETAL
FanfictionApós um festival, o estádio é interditado pelos seguranças locais. Motivo? uma garota havia desaparecido misteriosamente. Testemunhas disseram que a mesma tinha sido levada aoa fundos do palco por um grupo de pessoas, que alegaram que a garota estav...