Tarja preta - MOAMETAL

7 - Sorvete (+16)

Suzuka narrando.

Desde que Yumi veio morar comigo, Moa não dá sinais de vida. Como estamos dando uma pausa nos shows, depois de uma turnê longa e cansativa, mal temos contato umas com as outras - Momo também quase não dá sinais - mas isso não é tão preocupante, pois normalmente, Moa está bem e vivendo sua vida preguiçosa.

𝘔𝘢𝘴 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢 𝘦́ 𝘥𝘪𝘧𝘦𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦.

A última vez que vi Moa, foi naquele dia, e já faz 1 mês. Preciso ver como Moa está, se está se alimentando ou, se ainda está viva.
Yu sai bastante com Momo e eu, não a mantenho presa pois sei que faz mal, e também sei que a mais nova não tem pretenção de fugir de mim, ou me denunciar por sequestro - talvez ela denuncie Moa - mas enfim!

Yu está agora em seu novo quarto assistindo TV, bato levemente na porta ouvindo um "entre" como resposta, entrando em seu quarto, seu olhar se direciona à mim com curiosidade.

— Vou até a casa de Moa ver como ela está, não pretendo demorar, ok? Quer que eu traga algo seu de lá? — pergunto recebendo um aceno negativo em resposta, assinto e a mesma suspira.

— Posso ir também? Mesmo que ela tenha me feito mal, eu me preocupo com ela... — diz em tom baixo, sei que a mesma não está mentindo, mas não sei se posso deixar Moa vê-la.

Ainda mais com essa aliança do tamanho de um portão que ela usa em seu anelar direito. Sim, ela e Momo estão em um relacionamento!
Eu achei bem precoce, mas as duas garantem que se gostam o suficiente para isso e, que não está tão cedo. Fico feliz por elas e, imagino como seria se Moa e eu fôssemos assim...

Pode parecer estranho, eu sei, mas já me apaixonei por Moa há algum tempo. Ainda éramos adolescentes e eu a achava adorável, mas ela se apaixonou por Yui que correspondeu seus sentimentos bem rápido até, e então elas namoraram por anos. Eu só pude aceitar e cuidar de minhas meninas que sempre me viram como uma irmã mais velha. Até que perdemos Yui para sempre...

𝘌 𝘦𝘶 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘪 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘔𝘰𝘢 𝘫𝘶𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘦𝘭𝘢.

— Pode, apenas não deixe que Moa entre em sua mente e a faça ficar com ela. Ela pode ser manipuladora quando quer. — saio do quarto para que Yu possa trocar de roupa para irmos ver Moa.

Ao chegarmos lá, já estranho o fato da porta da frente estar aberta, literalmente escancarada. Moa odeia deixar a casa aberta pois tem medo de ser assaltada.
Entramos lentamente e Yu vai para o andar de cima sem dizer uma única palavra.

𝗬𝘂𝗺𝗶 𝗻𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼.

Subo lentamente. A casa está fria, com um ar de morte. Tenho medo de encontrar apenas o corpo sem vida de Moa, o que não acontece, pois a encontro deitada em minha cama e abraçada em meu travesseiro.

Ela está acordada, mas quieta e respirando pesado.

Me sento na beirada da cama fazendo-a me olhar. Moa está dopada com seus próprios remédios, Su me explicou que Moa os toma em momentos de crise e fica mansinha e vulnerável como um gatinho indefeso. E vê-la assim me traz um sentimento de culpa.

— Oi, Moa. Vim lhe ver...E me desculpar por ter agido daquela forma contigo. — digo em tom baixo, mesmo sabendo que será em vão. Moa se senta toda mole e com os olhos entreabertos e, sem dizer algo, me abraça de lado. A arrumo, puxando-a para se sentar em meu colo e a abraço também. — Me perdoa...

— Não vá embora de novo, por favor... — diz embolado, por estar sob efeito de medicamentos, suas palavras e ações estão lentas, como se estivesse bêbada. Su entra no quarto e, ao nos ver assim, seu olhar se torna triste. Acho que Su sente algo por Moa, mas não arriscarei perguntar.