PROLOGO

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"Até onde você está disposta a ir em busca de vingança, mesmo que isso signifique perder-se nas sombras do caminho?"

Eu costumava ser uma garota cheia de sonhos. Mas aquelas noites em que os planos para o futuro brilhavam mais do que as estrelas, e eu acreditava que o mundo era um lugar onde tudo era possível, se transformaram em um pesadelo monstruoso, e as doces promessas de uma vida repleta de possibilidades, se desfizeram em um turbilhão de dor.

Aquele em quem eu havia confiado se tornou o arquétipo do meu tormento, e o mundo que eu conhecia foi D-E-S-P-E-D-A-Ç-A-D-O...

Ethan era meu namorado há quase dois anos, sempre doce e gentil, apesar de ser um pouco quieto e retraído. Mas tudo mudou naquela noite, naquela maldita noite.

A festa de despedida, que celebrava o fim das férias e o tão esperado início da faculdade, começou com uma energia vibrante. A casa onde a festa acontecia era uma mansão imponente, localizada em um bairro nobre da cidade. As luzes coloridas piscavam, refletindo nos enormes lustres de cristal e nas paredes de mármore, criando uma atmosfera ao mesmo tempo elegante e eufórica.

O som pulsante da música se espalhava por todos os cômodos, envolvendo cada um dos convidados em um ritmo contagiante. O aroma de bebidas caras e perfumes sofisticados pairava no ar, misturado ao riso fácil e ao murmúrio de conversas animadas. Ethan, Mason e Andrew estavam especialmente animados, suas risadas ecoando pelo salão.

Lá fora, a cidade estava viva, as luzes das ruas e prédios se mesclando com as estrelas no céu, como se a noite fosse um palco pronto para a celebração. Dentro da mansão, o ambiente era descontraído, quase intoxicante, uma promessa de momentos inesquecíveis. Nós rimos, dançamos, e aproveitamos cada segundo, sem imaginar o quão sombria aquela noite se tornaria.

Com o fim da festa se aproximando, os três me convidaram para ir embora com eles. Eu, aliviada por pensar que estávamos indo para casa, entrei no carro de Mason. Mas a sensação de segurança rapidamente se transformou em medo quando Mason desviou o carro para um caminho de terra, afastando-nos da cidade e do conforto da festa.

- Para onde estamos indo? - perguntei, minha voz tremendo.

- Só um pouco mais adiante - respondeu Mason com um sorriso que não parecia tranquilizador.

A estrada de terra serpenteava por um bosque denso, e a cidade desapareceu rapidamente atrás de nós. O caminho era irregular e a escuridão ao redor parecia engolir tudo. A sensação de desconforto cresceu a cada metro percorrido.

Quando finalmente paramos em frente a uma cabana antiga, escondida no coração do bosque, o medo que me acompanhava se transformou em puro pânico. A cabana tinha uma aparência desolada, como se o tempo a tivesse esquecido. Suas paredes de madeira estavam desgastadas e apodrecidas, cobertas por musgo e trepadeiras que pareciam sufocar a estrutura. As janelas, quebradas e emolduradas por caixilhos enferrujados, refletiam a luz pálida da lua de forma fantasmagórica, enquanto a porta, também enferrujada, rangia com o vento, emitindo um som quase sinistro.

A atmosfera ao redor era sufocante, carregada de uma sensação de abandono e perigo iminente. O silêncio era perturbador, quebrado apenas pelo farfalhar das folhas secas sob nossos pés e pelo uivo distante do vento entre as árvores. O frio penetrante que senti na espinha era mais do que a temperatura noturna; era como se a própria cabana emanasse uma energia opressiva, mergulhando tudo ao redor em uma escuridão profunda e inquietante.

- O que estamos fazendo aqui? - perguntei, a ansiedade evidente na minha voz.

- Só queríamos mostrar a você um lugar especial - disse Ethan, mas sua voz estava distante e desinteressada.

Diabla: O preço da vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora