CAP 3- A MORTE DO CASAL

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13/03
13:05

  Como combinado, o grupo de criminosos responsáveis pelo sequestro de Mário e Eliana já se encontrava naquele galpão grande e vazio, localizado na estrada que limitava o município de Burano Lin. Esperavam impacientemente pela chegada de sua segunda líder, enquanto o primeiro se mantinha calmo, observando o casal amordaçado no chão.

Mário e Eliana buscavam ar com dificuldade. Fracos pela violência sofrida e a falta de suprimentos, mal podiam se levantar ou ao menos reclamar da dor. Seus corpos estavam manchados com o próprio sangue e haviam desistido de lutar pela própria vida. Ambos tinham entendido que os esforços não valeriam a pena.

Fora do galpão, um carro é estacionado ao lado dos outros dois. Ao abrir a porta e sair do banco do motorista, a segunda líder coloca sua máscara branca, que possibilitava apenas o ver dos olhos por trás dela. Deu passos firmes pela terra, dando meia volta no galpão, em direção à entrada. Antes que se juntasse a seu grupo, respirou fundo e cerrou as mãos.

"Eu não preciso fazer nada... Vai ser rápido."

  Pensou consigo mesma e entrou.

  Ao se deparar com a cena lá dentro, de repente, ficou imóvel. Seus olhos arregalados fixaram o casal, que confusos com a chegada de mais um, olharam de volta. A segunda líder tremeu. Sua respiração se desregulou. Suou frio.

— Duda! Até que enfim, chegou! — O primeiro líder, com a máscara idêntica à segunda, se aproximou ao notar a presença dela. Sorria satisfeito por detrás da máscara — Sua demora me deixou um pouco ansioso... Os irmãos Duda não podem agir separados um do outro... sabe disso... — Olhou atentamente para os olhos de sua semelhante, que pareciam ficar vermelhos a cada segundo, guardando lágrimas — Enfim! Vou repassar o nosso objetivo aqui: Os Money Killers ali pegaram a conta bancária do casal e vão transferir o dinheiro para a nossa. Depois, dividiremos tudo.

— E o que vão fazer com eles? — Com a voz trêmula, a segunda indaga.

  Duda o encara mais uma vez, fazendo um breve silêncio antes de responder:

— Veremos isso mais tarde — sussurrou.

  Minutos se passam até os Money Killers conseguirem transferir o dinheiro do casal para a conta deles. Trabalhavam juntos e em sincronia, enquanto a última a chegar estava separada do grupo, divagando nervosa durante a ação. Se esforçava para manter-se longe de seus companheiros, evitando qualquer tipo de contato. Algo a incomodava. Algo a fazia querer sair dali o mais rápido possível para não ter que participar do crime.

— Conseguimos! — exclamam os liderados — Agora, só nos resta nos livrar do casal...

— Amanda.

  Inesperadamente, o som daquela voz ofegante é ouvido pelos criminosos. Luiza havia unido suas forças restantes para conseguir falar.

  Confusos com a repentina ação da mulher, os Money Killers olham para ela, que com dificuldade, continua a dizer:

— Amanda, eu sei que é você —Levanta a cabeça e chama a atenção da segunda líder à sua frente, que de costas, parou para ouvi-la. — Foi por isso que você sumiu, não foi? Você estava em um grupo e de repente... está em outro... — Voltando a tremer e a suar frio, a líder dá mais um passo — Eu sei que é você. Seu silêncio fala por si.

  Segurando o choro, a segunda líder para, tira sua máscara e se vira para o casal. Mostra seu rosto pálido e sem nenhuma expressão aparente, apenas para eles. A única coisa que se podia ler eram seus olhos vermelhos e suas mãos trêmulas. Daquela forma, afirmou que Eliana estava certa em dizê-la quem estava por trás daquela máscara, tão vazia quanto sua própria dona.

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