CAP 7- O NOME DE UM ASSASSINO

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22/03
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  Como havia dado como missão a entrega das cartas de Eliana aos seus pacientes, logo depois da ACADEPOL, Eric pegou o carro de Kevin e dirigiu em direção aos endereços anotados. No caminho, se preparou mentalmente para lhes dar a notícia, como também um consolo. Imaginou que sua mãe tenha desenvolvido um papel importante na vida de cada um, já que além de psicóloga, ela sempre foi amiga.

  Metade das cartas tinham um endereço, enquanto a outra metade obtinha apenas o nome completo dos destinatários. De acordo com algumas anotações que Eliana havia feito em seus documentos do trabalho, as cartas com um destino eram de pessoas que já haviam recebido alta do hospital, já as outras, pertenciam àqueles que ainda estavam internados.

  Eric então, resolveu deixar a visita ao hospital para um outro dia.

  Assim que o fim de tarde chegou, ele fez sua última entrega: Uma senhora com problemas cardíacos, que havia dito a Eric tudo o que Eliana realizou por ela, e como a deu um motivo para não desistir de sua própria saúde, já que era uma "idosa teimosa e isolada", segundo ela mesma.

  A tratando com cortesia, o jovem ouviu atentamente a história que ela contava sobre sua relação com Eliana e o quanto gostava dela. A cada palavra pronunciada pela senhora, mais Eric desejava ser como sua mãe: inspirador, alegre e um pilar para levantar as pessoas. A mão que ajudava, o sorriso que contagiava, a humildade que confortava. Tudo o que a mãe era, Eric queria ser. 

  Voltando para o carro estacionado à frente do apartamento da senhora, ele parou e refletiu o quanto iria sentir falta da família completa, daqueles que haviam lhe dado a vida, daqueles que mais admirava, mas logo entendeu aquela saudade como algo negativo ao ver que tinha parado o dia para permitir-se sentir aquele aperto no peito. Levantou a cabeça e sorriu amarelo, na tentativa de afastar aquela falta.

  Abriu a porta do carro e olhou para a caixa no banco do passageiro.

— Agora, preciso me preparar para as cartas no hospital... — suspirou — E espero que essa tal Amanda seja uma das pacientes de lá...

  Girou a chave do carro e o ligou. Assim que se prontificou a dirigir, percebeu o balançar oscilante do automóvel conforme se movia, enquanto um zunido alto e irregular soava do lado de fora.

  Estranhou tudo aquilo, desligou e ligou o carro várias vezes para testá-lo, mas nada mudou.

— Engraçado que esse carro para de funcionar bem quando eu dirijo — resmungou Eric, coçando a própria cabeça e fazendo uma careta. — Quero só ver o Kevin me pedir o dinheiro do conserto, como se eu tivesse quebrado...

  Suspirou mais uma vez e ligou o carro, dirigindo lentamente e com dificuldade até a mecânica mais próxima, onde se deparou com uma mulher loira de cabelos amarrados, vestida com uma calça jeans e uma camisa regata branca. Estava suja e consertava o capô de um carro cinza.

  Cumprimentou-a, reportou-lhe o problema e a mulher saiu ao encontro do proprietário da mecânica. Assim que Eric viu o rosto do homem, arregalou os olhos e exclamou:

— Otávio?! Você por aqui? — Tão surpreso e animado como ele, o mecânico de cabelos curtos e pretos, revestidos com um boné amarelo, também exclamou, erguendo os braços para o abraçar:

— Opa, Eric! Quanto tempo, irmão! — Abraçaram-se, dando tapinhas nas costas um do outro.

— Quem diria que o apaixonado por carros iria abrir uma mecânica, não é? — indagou Eric, com um sorriso largo no rosto, depois de se separarem.

— E digamos que eu esteja muito satisfeito! — Riram — Bárbara, esse é o Eric, meu amigo do Ensino Médio — dirigiu-se primeiro à loira ao seu lado, abraçando-a com seu braço esquerdo. — Eric, essa é a Bárbara, minha namorada.

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