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Os meninos me olharam mas eu não conseguia parar de rir, como o Cirilo poderia ter falado uma coisa daquelas?? " Ele deve tá pensando no chifre dele ", por favor, nunca ri tanto na minha vida toda!

— Oh tampinha, ninguém nunca te disse que é errado ficar ouvindo a conversa dos outros? – Jaime perguntou se aproximando de mim.

— Que eu saiba é errado ouvir a conversa dos adultos! Mas tanto faz, eu não ouvi nada do que eu já saiba– Respondi fazendo pouco caso.

— Como assim nada que você já não saiba, Esther? – Davi perguntou confuso.

— Eu sei sobre a casa abandonada e sei muito bem como vocês não passam de uns medrosos! – Confessei voltando a rir.

Os meninos se entreolharam surpresos, eles realmente não tinham me visto em meio aquele susto dentro da tal casa abandonada, ou melhor, clube dos cuecas.

— Essa mexeriqueira tava vigiando a gente esse tempo todo! – Kokimoto exclamou.

— Eu entrei na casa mesmo mas a única coisa que consegui reparar é o quanto vocês todos são medrosos, não só o Jaime, o Cirilo e o Daniel mas a duplinha de diabos da Tasmânia também! – Retruquei cruzando os braços.

— Olha aqui, Esther, eu acho bom você ficar bem caladinha senão.. – Jaime falou, essa baleia estava me ameaçando, era isso mesmo?!

— Senão o que hein, Jaime? – Frazi o cenho cerrando os olhos no mais velho e dei um passo a frente.

— Calma, calma.. Esther, por favor, não conta nada para as meninas, guarda esse segredo pra gente por favor... – Daniel implorou.

— O que eu ganho em troca por guardar esse segredo, hum? – Perguntei, eu não iria guardar uma coisa tão boa em vão.

Os meninos se entreolharam novamente, pareciam estar conversando com os olhos.

— Bom.. podemos te dar alguns doces talvez? – Daniel perguntou sugestivo.

— Ótimo, eu vou querer uma sacola de doces com balas, pirulitos, chicletes, muita paçoca e muitos chocolates! – Disse exigindo o que eu queria. — Se não me derem, eu espalho para todas as meninas, elas com certeza não vão gostar nenhum pouco de saber disso.

— Tudo bem, nós vamos cumprir com a promessa!

— Perfeito então, tchauzinho, meninos! – Acenei, logo em seguida mandando um beijinho e sai rindo.

[ . . . ]

Finalmente tinha chegado em casa mas sabe toda aquela alegria que eu estava sentindo por saber que iria ganhar uma sacola de doces? Bom, ela sumiu assim que eu lembrei do ocorrido de mais cedo, eu ganhei uma advertência na agenda e teria que mostrar para os meus avós.

— Que bom que chegou da escola, meu amor! Como você est... Esther? O que houve? Que cara é essa? – O sorriso que estava no rosto da mais velha desapareceu ao ver a feição triste de sua neta.

— Vovó, eu ganhei uma advertência na agenda... – Murmurei tão baixo que era difícil de se ouvir, estava envergonhada.

— Como? – Ela perguntou novamente mas desta vez não falei nada e apenas coloquei a agenda aberta na mesa. — Uma advertência? Uma advertência no segundo dia de aula, Esther Pilar Souza? É isso mesmo que eu tô vendo?! – A avó falou aborrecida.

— Mas o que tá acontecendo aqui hein? – O homem de cabelos brancos disse se aproximando.

— A Esther acabou de receber uma advertência na agenda! – A avó respondeu inconformada.

𝐌𝐄𝐔 𝐉𝐀𝐏𝐈𝐍𝐇𝐀 | 𝐊𝗼𝗸𝗶𝗺𝗼𝘁𝗼 𝐌𝗶𝘀𝗵𝗶𝗺𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora