𝔼𝕧𝕖𝕣𝕪𝕓𝕠𝕕𝕪'𝕤 𝕨𝕒𝕥𝕔𝕙𝕚𝕟𝕘 𝕞𝕖

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_______________Theodore_______________

Me odiar sempre foi uma constante na minha vida, uma sensação que se fortaleceu ao longo dos anos por conta dos meus arrependimentos. As atitudes que eu poderia ter tomado em momentos cruciais parecem me assombrar todas as noites, especialmente quando me deito para dormir. Esses pensamentos perturbadores me mantêm acordado por longos períodos, impedindo-me de encontrar a paz no sono.

A presença do meu pai na minha vida intensifica esses sentimentos de ódio e arrependimento. Lembro-me claramente do dia em que ele esteve aqui, o calafrio que percorreu minha espinha ao vê-lo. Poderia ter dito mil coisas, confrontando-o, questionando-o, mas em vez disso, congelei. Seu sorriso mórbido, desprovido de qualquer sinal de luto pela morte da minha mãe, me causou um arrepio profundo. Ele parecia feliz, uma felicidade que eu nunca tinha visto antes, e aquilo me deixou em choque.

As noites seguintes foram um tormento. Fiquei com insônia, revivendo flashes do rosto sorridente de meu pai, um rosto tão parecido com o meu, mas distorcido por uma alegria macabra. Era como se ele tivesse dado um tapa na minha cara e cuspido no túmulo da minha mãe. A presença dele naquele dia foi um lembrete cruel de que Voldemort realmente havia retornado, como Potter disse no dia da morte de Diggory. Esse pensamento me preocupava ainda mais.

Hoje, no dia em que combinamos comemorar nossos aniversários de uma vez, meus olhos estão cercados por olheiras e meu rosto mostra uns fiapos de barba por fazer. O estresse das noites insones é visível. Tenho vivido muitos picos de estresse, especialmente porque desconfio que Phoenix esteja planejando algo perigoso. Vi-a conversar com os elfos domésticos várias vezes, solicitando coisas que sempre vinham bem embrulhadas. Seu súbito interesse pela minha mãe, as horas em que a procurava em seu quarto de madrugada e não encontrava sinal dela, exceto uma bolsa estirada ao pé da cama, tudo isso aumentava minha preocupação.

Ao mesmo tempo, sinto-me um hipócrita por querer descobrir o que ela está escondendo, sendo que eu mesmo guardo segredos que podem prejudicar a vida dela no futuro. Minhas próprias ações impulsivas e egocêntricas criaram uma barreira entre nós que ela mal desconfia, e a culpa por minhas estupidezes me consome.

No entanto, a preocupação com Phoenix é genuína. Sei que ela está se envolvendo em algo arriscado, e temo pelas consequências. A ideia de perdê-la, de vê-la machucada por o que quer que ela esteja planejando.

— Theo? Theo?! Ei, eu tô falando com você, minha chaminézinha italiana! — Falava Phoenix, agitando sua mão pálida e esguia na frente dos meus olhos.

— Hein? O quê? — respondi, piscando para sair do meu devaneio.

— Draco disse que quer abrir os presentes primeiro e comer a comida e o bolo depois. — explicou ela, com aquele sorriso bonito nos lábios pequenos e naturalmente ruborizados.

Flawless- Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora