O meu meio- irmão

Capitulo 7

                                       ZAYA NARRANDO:

No dia seguinte, eu não medi esforços para ir à aula. Precisava me desculpar com Simon pelas coisas que minha mãe disse.

Estava tranquila quanto a Amber—o boato já tinha se espalhado e o colégio me informou que ela foi suspensa por três semanas. Isso me dava tempo para pensar sobre o que fazer em relação ao que aconteceu.

Assim que cheguei, fui direto para a sala de Simon, torcendo para encontrá-lo antes da aula começar. Talvez ele estivesse na frente da sala, conversando com os amigos, como sempre fazia.

Mas fui ingênua e tola. Simon estava aos beijos com outra garota.

Não era incomum ver essa cena, mas, desta vez, senti uma pontada de raiva e decepção, como se eu estivesse sendo traída. O que era ridículo, considerando que nós nunca tivemos nada. Mesmo assim, a visão deles juntos me deixou à beira de interrompê-los, despejando toda a frustração que minha mãe havia jogado em cima dele, como um ataque de fúria.

No entanto, o grito estridente de Ágatha chamando meu nome me parou. Agradeci mentalmente por isso. Ela, sem saber, me salvou de fazer algo que eu certamente me arrependeria.

— Meu Deus, Z! Você está bem? — Ela correu para me abraçar, eufórica.

— Está tudo bem. — Respondi, tentando afastar o nó que se formava na minha garganta.

— Não acredito que aquela vadia fez isso com você! Juro que, se ela aparecer na minha frente...

— Não faça nada, Ágatha. — A interrompi. — Não vale a pena criar mais problemas por causa disso.

— O problema já foi criado. — Ela revirou os olhos, e seguimos em direção à nossa sala.

— Estão dizendo por aí que você e Simon estão namorando às escondidas. Que você passou a noite na casa dele e que Amber descobriu e enlouqueceu, por isso te atacou.

— Você acredita nisso?

— Claro que não! Vocês dois nunca se deram bem. Quantas vezes ele te desprezou? Não é possível que você se apaixonasse por um bruto como ele... A não ser que goste de ser humilhada. — Ela riu, como se fosse a coisa mais absurda que já ouviu. — Além disso, ele mesmo já desmentiu esses boatos. Você viu que ele estava praticamente engolindo aquela garota no beco, né?

— Eles só estavam se beijando, não exagere. — Respondi, tentando afastar as imagens desagradáveis que suas palavras evocaram. Só de imaginar, meu estômago embrulhava. — Mas vamos esquecer Simon, Amber e qualquer coisa relacionada a esses dois. Hoje, eu só quero pensar em coisas boas!

— Falando nisso... — Ela sorriu, animada. — Hoje à noite vai ter uma festa na piscina para comemorar meu aniversário de namoro! E você está mais do que convidada!

— Essa comemoração não deveria ser mais íntima? Só você e o Tyler?

— Vai ser também, só que mais tarde... na cama.

Nos entreolhamos e rimos. Confirmei presença, sabendo que precisava me distrair e esquecer uma certa pessoa que insistia em invadir meus pensamentos.

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Mais tarde, enquanto me arrumava, optei por um vestido longo, de tecido fino, azul-marinho. O modelo praiano, com um decote suave, parecia perfeito para a ocasião, já que a festa seria na piscina, e Ágatha morava quase em frente à praia. Fiz alguns cachos leves no cabelo e apliquei uma maquiagem básica, mas suficiente para realçar meus melhores traços.

Durante o percurso até a casa de Ágatha, minha mente me amaldiçoava por continuar pensando em Simon, especialmente no quanto me incomodou vê-lo beijando outra garota. Prometi a mim mesma que, ao sair do táxi, eu o esqueceria completamente. Esta noite seria o fim de qualquer sentimento que estivesse tentando se enraizar.

Quando cheguei, admirei a decoração. Havia luzes vermelhas e corações por todos os lados, romantizando o ambiente. Rapidamente, me dirigi ao bar, onde encontrei Tyler e Ágatha.

— Quem foi o artista que criou essa obra de arte? — Ágatha perguntou, rodopiando ao meu redor. — Você está arrasando, Z!

— Você também está linda!

— Eu sei. — Ela sorriu, satisfeita, e rimos juntas.

Parabenizei o casal pelo tempo juntos e, em seguida, pedi uma ice. Eles se afastaram para cumprimentar os outros convidados, enquanto eu fiquei ali, saboreando minha bebida, tentando espantar a sombra de Simon.

— Zaya! — Reconheci a voz de imediato. Ele tocou meu ombro de leve. — Passei na sua casa recentemente para vê-la, mas só encontrei sua mãe.

— Fiquei sabendo. — Respondi, lembrando o caos que ele causou.

— Como você está?

— Ótima. E você?

— Para ser honesto, péssimo. Brianna me deu um fora. — Ele suspirou, referindo-se à garota por quem ele me deixou na festa. — Ela está saindo com outro.

— Então é a hora perfeita para você esquecê-la. — Levantei minha garrafinha de ice, e ele sorriu.

— Não tenho certeza se o álcool vai me fazer esquecer.

— É melhor tentar do que continuar pensando nela.

— Você tem razão.

Ele se sentou ao meu lado e pediu uma dose de whisky. Conversamos por um bom tempo, e só percebi que a situação estava esquentando quando ele aproximou a cadeira ainda mais e colocou a mão na minha coxa. Fiquei tensa naquele momento, sem saber como reagir.