Capítulo 8

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Meu corpo estava paralisado, incapaz de se mover, como se o mundo ao meu redor tivesse congelado. Vi o rosto de James se aproximando lentamente, e quando nossos lábios estavam prestes a se tocar, uma voz quebrou o clima.

— Posso falar com você? — A voz de Simon cortou o ar. Seu semblante era sério, quase ameaçador.

James levantou-se rapidamente, como se quisesse escapar da tensão que se formava. — Já estou de saída, — murmurou, me deixando sozinha com Simon. O ódio cresceu em meu peito enquanto me virava em direção ao bar, tentando ignorar a presença imponente ao meu lado.

— Você iria beijar aquele idiota? — A voz de Simon carregava uma mistura de incredulidade e raiva.

— E daí? — Respondi, ainda evitando olhar para ele. — Não é como se você não beijasse outras garotas.

— A diferença é que aquele cara lhe embebedou da última vez e te largou sozinha! — Suas palavras atingiram um nervo, mas permaneci em silêncio. — Olhe para mim, Zaya!

Revirei os olhos, sentindo o calor da raiva se espalhar pelo meu corpo, e me levantei, furiosa.

— Você acha que é melhor que ele? — Fuzilei-o com o olhar. — Você me levou para aquela maldita festa de aniversário e me deixou sozinha também. Então, faz um favor e não se intrometa na minha vida!

Virei as costas, pronta para sair dali, mas Simon agarrou meu braço com força, puxando-me de volta, fazendo com que nossos corpos se colidissem.

Estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração quente e úmida na minha pele.

O maior erro foi não ter me afastado de imediato. Ficamos ali, parados, respirando ofegantes, nossos corações disparados como se corressem uma maratona invisível.

— Você está bêbada? — Ele sussurrou, a voz baixa e rouca. Senti seus lábios roçarem levemente na minha pele enquanto falava.

— Não, — respondi, quase sem voz, sentindo a eletricidade do momento atravessar meu corpo.

— Então posso te beijar.

Eu ouvi suas palavras claramente, e, ao invés de me esquivar, permaneci ali, ansiosa pelo toque que finalmente veio. Seus lábios encontraram os meus com uma suavidade que me surpreendeu. Não havia pressa; era como se estivéssemos saboreando cada segundo, como se estivéssemos explorando um desejo reprimido por tempo demais.

A intensidade do momento crescia, e algo dentro de mim se quebrou. Eu sempre quis Simon. O desejo que agora me consumia era a prova de que esperei por isso durante muito tempo.

Ele interrompeu o beijo, olhando profundamente nos meus olhos.

— Venha comigo, — disse ele.

Eu assenti, quase sem pensar. Ele segurou minha mão e me conduziu para fora da festa, e caminhamos em silêncio até a beira da praia. O vento brincava com meus cabelos, e a brisa e o som do mar tornavam tudo ainda mais surreal.

Bastou um único olhar entre nós para que o beijo recomeçasse, dessa vez mais urgente. Suas mãos exploravam meu corpo, uma segurando minha nuca, a outra deslizando para mais perto de minha intimidade. Quando seus dedos roçaram ali, um tremor percorreu meu corpo. Eu sabia que o queria, sem sombra de dúvida. Guiando sua mão, a posicionei sobre minha calcinha.

— Você tem certeza? — ele perguntou, seus olhos fixos nos meus.

Respondi com um beijo intenso, sem hesitação. Ele pausou seus lábios no meu pescoço, me fazendo fechar os olhos e me contorcer de prazer.

Sem desviar o olhar, Simon se ajoelhou na areia. Levantei meu vestido, e com um gesto cuidadoso, ele afastou a calcinha. Quando sua língua tocou meu clitóris, um gemido escapou dos meus lábios. Os movimentos eram lentos e precisos, me levando ao limite.

Deitamos ali mesmo, na areia, e fizemos sexo sob o céu estrelado. Não houve dúvidas, nem arrependimento. Foi perfeito, e o prazer que senti foi indescritível.

— Você é tão perfeita, Zaya. Como pude demorar tanto para tê-la em meus braços? — ele sussurrou, me puxando para mais perto enquanto eu me aconchegava contra ele, sentindo o frio da noite.

— Você diz isso para todas? — perguntei, tentando não deixar a esperança brotar em meu peito.

— Claro que não.

— É claro que diria isso. — repliquei, tentando manter a cautela.

— Nunca fui tão sincero quanto agora. Acredite.

Fiquei em silêncio, lutando contra a vontade de acreditar nele. Não queria criar expectativas, sabia que estar próxima de Simon era como andar em meio à neblina, sem saber para onde estava indo, sem saber se ele me trataria com carinho ou com o desprezo de sempre.

— Precisamos voltar para a festa, — murmurei, me levantando.

— Fique um pouco mais.

— Agora faz questão da minha presença? — perguntei, com uma ponta de sarcasmo.

— Quantas vezes ainda serei colocado contra a parede hoje? — Ele riu suavemente.

— Tudo bem, — respondi, sentindo minhas bochechas corarem. — Vou parar.

— Quero aproveitar enquanto ainda não começamos a nos ofender. — Comentou, em tom brincalhão.

— Você que me ofendia, Simon. Eu só tentava ser sua amiga. — Falei de forma mais ríspida do que deveria. Pela primeira vez naquela noite, o silêncio entre nós pesou.

— Eles devem estar sentindo nossa ausência na festa. Melhor voltarmos. — Disse ele, após alguns segundos. Concordei, sentindo o peso da realidade nos puxando de volta.

Nos levantamos da areia e caminhamos em silêncio até a festa. Era como se um muro invisível tivesse crescido entre nós novamente. A dor da rejeição, acumulada ao longo dos anos, havia criado uma cicatriz em mim, e por mais que eu tentasse fingir que não me afetava, ela sempre se manifestava nos momentos mais imprevisíveis.

Quando chegamos à festa, cada um foi para um lado diferente. Percebi, com um nó na garganta, que talvez fosse impossível termos qualquer laço verdadeiro. Havia algo muito maior entre nós, algo que sempre nos afastaria, independentemente da vontade ou desejo que tivéssemos um pelo outro — se é que ele sentia algo por mim.

O meu meio- irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora