Eu desperto de uma vez, minha cabeça repousa em algo plano e duro, além de doer pra caralho. Solto um gemido pela forte pontada de dor que surgiu na minha testa, me fazendo levantar a cabeça e esfregar o local. Foi aí que eu vi que eu tava dentro da sala de aula e tinha dormido com a cabeça apoiada na mesa. Há alguns minutos eu estava indo atrás de Tyler e agora eu estou na AULA? Como isso aconteceu? Será que... será que eu tenho super poderes? Eu sou realmente O Escolhido? Uau... the super kid...
- Lucas Roldem, você está bem? - A professora Kris Armas pergunta, aparentando estar preocupada comigo.
- Eu acho que não... por que me trouxeram pra cá e não pra enfermaria?
- Como assim, meu querido? - Ela afaga meus cabelos. - Você está passando mal?
- Não, quer dizer, eu não sei, eu tomei uma pancada na cabeça... - Olho ao meu redor e todos da sala estão me encarando, incluindo Paulo, Julha e Evie, que parecem confusos.
- Oh, meu divo, quer que eu te acompanhe até a enfermaria? A profe te ajuda, Roldy. - Ela aperta meu nariz como se eu fosse uma criança.
- Na verdade, eu prefiro que meus amigos me levem... pera, eu não preciso pedir permissão, eu sou adulto. - Olho para os três. - Vocês vem comigo?
- Onde? Tá doidão? - Paulo fica confuso.
- Fazer um curativo no meu dodói. - Faço cara de fofo.
- A gente leva ele, professora Kris. - Julha se levanta, seguida de Paulo e Evie. - Fica tranquila, termina de dar a aula porque já tá todo mundo olhando.
- Só tem curioso e fofoqueiro nessa sala, se fosse pra ajudar um necessitado, iam virar o rosto. Sei bem o tipinho de vocês! - Evie lacra e todo mundo respeita.
- Vão lá, kingos, arrasem muito, tá? Pauly, cuida deles... - A professora pisca pro Paulo, oxe? Então tá.
Nós quatro saímos da sala ouvindo a risada dos nossos colegas. Malditos, queria ver se fosse eles que tivessem levado uma pancada na cabeça e sido trazidos pra estudar com a Armas.
Calma, pera aí um segundo...
Como FUCKS eu fui parar numa aula se não tem aula dia de sábado?
- Gurizada, que dia é hoje? - Paro abruptamente.
- Tá de marola? - Paulo estala os dedos na frente dos meus olhos.
- É sério, que dia é hoje? - Insisto, acho que pareço desesperado porque eles me olham esquisito.
- Hoje é segunda, Lucas. - Julha diz.
- Bah, não pode ser... como hoje é segunda?
- Ele tá se fazendo de pão pra levar linguiça, ignorem ele. - Evie sendo idiota mais uma vez.
- Cala a boca, e você que quer a linguiça do Nijiro mas ele tá linguiçando uma japonesa nesse exato momento? Ai, toma essa, guria! - Faço cara de turn down for what.
- Que coisa feia de se dizer, Roldem, credo. Vocês homens só pensam nisso, ainda bem que eu passo longe. - Julha parece com nojo.
- Ei, eu não, eu também penso em botafogo e aviões. - Paulo se defende.
- Que interação foi aquela com a professora? Você saiu com ela? - Pergunto, curioso. Seria muito engraçado se isso tiver acontecido.
- Qualé, paizão, nem pode isso, é abuso de poder, sou aluno dela, viaja não. - Ele diz isso mas seus dedos tremem, não sei se de nervosismo ou memória muscular de quando estava de MÃOS DADAS COM A PROFESSORA...
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Agreste Indigo
ParanormalSeguir seus sonhos pode ser uma tarefa difícil para a maioria das pessoas, mas para Lucas, era o que o mantinha vivo. Saindo de Ijuí, ele conseguiu conquistar o que queria: entrar para a Academia Mulberry, a maior universidade do país, em Garanhuns...