Capítulo 8

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Quando entramos no hotel, o clima estava pesado, e a tensão entre Liu e eu era quase palpável. Ele me acompanhou até o elevador, e a viagem até o meu andar foi silenciosa, com um peso invisível pairando sobre nós. Eu não tinha certeza do que dizer, e Liu parecia igualmente reservado, talvez esperando o momento certo para falar.

Ao chegar ao meu quarto, ele me seguiu até a porta e a abriu para mim. Olhei para ele, tentando encontrar palavras para expressar minha gratidão e confusão.

— Obrigada por me pegar. — minha voz saiu quase em um sussurro.

Liu apenas acenou com a cabeça e, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele se virou e se afastou, deixando-me sozinha com meus pensamentos. Eu fechei a porta atrás dele, apoiando-me contra ela enquanto tentava processar tudo o que havia acontecido.

O silêncio do quarto parecia ensurdecedor. Eu me sentei na beira da cama, as imagens do que quase aconteceu no carro ainda frescas na minha mente. A interjeição de Liu havia sido o que eu precisava para me afastar do caminho que estava trilhando, mas também deixou uma sensação de perda e arrependimento.

Eu precisava de respostas, de algum tipo de resolução. E sabia que a única pessoa que poderia fornecer isso era Michael. Mesmo com o caos e a confusão, eu não poderia evitar enfrentar a situação de frente.

Resoluta, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Michael:

"Precisamos conversar. Agora."

Depois de enviar a mensagem, me preparei para o encontro que viria. As palavras de Michael e a maneira como ele tratou o que aconteceu entre nós ainda estavam ecoando na minha mente. Eu precisava entender por que ele estava tão determinado a manter as coisas estritamente profissionais, por que parecia tão incapaz de enfrentar o que havia entre nós.

Alguns minutos depois, recebi uma resposta de Michael.

"Desculpe, estou ocupado agora. Não posso conversar."

Senti um peso no peito ao ler a mensagem. A frustração tomou conta de mim. Eu precisava de respostas, e Michael estava se esquivando, ignorando a seriedade da situação. Mas, antes que eu pudesse processar totalmente o que isso significava, outra notificação apareceu. Era uma mensagem de Ana.

"Estamos ocupados agora, amorzinho. Pare de encher."

Aquelas palavras eram um tapa na cara. A frieza e a falta de consideração nas mensagens de Michael e Ana eram um lembrete cruel de que eu estava em uma situação em que minha voz não era ouvida e minhas preocupações não eram valorizadas.

Eu me levantei da cama, sentindo uma onda de raiva e desespero. Andei de um lado para o outro, tentando reunir meus pensamentos e encontrar uma maneira de lidar com isso. Era como se a noite tivesse se tornado um pesadelo interminável, onde eu estava presa entre sentimentos de traição e a incapacidade de agir.

Depois de receber as mensagens de Michael e Ana, a frustração e a tristeza se misturavam com um cansaço profundo. Meus pensamentos estavam em tumulto, mas o desejo de encontrar um pouco de paz era maior. Sem outras opções, decidi que precisava descansar.

Com o coração ainda pesado, me preparei para dormir. Apaguei a luz do abajur, deixando o quarto em uma penumbra suave, e me enrolei nas cobertas, tentando encontrar conforto no calor do colchão. O ambiente estava quieto, exceto pelo ocasional som do vento do lado de fora.

Sentei-me na beira da cama por alguns momentos, tentando acalmar minha mente e focar na respiração. As palavras das mensagens continuavam a ecoar, mas eu sabia que precisava desligar para encontrar algum descanso. Fechei os olhos e respirei profundamente, tentando afastar os pensamentos que giravam em minha mente.

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