"Diz-me, o que sentiste quando me beijaste? Como é que o teu coração disparou no peito?" Os seus olhos desceram para a rápida subida e descida do seu peito, quase tocando nos seus. "Gostaste, Suna? Adoraste a sensação? Diz-me."
As pernas de Suna tremiam debaixo dela, fracas com a onda avassaladora de emoções e sensações que a percorriam. Ela lutou para encontrar a sua voz, a sua vulnerabilidade exposta diante dele enquanto os seus olhos passavam dos lábios para os olhos dele.
Antes que pudesse terminar a frase, a porta do quarto de Kaya abriu-se e Catalina saiu, vestindo uma das t-shirts de Kaya. "Kaya, queria saber se tu..." Ela parou abruptamente, reparando em Suna. "Oh, peço desculpa, não sabia que tinha companhia."
Suna sentiu como se o chão tivesse sido arrancado debaixo dela. Os seus olhos dispararam de Catalina para Kaya, a confusão e a dor girando no seu peito.
A visão de Catalina com a t-shirt de Kaya enviou uma onda de náusea através dela. A sua mente fervilhava de perguntas e inseguranças, cada uma mais dolorosa que a anterior.
Tudo o que ela sentia era mentira? Seria ela tola ao acreditar que ele pudesse sentir o mesmo?
Afastou-se de Kaya, dando um passo para trás. "Devia ir", murmurou ela, com a voz trémula.
"Suna, espera", Kaya começou a tentar segurar-lhe a mão, mas Suna já se afastava, a sua mente a girar com a visão. "Não é o que parece. Por favor, deixe-me explicar."
"Não consigo fazer isto", sussurrou, mais para si mesma do que para ele. "Pensei... não sei o que pensei."
Kaya estendeu-lhe a mão, mas ela abanou a cabeça, com lágrimas nos olhos. "Peço desculpa", disse ela, com a voz embargada. "Preciso de ir." Ela não conseguia processar as palavras dele.
O choque e a tristeza apoderaram-se dela, abafando qualquer pensamento racional. O seu coração parecia que estava a partir-se em pedaços. Antes que ele pudesse dizer mais uma palavra, ela saiu pela porta, o ar fresco da manhã a atingi-la como um jacto de água fria enquanto fugia.
Kaya correu atrás dela depois de pegar numa t-shirt, chamando pelo seu nome, mas quando chegou à rua, ela tinha desaparecido. Pegou no telefone, marcando freneticamente o número dela, mas todas as chamadas não foram atendidas. O desespero tomou conta dele quando tentou novamente, apenas para ela terminar a chamada antes que pudesse ser ligada.
Abatido, Kaya voltou para o seu apartamento. Catalina esperava à porta, o remorso estampado no rosto. "Kaya, peço desculpa. Não queria causar nenhum problema. Não percebi..."
Kaya interrompeu-a, a sua frustração mal contida. "Não é culpa tua, Catalina. Mas preciso de corrigir isto. Preciso que ela compreenda."
Catalina assentiu, recuando para lhe dar espaço. "Espero que ela ouça. Ela parece que realmente se preocupa contigo."
O coração de Kaya doeu com o peso das suas palavras. "Eu também espero", murmurou, olhando para o telefone, desejando que tocasse com uma chamada de Suna.
"Devia ir trocar-me", murmurou Catalina, tirando o vestido do sofá antes de desaparecer na casa de banho.
Kaya fechou os olhos, amaldiçoando-se a si próprio e à sua sorte. Tudo estava a correr tão bem, tudo estava a mudar para melhor e agora, por causa de um erro estúpido, tudo foi por água abaixo.
Abriu os olhos, perscrutando o apartamento, sentindo o peso da ausência de Suna. Ela não lhe deu hipótese de explicar, não reparou na manta e na almofada no sofá. Isto não foi um erro; foi um mal-entendido.
Catalina saiu da casa de banho completamente vestida. "Devia ir, querido. O Riz está à minha espera lá em baixo." Ela pegou nos sapatos e na mala ao lado dele, depois deu-lhe um abraço e um beijo na têmpora. "Cuidado, e se precisar que lhe explique, estou à disposição."
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TERAPÊUTICO -FF(KaySun)
RomantiekA narrativa desenrola-se sete meses após o episódio 65, após o divórcio de Kaya e Suna, omitindo o rapto de Seyran ou outros acontecimentos. O enredo investiga exclusivamente a evolução da relação de Kaya e Suna, juntamente com o seu bem-estar menta...