XV

497 55 44
                                        

Gatilhos: menção a assassinato, crise de ansiedade, os dois em um pico de exaustão mental bem pesado.

***

Durante todo o caminho, Chan estava sussurrando pedidos de desculpas chorosos e parecia não escutar Jeongin dizendo que ele não precisava dizer aquilo, que tudo iria ficar bem.

Tentou acalmar o homem com carinho, palavras e alguns beijos em sua testa, mas ele ainda parecia estar dentro daquela bolha de choque, o tremor em seu corpo era constante mesmo sem o frio e pela primeira vez, Jeongin não encontrou vida e brilho em seus olhos.

- Chegamos. - Sussurra calmo no ouvido de Chan, que estava deitado em seu ombro - Vamos, você consegue andar agora?

Christopher apenas assente com a cabeça.

- Robby, volta pra casa e tranca a porta do meu quarto por fora, qualquer coisa você diz que eu fui pra casa da Ryujin, eu realmente não me importo se eles vão acreditar ou não.

- Garoto, eu não vou deixar vocês sozinhos aqui.

- Você precisa voltar, vai ser muito suspeito se nós dois não voltarmos, com a porta do meu quarto trancada eles não vão perceber que eu não estou lá, nunca percebem. - Ele implora com o olhar - Por favor.

Claramente desgostando da situação, o segurança assente calado e assiste os dois saindo do carro e andando até a porta da casa simples de madeira em seguida.

Jeongin toca a campainha sem parar, não queria ser mal educado, mas estava praticamente caindo enquanto sustentava o corpo de Chan com apenas um dos braços. Quando uma mulher simpática com um avental de cozinha e um pano de prato nos ombros abre a porta, sente seu corpo inteiro tremer de nervoso, realmente não queria conhecer a mãe de Chan naquela situação.

- Christopher Bang?! O que aconteceu- - Ela para de falar quando Chan se joga contra seu corpo rapidamente em um abraço apertado, aquilo era um pedido de desculpas e Jeongin percebeu quando começou a escutar os soluços dolorosos vindos dele - Deus... Entre, entrem.

Os dois vão para dentro e Jeongin tranca a porta, Chan chorava como uma criança agarrado em sua mãe, que estava completamente perdida em toda a situação. Seu olhar preocupado encontra o de Jeongin, o mais novo tentava conter algumas lágrimas teimosas.

- Chris, pare de chorar, você está me assustando. - Ela fala gentilmente, Jeongin conseguiu ver que seus olhos também já estavam molhados - O que aconteceu, meu amor? Você pode me falar, você pode contar para a mamãe, respire fundo.

Enquanto nega repetidamente com a cabeça, Chan se afasta lentamente apenas para olhar nos olhos da mulher.

- Eu sou um monstro.

- Filho, não diga isso! - Ele fecha os olhos quando recebe um carinho leve da mãe em seu rosto - Você não é um monstro, nunca vai ser um.

Ela não iria mencionar, mas no momento em que o viu, percebeu o sangue em suas mãos, não iria pressioná-lo, sabia que quando conseguisse ele mesmo iria falar.

- Vá na cozinha, pegue um copo de água pra ele.

Jeongin assente e corre até o lugar que acreditava ser a cozinha, ele rapidamente encontra um copo de vidro e pega a água mais gelada que encontra, talvez aquilo o ajudasse.

- Aqui, beba. - Se abaixa na frente de Chan, que agora estava sentado no sofá ao lado da mãe, como as mãos dele estavam tremendo muito, Jeongin leva o copo até sua boca o hidratando de pouco a pouco - Isso, devagar, respire...

Jeongin passa os dedos pelos cabelos tingidos enquanto solta um suspiro baixo, só agora a realidade parecia estar atingindo o mais velho com força.

- É assim que você me apresenta seu namorado, Christopher? - Questiona tentando manter um sorriso em seu rosto enquanto faz um carinho nas costas do filho, sabia que a melhor coisa no momento seria distrair a sua mente - Eu queria ter preparado um jantar.

Treacherous | Jeongchan Onde histórias criam vida. Descubra agora