Treacherous | Jeongchan

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Gatilhos: homofobia, agressão.

As cenas onde contém os gatilhos vão estar sinalizadas com ⚠️ caso queiram pular.

...

Chan dormia tranquilamente agarrado ao corpo de Jeongin, ele sentiu o garoto se mover de forma estranha e sonolenta, então passou o braço pela cintura e o puxou para perto, fazendo um leve carinho em sua pele para que ele parasse de se mexer. Quando isso não aconteceu e ouviu um grunhido choroso, abriu os olhos imediatamente.

Jeongin ainda estava dormindo, mas trazia uma expressão dolorosa em seu rosto, que estava molhado por algumas lágrimas. Naquele momento, Chan soube que o loiro estava tendo um pesadelo, e com cuidado, começou a acariciar seu rosto e cabelo, sussurrando baixinho para que ele acordasse.

- Não, n-não. - Ele choraminga, ainda sem acordar - P-por favor, sai... Não chega perto de mim.

- Jeongin? Kiyomi, acorda, olha pra mim. - Chan colocou o rosto de Jeongin entre suas duas mãos e o sacudiu levemente - Acorda, anjo, é só um pesadelo.

Assim que abriu os olhos, Jeongin pareceu aterrorizado, incapaz de focar em nada. Ele empurrou Chan com força e se apressou em sair da cama, mas acabou caindo no chão em um ato desesperado para sair dali. Abraçou o próprio corpo enquanto tentava entender onde estava naquele momento.

Bangchan precisou de alguns segundos para processar o empurrão que havia levado, estava um pouco atordoado também, afinal, tinha acabado de acordar. Quando ouviu o barulho de Jeongin caindo no chão, se levantou rapidamente e foi até o garoto, que estava assustado e encolhido no chão.

- Jeongin? O que aconteceu?!

Jeongin impediu que ele se aproximasse quando estendeu a mão, pedindo para que ficasse longe. Chan parou imediatamente, vendo que Jeongin fazia um esforço tremendo para respirar, parecia estar sentindo muita dor. Chan não sabia o que fazer, nem entendia o que estava acontecendo.

Assistiu o garoto se arrastando até a parede e abraçando os próprios joelhos, escondendo metade do seu rosto, deixando visíveis apenas seus olhos assustados, que ao encontrar os de Chan, cederam ao choro baixinho.

- O que eu fiz? - Jeongin murmurou, Chan não entendia muito bem - Se ele descobrir... Se ele- Ele pode... - Seu queixo tremeu - E-eu estou sujo.

Chan engoliu em seco ao escutar aquilo, seu coração doeu. Jeongin estava quebrando mais uma vez, com as mãos trêmulas, Chan pegou uma garrafa de água e, verificando se o mais novo reagiria mal, começou a se aproximar devagar.

- Aqui, anjo, beba água. - Tentava soar o mais suave possível - Você precisa se acalmar, certo? Não aconteceu nada de errado, talvez você precise de um tempo pra processar, mas por favor, se acalme antes, está tudo bem, eu estou aqui, eu não vou encostar em você se você não quiser.

Com um olhar quebrado, Jeongin encarou Chan e pegou a garrafinha de suas mãos. Ele notou que o homem também estava tremendo e não conseguia entender o que aquilo significava, aquela foi a melhor noite de sua vida, Jeongin se lembrava de cada detalhe, e talvez por isso doesse tanto.

Conversaram por horas, beberam vinhos caros, riram, se beijaram e, por fim, dormiram juntos, quase como um só, mas agora, tudo o que conseguia sentir era culpa. O pesadelo que teve foi claro, nítido e cruel, tão real que podia sentir a dor em sua pele.

Christopher não tinha culpa de nada daquilo, mas sua primeira reação foi afastar o homem de forma bruta. Depois da noite que tiveram, não conseguia imaginar o quão confuso aquilo estava sendo para ele. Jeongin bebeu a água, e algumas gotas escaparam pelos cantos de seus lábios, o homem à sua frente parecia tão perdido e preocupado que ele quis chorar.