05- Druida

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Enquanto todas as aulas passavam, Stiles perdeu seu tempo pensando em formas de voltar pra casa, o que rendeu em algumas reclamações por parte de alguns professores ao ver que ele não estava prestando atenção na aula.

Finalmente livre pra ir embora, caminhou apressado até a saída, sendo sempre acompanhado por Liam Dunbar, só talvez, em alguns momentos enquanto conversavam cometeu alguns deslizes em relação a manter o disfarce, falando mais do que devia.

Percebendo o castanho andar pro lado contrário do estacionamento, Liam indaga.

— Não vai com seu jeep?

— Não, tive um pequeno contratempo com ele. Por falar nisso, pode me fazer um favor?

— ...Claro.

O garoto concorda um tanto receoso, mas o Stilinski não percebe.

— Se alguém perguntar, fala que te emprestei meu jeep.

— Mas eu não sei dirigir, o que ia fazer com ele?

— Não sei, diz que pediu pra emprestar a outra pessoa.

Responde casualmente e o outro concorda hesitante.

Sem mais demora, o adolescente se despede e começa a caminhar, porém para ao notar ser seguido pelo Dunbar.

— O que foi?

— Minha casa é pra esse caminho.

— Entendi, então vamos juntos.

— Achei que estivesse de castigo?

Vendo o mais novo amigo enrugar a testa, se prontifica a explicar.

— Preciso encontrar uma pessoa, vai ser rápido, quer ir comigo?

— Ok.

Rapidamente o castanho deixou o mais novo amigo em casa e seguiu seu caminho, porém, nota um carro segui-lo, nervoso, com mil e uma possibilidades do que poderia ser, apressa o passo, porém, isso foi motivo pro Porsche segui-lo com mais velocidade e parar bruscamente na sua frente, em cima da calçada.

Com o coração acelerado, ele dá meia volta, correndo. Seja lá quem é o dono do carro, ele desceu e começou a segui-lo, alcançando-o rapidamente e segurando seu braço esquerdo.

— Stilinski, a gente tem que conversar.

Vendo o rosto do Jackson Whittemore, o mesmo babaca do outro mundo que era seu rival romântico, se sente relaxar, o que não dura muito pois se lembra dos pequenos fragmentos de memória que viu quando estava em processo de possessão.

— Precisamos conversar.

— Conversa não necessita de toque.

Diz, olhando pro braço agarrado, tentando inútilmente se soltar.

— Você estava correndo, precisava te parar.

— E você estava me seguindo como um maldito stalker, o que queria que eu fizesse além de entrar em pânico?

Exalando o ar, Jackson olha pros lados para confirmar se não tem ninguém escutando.

— Se contar a alguém o que aconteceu ontem, todos vão saber que você colocou câmeras no vestiário feminino.

— Não vou contar, agora me solta.

Por um momento, Stiles sente saudade do Jackson do seu mundo, ele era um completo babaca mas não era tão sério.

— Eu estava bêbado, não pensei direito, por isso agi daquele jeito...

Tentou se justificar, no entanto, quanto mais o adolescente fala, menos o humano quer ouvi-lo.

— Pode convencer a si mesmo com isso, mas a mim não. Se já acabou, me solta.

Com o braço livre, passa apressadamente pelo outro, ainda com o coração acelerado.

***

Em frente a Clínica veterinária, Stiles apressadamente entra.

— Bom dia.

Deaton, ao ouvir o sino sobre a porta tocar, imediatamente aparece, sorrindo educadamente.

— Bom dia...

— Em que posso ajudar?

Questionou. O Stilinski respira fundo antes de encarar os olhos do Druida e começar a falar.

— Talvez me ajudando a voltar pra casa? Olha, meu nome é Stiles e eu não sou desse mundo, antes que diga algo, não, eu não estou louco. Eu gosto da Melissa MacCall, mas ela não é a minha mãe, Scott não é meu irmão, apesar de considera-lo no outro mundo, temos uma relação muito boa e nesse mundo tudo muda. Derek não é tão jovem, convenhamos, droga, Jeniffer Blake está morta e sinceramente foi bem merecido, Matt a mesma coisa, eu gosto da Lydia, porém eu sou decente, não colocaria uma câmera no vestiário feminino para vê-la nua, Jackson aparentemente tentou abusar desse corpo e agora tá no meu pé, eu não faço a menor ideia de quem é esse Liam Dunbar, tô completamente sozinho, confuso, tendo que fingir ser alguém que definitivamente não sou eu e confessemos, não sou um bom-

— Chega.

Não aguentando mais as reclamações do garoto a sua frente, o veterinário interrompe.

— Me siga.

Andando para mais fundo da clínica, o jovem comenta;

— Não é querendo ofender, mas eu não confio em você, seria a última pessoa que eu pediria ajuda, porém eu tô muito desesperado, e situações desesperadas exigem medidas desesperadas. O Scott que conheço confiava em vo-

— Sente-se na maca.

Sem hesitação, Stiles faz o que é pedido.

— E então? Sabe como me mandar de volta? Antes de tudo, se tiver o mesmo costume que o outro Deaton, não fale de um jeito misterioso e enigmático, nunca gostei disso e tenho dificuldade em compreender.

Apesar das palavras um tanto rudes, o druida encara com certo fascínio o mais novo à sua frente.

— Nunca vi ou ouvi um caso igual ao seu em toda a minha vida.

Ouvindo tais palavras, o garoto se sente desapontado.

— Mas talvez seu caso não seja insolúvel.

— Acha que vai levar muito tempo pra que eu volte?

— Talvez, eu não sei, no entanto, é certo que deve voltar o mais rápido possível, sua presença aqui pode causar catástrofe.

— Faço o que for, quer dizer, mais ou menos, não mataria uma pessoa por i-

— Estou precisando de um assistente, essa vai ser sua desculpa para nos vermos tantas vezes.

— Pera, nesse meio tempo vou ter que trabalhar realmente?

— Sim, não se preocupe, vou pagar, só que menos do que deveria, já que também estou te ajudando.

— ...saio da escola às três, venho trabalhar das cinco até às nove.

— ...Tudo bem.

Esticando o braço, o castanho espera Deaton apertar sua mão para selar o acordo, ficou assim durante alguns segundos e quando achou que o outro realmente não ia apertar sua mão, logo sentiu um aperto.

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Tome mais uma. Te vejo em breve🏇

O Outro EuOnde histórias criam vida. Descubra agora