03- Reflexos na escuridão

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Pelo que parecia ser a quarta vez, Stiles suspirou enquanto caminha pela estrada, cansado, se senta no chão. Vendo um carro passar, nem mesmo tentou sinalizar com o polegar para pedir carona, já havia tentado oito vezes.

- Hoje em dia ninguém tem senso de empatia.

Levantando-se para caminhar de novo, outro carro passa, mas curiosamente dá de ré.

Por conta dos faróis o castanho não pôde ver o rosto dentro do automóvel. Logo uma silhueta saiu do Camaro.

- Stilinski? O que aconteceu com você?

Encarando o homem a sua frente, Stiles fica abismado. Uma maldita versão mais jovem, alta e musculosa do Derek caminha até ele, não que o cara não fosse os dois últimos.

- Stilinski!

Chamou, tirando o jovem de seu estupor.

- O quê?

- Por que você tá assim? Se machucou?

Pergunta, franzindo o cenho confuso, o humano abaixa o olhar para a própria roupa com várias manchas de sangue, possivelmente seu rosto ainda contém alguns resíduos de líquido carmesim apesar de limpar.

- O carro bateu.

Responde de maneira vaga, não é certo se o Hale à sua frente é um lobo, bem, se for saberia que está mentindo então melhor não entrar em detalhes, ainda mais sobre ter machucado.

Apesar do sangue não havia nada realmente, talvez tivesse se curado quando tomou posse do corpo, como uma consequência, é a melhor opção no momento.

- Hum, é... você pode me dar uma carona até minha casa? Já faz um bom tempo que caminho, meus pés pedem socorro urgente.

Não pensando muito, Derek concorda.

- Valeu cara, sério, você é uma boa pessoa, alguém já te falou isso hoje? Não? Pois escute agora.

Elogiou rapidamente enquanto segue para o outro lado do camaro e entra.

- Ei, você não vem?

Grita, colocando o rosto para fora pela janela. Derek fita o olhar no garoto por alguns segundos, então prontamente entra no automóvel .

***

- O hospital?

- É, um hospital, esse sangue em você não vai surgir do nada. Liga para os seus pais.

Ao falar o Hale estica a parte superior do corpo até o lado direito onde está o Stilinski, quase grudando seus corpos, instantaneamente Stiles sente seu corpo ficar tenso.

Click.

- Agora vaza.

Com a porta do veículo aberta, Derek volta pro acento e Stiles solta a respiração que nem percebeu prender.

Sem falar qualquer coisa, o garoto sai e não muito depois o carro se move para longe, quando finalmente sumiu de vista ,ele se moveu.

Agora estando em um ambiente um tanto familiar, sabe pra onde seguir em vez de julgar qual lado era o certo, como fez antes com a estrada.

***

Contemplando a casa tão familiar para si, o castanho olha pra janela onde deveria dar entrada pro seu quarto e a grande árvore perto a ela.

Todas as luzes do lugar estão apagadas, indicando que as pessoas lá dentro estão dormindo e ele definitivamente não quer acordar ninguém ao bater na porta.

- Vamos lá, você consegue, já fez isso quando no meio da noite foi a casa do Scott, depois disso quase caiu e quase era acertado por um taco de baseball...deixa quieto.

Conseguindo chegar onde queria, sorri aliviado vendo que o outro ele tinha o mesmo costume de esquecer a janela aberta.

- O que tá fazendo?

Com a voz repentina, Stiles perde um pouco do equilíbrio e então se apoia na base da janela Guilhotina. O que levantava acaba caindo e acerta suas mãos, fazendo-o suprimir um grito de dor.

- Porque está entrando pela janela?

Mordendo o lábio inferior, volta o rosto em direção à voz, e seus olhos castanhos encontram Scott com metade do corpo para fora de outra janela.

- Deixa pra lá... no jantar hoje...sua saída adeupta deixou nossos pais preocupados.

- Oh...é, eu não vou fazer mais isso.

As palavras frias do outro fazem Stiles se sentir estranho e nervoso, o McCall nunca havia falado assim consigo.

Mas esse não é Scott, não o que conhece.

- Pare de dar trabalho, viva silenciosamente como a pessoa insignificante que você é.

Scott sai totalmente pela abertura, sobe no galho próximo e desce agilmente, sem olhar para trás.

- Definitivamente lobisomem.

Sem se importar com as palavras do outro, disse ao observar as ações dele.

Agora, encarando as mãos presas, rangendo os dentes por conta da dor , lentamente levanta a guilhotina.

- Droga, com certeza vai ficar dolorido amanhã.

***

Sem prestar real atenção por onde ia, a bela mulher tropeça na raiz de uma árvore e cai no chão, rolando pela terra da floresta, com sua face mostrando puro terror e pânico, grita de dor pelo braço quebrado.

- Gosto quando fazem isso. Me sinto um verdadeiro vilão dos filmes de terror.

Estranhamente eufórico, o homem disse, avançando em direção à mulher que se levanta do chão, iniciando outra corrida.

- O único problema é que, após um tempo, isso acaba se tornando constrangedor.

Indo atrás dela, ele agarra os cabelos castanhos escuros, puxando para si com brutalidade.

- Não, por favor, não!

Suplicou entre lágrimas enquanto tenta se soltar.

- Relaxa, isso vai acabar rapidinho, você já percorreu quase todo o caminho.

E, andando em passos largos, praticamente arrastou a mulher até alcançar um lago, jogando-a na beirada dele.

- E então? Essa daqui serve? Espero que sim porque essa é a quinta, depois dessa a matilha daqui com certeza vai agir.

Num piscar de olhos, uma fumaça preta se manifesta e com rapidez entra pela boca da moça chorosa que para assim que a coisa entra completamente.

O homem então olhou-a se levantar e virar-se para ele, sua esclera totalmente negra com íris e pupilas brancas chamando total atenção.

- Final-

O estranho que rapidamente se animou, congela ao ver o sangue escorrer do nariz da outra, em seguida seus olhos e nariz.

- ...

A mesma fumaça negra de antes, sai dos lábios da mulher sem pressa, logo, escutou-se uma explosão, e o homem passa a mão pelo rosto, limpando um dos fragmentos dos restos mortais que acertaram-no.

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Autora: Vejo 🫵😉 no próximo capítulo! 👋

Peço desculpas pelos erros ortográficos ou incoerências que possivelmente apareceram.

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