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No outro dia de manhã, Otávio foi para a escola, já Anne estava em seu quarto pensativa, até que resolveu descer para a cozinha e tomar café da manhã.

Chegando lá, Anne deu de cara com seus pais, a garota deu bom dia para os dois e se sentou para tomar café.

Seu olhar foi de encontro a um pão de queijo, e quando sua mão estava prestes a agarrá-lo, seu pai impediu.

- O que é isso? - Disse Anne sem entender o seu pai.

- Você não tem o mínimo de vergonha, né garota?

- O que eu fiz? - Disse Anne confusa.

- Quer seguir de profissão algo ridículo, não vai atrás de nada melhor para você e ainda por cima quer viver se alimentando por nossas custas! - Disse ele aumentando o tom de voz. - Você é uma folgada, seu irmão mais novo faz mais pela família do que você!

- Está bem, não precisa dizer mais nada, não vou desfrutar da sua comida! - Anne disse tentando segurar suas lágrimas ainda dentro dos olhos.

A garota então subiu para seu quarto, vestiu a primeira roupa que viu pela frente e depois saiu de casa sem falar nada aos seus pais.

Assim que a garota ultrapassou o portão, esbarrou com alguém.

Ela levantou seu rosto e mesmo com sua vista embaçada pelas lágrimas, reconheceu o japonês que conheceu na noite passada.

- Oi, Anne. - O japonês disse com um sorriso amigável, mas quando Anne levantou seu rosto, o sorriso de Apollo caiu, percebeu na hora que tinha algo de errado. - Está tudo bem?

A última frase foi o suficiente para que as lágrimas que Anne segurava caíssem todas de uma vez.

Apollo ficou preocupado, ele pegou o queixo da garota levemente erguendo o mesmo, esfregou seus dedos numa tentativa falha de limpar alguma de suas lágrimas e logo em seguida a abraçou.

Anne achou muito gentil de sua parte e, em nenhum momento teve a audácia de recuar.

🫀

Passaram-se uns 5 minutos do ocorrido, Anne e Apollo estavam sentados em um ponto de ônibus que havia naquela mesma rua enquanto Anne bebia uma água que Apollo comprou para ela no mini mercado que também tinha ali.

Anne então suspirou e começou a falar:

- Muito obrigado.

- Não precisa agradecer, é o mínimo. - Ele disse meio sem saber o que dizer. - Está melhor agora?

- Estou sim.

- Quer me contar o que aconteceu?

Anne então virou e olhou no fundo dos olhos do garoto, pensou seriamente se faria aquilo ou não.

- Não estou querendo te forçar a nada, só que desabafar de vez em quando é bom, porém, cabe a você isso.

- Tem que me prometer que não vai contar para o Otávio.

- Eu prometo. - Ele disse e estendeu seu dedo mindinho, fazendo com que Anne repetisse o gesto em meio de uma risada e cruzasse seu mindinho no dele.

- Eu não tenho uma relação muito boa com os meus pais, pelo fato de que eu quero me tornar jornalista esportiva. - Ela então suspirou e continuou. - Hoje de manhã quando desci para tomar café, meu pai me impediu e basicamente disse que o meu sonho é idiota, que eu não corro atrás de nada que pode me fazer bem e que meu irmão mais novo ajuda mais a família do que eu.

- Como ele pode dizer isso para você?

- Ele é assim, já foi meio assim com o Otávio também, Otávio sempre teve o sonho de ser mc, meu pai fazia de tudo para tirar ele desse caminho e, agora que deu certo, ele se acha como se sempre tivesse o apoiado.

- Mas o Otávio não já sabe disso?

- Não, meu pai sabe que pode acabar tendo um conflito com meu irmão se dizer essas coisas na frente dele, e eu não conto porque também não quero que ela tenha um conflito com nosso pai.

- Fica tranquila que irei guardar bem o seu segredo, madame. - Ele disse e pegou na mão de Anne, beijando a mesma de brincadeira, tirando uma risada gostosa da garota. Apollo ficou perplexo, a menina já estava com seu rosto iluminado de sempre, como se nunca tivesse passado por aquilo. - Mas você ainda não comeu nada, né?

- Ainda não. - Anne respondeu.

- Então vamos na padaria aqui perto, eles vendem um croissant sinistro de bom.

- Eu adoraria, mas eu não trouxe dinheiro, me desculpe.

- Deixa de ser bobinha, eu que vou pagar, né, eu que chamei.

- Não precisa.

- Se você recusar, eu vou ficar muito chateado.

Anne então soltou um sorriso e revirou os olhos de brincadeira.

- Tudo bem, vamos.

Eles foram o caminho todo fazendo brincadeiras, dando empurrãozinhos e falando algumas coisas que faziam ambos rirem.

Uma sensação estranha de que se conheciam a muito tempo prevalecia no coração de Anne, que mal sabia que o japonês também estava sentindo o mesmo.

Eles enfim chegaram na padaria e fizeram seus pedidos, ambos escolhendo o croissant de frango com catupiry.

Assim que chegou, Apollo disse:

- Vai, prova. Quero ver se você vai ter a audácia de não gostar.

Anne então deu um mini sorriso e mordeu um pedaço do alimento, e assim que engoliu arregalou seus olhos.

- Tudo bem, você tinha razão, isso está perfeito.

- Eu avisei, bobinha. E você quase recusou ainda.

- Falando nisso, obrigado. - Anne disse colocando seu croissant no prato. - Não só por isso, por todo o resto.

- Sei que não nos conhecemos a muito tempo, mas você pode contar comigo.

- Eu digo o mesmo, não deixe de me procurar quando quiser desabafar.

- Eu agradeço, isso é realmente importante para mim, Anne. - Apollo disse soltando um sorriso que hipnotizou Anne.

Então depois disso, eles voltaram a comer e a fazer as mesmas piadas que estavam fazendo no caminho.

Te Adoro - Apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora