CAPÍTULO 11

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O Grande Roubo

Oliver já estava dentro do prédio, movendo-se com a precisão de um fantasma. Ele se dirigiu primeiro à sala de segurança, onde os monitores mostravam as câmeras espalhadas por todo o edifício. Com um rápido movimento de mãos e alguns cliques, ele desativou as câmeras de segurança, mergulhando o sistema em escuridão total.

"Galera, tudo pronto. Assim que Cristian entrar, eu abro a porta para a ala mística de armas," Oliver informou pelo comunicador. A tensão no ar era palpável, mas tudo estava fluindo conforme o planejado.

Enquanto isso, Thales e Bárbara conseguiram chegar à ala mística. No centro da sala, brilhando com um dourado vivo que quase ofuscava seus olhos, estava a lança de Cristian. A arma tinha um design imponente, com inscrições antigas que lembravam o tempo dos faraós egípcios. O dourado era adornado por detalhes negros que pareciam se mover, como sombras à procura de seu dono. Era como se a lança clamasse pela presença de Cristian.

Porém, à medida que Thales e Bárbara se aproximavam da lança, algo sombrio emergiu das sombras. Afrodite, com um sorriso frio no rosto, e Abigail, com uma expressão de pura determinação, surgiram na sala.

"Sabíamos que viriam atrás desses 'brinquedinhos'," provocou Afrodite, seu tom carregado de superioridade. Abigail, ansiosa por vingança, acrescentou com malícia: "E o que seria mais interessante do que usar essa própria arma para derrotar vocês?"

Sem hesitar, Bárbara avançou em direção às duas, determinada a impedir que tomassem a lança. Mas a sala estava cheia de artefatos místicos, cada um deles potencialmente mortal nas mãos erradas. Enquanto as duas forças colidiam, a sala começou a se transformar em um campo de batalha caótico. Vidros estilhaçaram, artefatos se soltavam de suas prateleiras e o ar estava carregado de energia.

Cristian e Oliver, sentindo que algo estava terrivelmente errado, correram em direção à ala mística. O coração de Cristian batia forte em seu peito, uma mistura de adrenalina e pavor. Ao chegarem, a visão que os aguardava era uma verdadeira zona de guerra. Vidros quebrados espalhados pelo chão, artefatos caídos, mas uma coisa chamou a atenção de Cristian: a lança. Ela ainda brilhava, flutuando no ar, como se estivesse esperando por ele, indiferente ao caos ao redor.

Oliver, sem perder tempo, ativou sua habilidade, lançando correntes de facas em direção a Abigail, tentando contê-la e dar uma vantagem a Bárbara. No entanto, o ódio de Abigail era imenso. Com um grito de fúria, ela quebrou as correntes como se fossem de papel. Os olhos de Cristian se arregalaram ao vê-la avançar em direção à lança.

Sabendo que seu filho estava se aproximando da arma, Eliéser, que havia seguido Cristian, também correu para a sala. Ele sabia que sua hora havia chegado, mas ainda tinha um papel a desempenhar. Ele gritou para Cristian, mas a voz se perdeu no meio do barulho da batalha. Oliver e Bárbara tentaram deter Abigail, mas ela era rápida e determinada.

No último momento, Abigail agarrou a lança com um brilho de triunfo nos olhos. Ela sempre quis usar aquela arma lendária, e agora, finalmente, tinha a oportunidade. "Esta é minha chance," pensou ela, sentindo o poder da lança correr por suas veias.

Mas algo inesperado aconteceu. A lança, que reconhecia apenas seu verdadeiro dono, rejeitou Abigail. A escuridão tomou conta de seu braço, começando a sugar algo dela. Abigail gritou de dor, sua confiança desaparecendo rapidamente. A dor era insuportável, e ela soltou a lança, que caiu no chão com um som metálico.

"O que está acontecendo?!" Abigail gritou, sua voz cheia de desespero. "Não! Eu quero poder!"

Afrodite, observando a cena com um sorriso de desdém, riu de sua aliada. "Sua idiota, essa arma só pode ser usada pelo seu dono ou por quem a criou," disse ela, sua voz cheia de desprezo. Sem perder tempo, Afrodite, com uma velocidade absurda, escapou da sala, deixando Abigail sozinha para enfrentar sua própria destruição.

Abigail, ferida e derrotada, tentou se levantar, mas a escuridão continuava a consumi-la. Thales e Bárbara se aproximaram de Cristian, prontos para lutar ao seu lado. Mas antes que pudessem agir, Abigail foi completamente consumida pela escuridão, sua forma se dissipando no ar, deixando apenas um silêncio sombrio para trás.

A lança, sentindo a presença de Cristian, começou a vibrar com uma intensidade crescente. O dourado, que já irradiava poder, brilhou ainda mais, emitindo uma luz ofuscante que preencheu toda a sala. As sombras que envolviam a arma se agitaram como se estivessem vivas, ansiosas para se reconectar com seu verdadeiro dono.

No momento em que Abigail se dissipou em pó, a lança, como que dotada de vontade própria, voou diretamente em direção a Cristian. Ele estendeu a mão instintivamente, e a arma encaixou-se em sua palma com uma precisão perfeita. No instante em que seus dedos tocaram o cabo dourado, uma onda de poder colossal atravessou seu corpo, quase o derrubando.

Cristian sentiu o poder imenso da lança correr por suas veias, uma energia antiga e indomada que parecia querer se libertar. Seus músculos tencionaram, e por um breve momento, ele quase perdeu o controle, como se a arma estivesse testando sua força de vontade. Ele sabia que precisava dominar aquele poder, ou correria o risco de ser consumido por ele.

O dourado da lança pulsava ao ritmo de seu coração, enquanto as sombras negras se enrolavam em seu braço, como se quisessem fundir-se com ele. Cristian fechou os olhos por um instante, concentrando-se em controlar a energia avassaladora. Aos poucos, ele sentiu o poder se acalmar, respondendo à sua determinação.

Quando abriu os olhos novamente, havia um brilho novo em seu olhar, uma conexão profunda entre ele e a lança. Agora, ela não era apenas uma arma. Era uma extensão de sua própria alma, um artefato que ele precisava dominar para enfrentar os desafios que viriam.

Thales e Bárbara, observando de perto, ficaram impressionados com a transformação de Cristian. A tensão no ar diminuiu, e por um breve momento, eles sentiram que o pior havia passado. Mas sabiam que, com o poder daquela arma, novos desafios surgiriam em breve.

"Você conseguiu, Cristian," disse Thales, com um sorriso aliviado. "Agora, estamos prontos para o que vier."

Cristian assentiu, ainda sentindo a energia da lança pulsar em suas mãos. "Sim, mas isso é apenas o começo."

[Sistema]

Parabéns, Cristian! Você adquiriu a Lança do Eclipse Sombroso, também conhecida como a Lança do Destino. Esta arma lendária possui poderes imensuráveis, aguardando para serem totalmente despertados por seu verdadeiro portador. Use-a com sabedoria, pois seu destino agora está entrelaçado ao poder que ela concede.

Cristian sorriu ao ver a notificação do sistema. A presença do sistema, ao invés de ser uma ameaça, começava a parecer um aliado. "Acho que na verdade somos cinco ao invés de quatro", ele pensou, refletindo sobre a influência invisível, mas poderosa, que o sistema tinha sobre suas vidas.

Enquanto se preparavam para deixar o prédio, Cristian não pôde deixar de notar que seu pai havia desaparecido. Ele tinha certeza de que Eliéser não ficou apenas observando a luta. Algo mais havia sido feito, mas esse mistério teria que esperar. Por ora, o grupo estava exausto e pronto para voltar para casa.

Ao chegarem, Oliver decidiu passar um tempo com Bárbara, deixando Cristian e Thales sozinhos. No quarto de Thales, Cristian colocou a Lança do Eclipse Sombroso em cima da escrivaninha, admirando seu brilho e os detalhes intricados. No entanto, uma nova notificação apareceu diante de seus olhos:

[Sistema]
Deseja guardar a Lança do Eclipse Sombroso em seu inventário?
Sim / Não

Cristian, após uma rápida reflexão, aceitou. Mesmo não sabendo como funcionava o inventário, era melhor do que andar com uma arma tão imponente e chamativa pelas ruas. Ao confirmar, a lança desapareceu em um feixe de luz, deixando a escrivaninha vazia. Ele sentiu o peso do poder em suas mãos, agora armazenado em algum lugar seguro.

Thales, que tinha acabado de entrar no banho, chamou Cristian para se juntar a ele. Eles riram e conversaram enquanto se banhavam juntos, a água quente aliviando a tensão acumulada. Apesar da felicidade com a conquista da lança, Thales ainda estava preocupado. "Cristian, você acha que tudo vai dar certo daqui pra frente?" perguntou, suas palavras misturadas com a espuma da água.

Cristian segurou a mão de Thales, puxando-o para mais perto. "Tem que dar certo, Thales. Estamos juntos nisso, e agora temos um poder que pode mudar tudo."

Enquanto se abraçavam, ambos sabiam que o caminho à frente seria árduo, mas a determinação em seus corações era mais forte do que nunca.

O Eclipse do Rei Sombrio / Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora