POV Daemon.Era manhã de domingo e eu estava passando os canais da televisão sem me fixar direito em algum. O tédio me consumia em igual intensidade a minha preguiça, mas nada se comparava a irritação que eu tinha só de pensar que Rhaenyra estava tão perto e eu não podia ir lá vê-la.
O motivo? Sra. Arryn não gostou nada quando batemos na porta de sua casa as duas horas da manhã e deixou Rhaenyra de castigo pelo resto da semana. Eu tentei contra argumentar e até mesmo lançar um daqueles meus olhares ameaçadores. Mas Aemma como verdadeira mãe protetora, fitou-me de uma maneira tão intimidante que eu me encolhi e me vi aterrorizado com a ideia dela parar de gostar de mim de vez e consequentemente proibir Rhaenyra de ficar comigo.
Deuses, eu só queria vê-la um pouco! Era crueldade ser afastado dela assim, ainda mais depois de tudo o que aconteceu!
— Eu quase estou com pena. — Laena comentou saindo da cozinha com um pote de sorvete — Quase. Ninguém mandou perderem a hora.
— Vai se fuder! — rosnei e afundei mais no sofá, mas então percebi que Laena estava saindo com o pote de sorvete. — Vai aonde?
— Você está proibido de ver a Rhaenyra, eu não. — Laena sorriu travessa como o capeta — Tia Aemma é um amor comigo. Quer que eu dê um beijinho na Nyra? Mas eu só dou no rosto. No máximo eu dou uma apertada na bunda dela e digo que foi em seu nome.
— NEM TENTE!
Eu já estava para me levantar do sofá quando
Laena riu e saiu correndo da casa. Eu sabia que era impossível alcança-la. Filhos de Hermes eram os mais rápidos sempre.
Joguei-me no sofá olhando para o teto. Minha hiperatividade gritou em todos os meus poros, eu precisava fazer alguma coisa!Foi então que eu lembrei que queria comprar algo para a Rhaenyra. Um sorriso cresceu inconscientemente em meus lábios, a ideia se formando rapidamente em minha mente. Saltei do sofa indo direto para o banheiro tomar um rápido banho e me vestir com roupas de frio. Era estranho semanas sem ter uma variação sequer na condição climática. Estava sempre frio agora e no fundo eu sabia que tudo isso estava envolvido com o desaparecimento de Perséfone. Sabia que em algum momento a bomba estouraria em nossas mãos, mas enquanto isso não acontecia eu preferiria curtir o tempo de calmaria. Criar momentos e se possível, todos eles com Rhaenyra.
Assim que fiquei pronto, com calça jeans, moletom grande, luvas e tênis, saí de casa com Caraxes. Era domingo e o movimento era bem menor, mas Nova York nunca perderia o movimento. Era uma das cidades mais agitadas do mundo, então sempre teria o comércio aberto. Foi pensando nisso que eu passei boa parte do tempo procurando, pesquisando, até encontrar o que eu tanto queria.
Estacionei a moto em frente a uma livraria antiga e que também funcionava como sebo. O lugar era velho e encontrava-se em uma rua comercial um pouco longe do centro da grande cidade. Parecia estar fechando, pois o senhor que estava ali estava à frente da propriedade com uma plaquinha na mão.
— Espera! — exclamei saltando da moto mal tirando o capacete — Não fecha!
— Um cliente? — ele parecia surpreso.
— Sim, se você tiver livros ai. — disse um pouco agitado e ansioso — Em grego.
— Em grego? — o senhor repetiu confuso — O que um jovem como você iria querer com literatura grega?
— Conheço alguém que é muito curiosa e que sabe ler em grego. — respondi e passei a mão no meu cabelo — Então, tem ou não tem?
A delicadeza passava longe de mim quando não estava com Rhaenyra. Ela estava me mudando, mas bem, eu ainda continuava sendo... Eu. O senhor me fitou desconfiado e olhou o relógio antigo em seu pulso. Soltou um suspiro longo e só então voltou a me olhar.
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FantasyVocê acredita em mitologia? Daquele tipo com deuses, heróis e monstros. Se não, passará a acreditar; se sim, saberá que tudo é verdade. Rhaenyra Arryn descobriu isso da maneira mais inusitada possível, mergulhando em um mundo completamente novo, che...