POV Rhaenyra.Estávamos na mesma cela de meus sonhos.
Um enorme buraco escuro que aumentava em mil vezes a sensação claustrofóbica de alguém. Assim que entramos, Daemon cambaleou para um canto e desabou, tremendo e se encolhendo. Ele parecia apavorado.— Daemon! — fui rapidamente para o seu lado.
— Eu odeio isso aqui, me tira daqui! — ele implorava choramingando, encolhendo ainda mais. — Tudo vai fechar, nós vamos morrer aqui.
— Ele é um filho do rei dos céus — a voz de Harwin ecoou da porta da cela — Talvez ele pode alucinar, para ele deve ser uma tortura esse tipo de cela.
— Isso, i-isso é culpa sua! — Daemon tentou esbravejar, mas estava aterrorizado demais.
— O Harwin não é mau — Helaena disse calmamente e se aproximou de mim - Você... Você é a minha irmã, não é? Eu tenho sonhado com você.
— E eu com você, pequena.
Apesar da baixa luminosidade do lugar, eu consegui vislumbrar um sorriso vindo da pequena garota. Eu não resisti, a puxei e abracei forte. Helaena enterrou a cabeça em meu pescoço, seus pequenos braços me envolvendo com certo desespero.
— Eu sabia que você vinha! — ela chorou contra a minha pele.
— Temos a criança, e ainda temos Strong. Nos tire daqui! — Daemon tentava mesclar ordem com desespero.
Eu nunca tinha visto Daemon tão vulnerável.
Sua pele nunca esteve tão pálida, ainda havia resquício do ataque fantasmagórico. Ele parecia tremer levemente de frio, a pele arrepiada. Seus olhos estavam mostrando o quanto estava quebrado pelo desespero, mas ainda assim havia a teimosia. Ele tentava de todo jeito lutar contra, sobrepor, não se mostrar frágil. O orgulho o estava empurrando até o limite.— Eu não posso, sinto muito. Papai não está sendo mau realmente, apenas está preocupado. Há tempos que Perséfone não entra em contato e o verão está acabando. No final, ela deve retornar para o Hades e governar como sua rainha, mas se isso não acontecer... Será um verdadeiro caos tanto aqui, quanto lá em cima. — Harwin tentou explicar calmamente.
— Então por que nos capturar? Por que nos fazer prisioneiros?
— Vocês são as únicas semideusas filhas dela. — Harwin contou — Diferente de alguns casamentos olimpianos, este é um que dá certo. Ambas as partes são ciumentas e se amam a seu modo. Perséfone cometeu apenas esse "deslize" fora do casamento, meu pai tentou fazer algo contra, mas então ela o lembrou de minha existência e a de meus irmãos. Ficaram quites, estamos vivos e isso é o que importa. Mesmo assim a rainha temia pela vida das filhas e as esconderam, sumindo com a presença divina de vocês duas de alguma forma. Hades é vingativo e rancoroso, ele poderia quebrar a promessa. Acho que por isso ela não a reclamou, Rhaenyra. A Helaena não tem idade ainda para isso.
— Mamãe desapareceu. — Helaena prosseguiu afastando o rosto de meu pescoço, seus olhos azuis pareceram tristes. — Ninguém sabe onde ela está. Ela parou de falar comigo!
Perséfone falava com Helaena? Espera, porque ela falava só com a pequena e não comigo?
— Poderia ser apenas birra, parece que eles meio que brigaram por causa de uma ninfa.
Por isso meu pai achou que capturando a Helaena, Perséfone ao menos mandaria algum tipo de mensagem. Mas isso não aconteceu — os olhos de Harwin se tornaram perdidos, como se estivesse lembrando algo ruim, então o garoto balançou a cabeça suavemente e prosseguiu — Ele colocou serviçais lá em cima em sua busca, alguns deuses estão tentando ajudar, principalmente Deméter quando descobriu que a filha sumiu. Mas nada é encontrado. Em um de seus surtos e tentativas, ele chegou a lógica de que ela poderia ter deixado alguma pista com a filha mais velha. Você.
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FantasiaVocê acredita em mitologia? Daquele tipo com deuses, heróis e monstros. Se não, passará a acreditar; se sim, saberá que tudo é verdade. Rhaenyra Arryn descobriu isso da maneira mais inusitada possível, mergulhando em um mundo completamente novo, che...