A MALDIÇÃO DE COPAS ♠️ minsung

♠️ PRÓLOGO ♥️

     "Quando você desliga as luzes
      Eu vejo estrelas nos meus olhos
                    Isso é amor?"
    Give You What You Like - Avril Lavigne.

                     P R Ó L O G O

Minho sempre pedia para que Jisung ficasse em seu mundo toda vez que o via indo entrar no portal.

E todas as vezes Jisung lhe prometia que voltaria.

Porque eles seriam amigos para sempre.

A eternidade era o faz de conta deles.

Quando Jisung o viu pela primeira vez a conexão foi imediata. Lee o encontrou perdido em um lugar que Han nunca soube que existia.

O medo de estar naquele mundo estranho não era tão alarmante porque Jisung o tinha ao seu lado e sabia que ele lhe protegeria.

Naquele tempo, Han era o típico garoto tímido e certinho e Minho era o garoto legal e aventureiro. Super clichê.

Jisung pensava que o seu felizes para sempre fosse de fato para sempre, sem saber que numa fatídica tarde em que Minho lhe roubou o seu primeiro beijo fosse a última vez que se veriam.

Seu corpo respondia ao garoto que carregava o caos que tanto lhe atraía. Algo nele o intrigava e fazia com que se sentisse estranho cada vez mais a partir dos encontros secretos em lugares desconhecidos, momentos divertidos, troca de olhares cúmplices e toques que faziam ambos sentirem borboletas na barriga.

Han sentiu os lábios do príncipe de Copas descolarem dos seus de um beijo lento e gentil enquanto seu coração batia acelerado.

Jisung não sabia que o coração de Minho, estranhamente, desejava a vida quando perto dele. O seu coração, marcado por tormenta parecia mais vivo com ele. E todos os seus neurônios vibravam ao sentir o cheiro de sua pele.

Minho amava se sentir vivo. Ele amava a sensação de vida que o tomava perto de Jisung.

Como sempre. Dessa vez, todavia, diferente do comum, Minho não se sentia somente só. Ele sentia tudo e intensamente. Ele queria se sentir vivo e mal sabia que já se sentia vivo, da pior maneira possível. Porque a sua existência o incomodava. Sua existência o machucava.

Porque Minho só pensava nele.

E ele sentiu... sentiu seu coração bater, sentiu vida por cada vaso do seu corpo.

— Isso foi... — Han tentou quebrar o silêncio constrangedor no bosque, timidamente. — Estranho.

— Eu achei que foi bom — Minho colocou a mão na nuca, os olhos pretos foram ficando vermelhos.

Eles viram um pássaro quadriculado voar sobre eles.

— Você tem que voltar para o palácio imediatamente! O rei está furioso — o pássaro informou por telepatia.

Minho bufou, irritado pela interrupção.

— O que ele quer dessa vez?

O pássaro sacudiu a cabeça, sem saber. 

Jisung guiou o olhar para Minho e o príncipe de Copas o encarou com ternura de volta. Foi um contato visual que passou um mau pressentimento para Han.

— É bem urgente — O pássaro alertou. — Precisa ir logo.

— O que tá acontecendo? — Jisung agarrou o braço do príncipe, sem querer se separar dele.

— Eu vou ficar bem — Garantiu Lee ao se virar para ele. — Prometo. Eu vou te ver de novo? — A súplica em sua voz atingiu Jisung no peito. Alguma coisa iria acontecer.

— Você sabe que eu sempre volto — Han fala com firmeza.

— Prometa — Pediu e pegou sua mão, olhando-o nos olhos.

— Eu prometo que vou voltar — Deu a sua palavra, entrelaçando seus dedos em seguida.

Eles se abraçaram, sem saber que seria o último abraço. Se olharam, sem saber que seria a última vez.

Jisung assistiu Minho correr o mais rápido que podia pelo bosque, sentindo o medo dele se tornar seu.

Han nunca mais conseguiu voltar para aquele lugar depois daquele dia.

Foi como se tudo não tivesse passado de um sonho ou uma simples fase que ele teve quando era uma criança com a imaginação muito fértil e que simplesmente desapareceu de suas memórias misteriosamente.